A importância do conhecimento e do manejo biológico do solo tropical para a agroecologia sob a perspectiva de Ana Maria Primavesi
DOI:
https://doi.org/10.48075/amb.v2i2.26587Palavras-chave:
Ana Primavesi, agroecologia, biocenose, solo vivo, trofobiose.Resumo
O presente artigo foi elaborado a partir das reflexões de Ana Maria Primavesi sobre a importância do solo para a vida, bem como de sua vasta contribuição nos campos da agricultura e agroecologia. Nele, busca-se traçar um paralelo entre sucessão ecológica, que desencadeia a formação de solos e, consequentemente, o surgimento de diferentes ecossistemas, além de discutir a importância do processo de decomposição da matéria orgânica em solos tropicais, onde a biocenose do solo é pobre, porém viva, conceito que, a princípio, pode parecer contraditório, mas que é complementar e fundamental. Procura-se explicar também que, a partir de pesquisas desta cientista, a concepção de solo (vivo) se tornou fundamental para os estudos relacionados à agroecologia. As informações aqui sistematizadas estão fundamentadas em três fontes: a primeira emana da própria Ana, com quem tive o privilégio de conviver nos seus últimos anos de vida, o que me possibilitou escrever sua biografia; a segunda fonte são os livros e artigos científicos que ela publicou; e a terceira, importante e relevante, são os manuscritos que nos legou, os quais, pouco a pouco, fui digitalizando e disponibilizando na internet. Estes textos – que ela não publicou – estão em folhas soltas, sem data e, com eles, acredito, ela gestou o embrião de seus futuros livros. Quase todos já estão disponíveis no site que organizei (www.anamariaprimavesi.com.br). Assim, optei, neste artigo, por colocar a essência (sob a perspectiva da agroecologia) do que esta grande cientista sempre defendeu: a diferença entre os solos tropicais e os temperados e, como essa diferença define um manejo nos trópicos completamente diferente do que se pratica no hemisfério norte. Ademais, mesmo antes de se usar o termo “sucessão ecológica” ou “trofobiose”, Ana já havia trabalhado esses conceitos, evidenciando as diferentes comunidades clímax de determinados ambientes, e estudando nutrição vegetal a partir do aporte científico que trouxe de sua formação na Áustria, e de seu contínuo trabalho de pesquisa, que permeou toda a sua vida acadêmica no Brasil.
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