Tomaram a parte do fundo: A territorialização do Parque Nacional Patagonia, Santa Cruz (Argentina)

Autores

  • Brenda Sofía Ponzi geógrafa pela Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires, doutoranda en Ciencias Sociales y Humanidades (Universidad Nacional de la Patagonia Austral) e bolsista do CONICET (Consejo Nacional de Investigaciones Cientí¬ficas y Técnicas) https://orcid.org/0000-0002-7904-2611

DOI:

https://doi.org/10.48075/amb.v2i1.24284
Agências de fomento
CONICET

Palavras-chave:

territorialização de áreas protegidas, territorialidades, conflito, Parque Nacional Patagô¬nia, Argentina.

Resumo

Historicamente, a Administración de Parques Nacionales (APN) é a instituição pública argentina responsável por efetivar e gerenciar as áreas protegidas (AP) sob sua jurisdição. No entanto, nas últimas décadas, o surgimento de novos agentes levou à ruptura desse padrão e à disputa de hegemonia do Es­tado na criação de novos Parques Nacionais (PN). O projeto desses novos agentes de conservação gera tensão com outros planos diagramados para o noroeste da Patagônia Sul, que tornam a construção de uma AP ainda mais complexa: é o caso do PN Patagônia. Esses agentes implementam uma série de estratégias na territorialização dos seus próprios projetos de conservação, influenciando o exercício do poder da APN sobre seus próprios espaços.

 

O objetivo deste artigo é identificar os agentes e projetos relacionados à criação do PN Patagônia, bem como as estratégias que implementam em seu processo de territorialização, para compreender as novas dinâmicas que caracterizam a criação e administração de APs nacionais.

 

Inicialmente, os conceitos de territorialidade e territorialização foram abordados. Nesse sentido, a territorialidade define-se enquanto projeto territorial desejado por um agente e, a territorialização, como uma série de ações para administrar a materialidade, as normas e as relações de um espaço particular e a sua transformação em território. As relações entre os agentes são uma parte importante da territorialidade; e, nesse sentido, faz-se necessário analisar historicamente a forma como foram se estabelecendo os laços entre os agentes, e o exercício do poder.

 

Num segundo momento, procura-se abordar os planos que foram construindo o noroeste do es­tado de Santa Cruz, além da caracterização dos agentes e a identificação de algumas das suas estratégias. O Noroeste foi construído introduzindo projetos de mineração, conservacionistas e agropecuários desen­volvidos em outras partes do mundo, que podem ser entendidos num sistema capitalista de expropria­ção, procurando evitar a desvalorização do capital.

 

Finalmente, tentando compreender a territorialização e o poder dos agentes os quais intervierem na produção do PN Patagônia, aprofunda-se nas relações estabelecidas entre eles, as estratégias materi­ais, relacionais e normativas que implantam, a visão de natureza que propõe e os projetos opostos à construção da AP. A produção do Parque Patagônia envolveu numerosos agentes, os quais criaram o seu território de acordo com o seu poder. Entre eles, destacam-se as fundações como a Conservation Land Trust, a APN, os órgãos legisladores e outros, que utilizaram diferentes estratégias para territorializar o seu projeto.

 

Quanto à metodologia, trata-se de um estudo de caso intrínseco, utilizando ferramentas qualita­tivas para construção e análise de dados. As técnicas selecionadas foram observação participante, revisão documental, entrevistas semiestruturadas e aprofundadas com diversos atores-chave segundo critérios de proximidade e viabilidade. Esses instrumentos são aplicados em informantes-chave compostos por pessoal relacionado ao parque nacional, brigadas, voluntários, estagiários- empresários, colonos, produ­tores, autoridades governamentais, pesquisadores, entre outros.

 

Biografia do Autor

Brenda Sofía Ponzi, geógrafa pela Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires, doutoranda en Ciencias Sociales y Humanidades (Universidad Nacional de la Patagonia Austral) e bolsista do CONICET (Consejo Nacional de Investigaciones Cientí¬ficas y Técnicas)

Profesora y Licenciada en Geografía (Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires). Becaria doctoral CONICET 2020-2021 y AGENCIA 2017-2020 por PICT–2015-3734: Territorialidades en conflicto. Huella ecológica y ecoespacio en Patagonia Sur, Cuyo y NOA. Tesis dirigida por: Alejandro Schweitzer (CONICET-UNPA) y Alejandro Pimienta (UdeA). Antecedentes en docencia: Profesora de Geografía de Nivel Medio en 3 Instituciones del Valle de Punilla (Córdoba) y en Terciario No Universitario IES Simón Bolívar (Córdoba) entre los años 2010 y 2017; capacitadora del Programa NEXOS en la isla de Tierra del Fuego (2018). Antedentes en investigación: desde el año 2012 integra grupos de investigación, con un total de 10 proyectos financiados por CONICET, SPU, AGENCIA, Comisión Europea, UNC y UNPA. Publicaciones y participación: 1 libro en coautoría, 1 capítulo de libro, 5 artículos en revistas y 18 ponencias en congresos y eventos científicos. Línea de investigación: Megaminería, circuitos espaciales, áreas protegidas, territorialidades. Trabajo comunitario: voluntaria en Parque Nacional Tierra del Fuego (2013), Parque Patagonia (2019), Parque Nacional Perito Moreno (2020) y Parque Nacional Los Glaciares (2020). Pasantías: Universidad de Antioquia bajo tutoría del Dr. Alejandro Pimienta (2018) y Universidad Federal Fluminense bajo asesoramiento del Dr. Rogério Haesbaert (2019)

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Publicado

22-06-2020

Como Citar

PONZI, B. S. Tomaram a parte do fundo: A territorialização do Parque Nacional Patagonia, Santa Cruz (Argentina). AMBIENTES: Revista de Geografia e Ecologia Política, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 228, 2020. DOI: 10.48075/amb.v2i1.24284. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/ambientes/article/view/24284. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos