Estimativa do consumo máximo de oxigênio a partir do teste de Carminatti (T-Car) em atletas de futebol e futsal

Autores

  • Ricardo Dantas de Lucas Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
  • Alex Felippe Tomé Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
  • Juliano Fernandes da Silva Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
  • Naiandra Dittrich Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
  • Renan Felipe Hartmann Nunes Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
  • Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
  • Paulo Cesar do Nascimento Salvador Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis

DOI:

https://doi.org/10.36453/2318-5104.2016.v14.n1.p11

Palavras-chave:

Desempenho esportivo, Consumo de oxigênio, Técnicas de avaliação.

Resumo

A busca por testes cada vez mais específicos para avaliar atletas têm sido alvo de estudos científicos nas ultimas décadas. Neste sentido, o teste de corrida de Carminatti (T-CAR) foi proposto em 2004 com intuito de avaliar a aptidão aeróbia de atletas de esportes com características intermitentes, como os esportes coletivos. A principal variável obtida neste teste de campo é o pico de velocidade (PV) que representa a velocidade aeróbia máxima. Por sua vez, o consumo máximo de oxigênio (VO2max) é considerado como o índice fisiológico que melhor representa a potência do metabolismo aeróbio. A possibilidade do PV obtido pelo T-CAR estimar o VO2max ainda não foi analisada na literatura. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi propor uma equação matemática para predizer o VO2max a partir do desempenho obtido no T-CAR. Participaram do estudo 45 jogadores de futebol e futsal provenientes de equipes profissionais do estado de Santa Catarina. Os jogadores foram avaliados em duas ocasiões sendo uma em laboratório (teste incremental de corrida em esteira rolante), e um em campo (teste incremental intermitente no sistema vai-e-vem – T-CAR). Ambos os testes foram conduzidos até a exaustão voluntária. No teste realizado em laboratório, o VO2max foi obtido de forma direta utilizando um analisador de gases.  As médias de valores encontrados entre os participantes do estudo foi de 59,1±4,8 ml.kg-1.min-1 (VO2max) e de 16,5±0,9 km.h-1 para o PV do T-CAR. A análise de regressão linear utilizando o PV obtido no T-CAR resultou na seguinte equação de predição: VO2max= 16,6 + 2,59*PV (r=0,46; p=0,001) e um erro padrão de estimativa de 4,3 ml.kg-1.min-1. Assim, conclui-se que o pico de velocidade obtido no T-CAR pode ser utilizado, ainda que com alguma cautela, como preditor do VO2max em atletas de futebol e futsal. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ÁLVAREZ, J. C. B.; ÁLVAREZ, V. B. Relación entre él consumo de oxígeno y la capacidad para realizar ejercicio intermitente de alta intensidad en jugadores de fútbol sala. Revista de Entrenamiento Deportivo, Tomo, v. 17, n. 2, p. 13-24, 2003.

ÅSTRAND, P. O.; RODAHL, K. Textbook of work physiology. New York: Mcgraw-Hill, 2005.

BANGSBO, J.; IAIA, M.; KRUSTRUP, P. The yo–yo intermittent recovery test: a useful tool for evaluation of physical performance in intermittent sports. Sports Medicine, Auckland, v. 38, n. 1, p. 37-51, 2008.

BILLAT, V. L.; SLAWINSKI, J.; BOCQUET, V.; DEMARLE, A.; LAFITTE, L.; CHASSAING, P. Intermittent runs at the velocity associated with maximal oxygen uptake enables subjects to remain at maximal oxygen uptake for a longer time than intense but submaximal runs. European Journal of Applied Physiology, Berlin, v. 81, p. n. 3, p. 188-96, 2000.

BAUMGARTNER, T. A.; JACKSON, A. S.; MAHAR, M. T.; ROWE, D. A. Measurement for evaluation in physical education and exercise science. 8. ed. New York: McGraw-Hill, 2007. p. 262-96.

CASTAGNA C.; D’OTTAVIO S.; GRANDA-VERA, J.; ALVAREZ, B. J. C. Match demands of professional futsal: a case study. Journal of Science and Medicine in Sport, Belconnen , v. 12, n. 4, p. 490-5, 2009.

COOPER, K. H. A means of assessing maximal oxygen intake. Journal of the American Medical Association, Chicago, v. 15, n. 3, p. 201-4, 1968.

DENADAI, B. S. Índices fisiológicos de avaliação aeróbia: conceitos e aplicações. Ribeirão Preto: B.S.D., 1999.

DITTRICH, N.; Da SILVA, J. F.; CASTAGNA, C.; De LUCAS, R. D.; GUGLIELMO, L. G. A. Validity of Carminatti’s Test to determinate physiological índices of aerobic power and capacity in soccer and futsal players. Journal of Strength and Conditioning Research, Philadelphia, v. 25, n. 11, p. 3099-106, 2011.

FLORIANO, L. T. Avaliação aeróbia em jogadores de futsal: determinação e comparação do VO2máx em protocolo de campo (t-car) e laboratório. 2012. 92f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.

GRANT, S.; CORBETT, K.; AMJAD, A. M.; WILSON, J.; AITCHISON, T. A comparison of methods of predicting maximum oxygen uptake. British Journal of Sports Medicine, Loughborough, v. 29, n. 3, p. 147-52, 1995.

LEAL JÚNIOR, E. C. P.; SOUZA, F. B.; MAGINI, M.; MARTINS, R. A. B. L. Estudo comparativo do Consumo de oxigênio e limiar anaeróbio em um teste de esforço progressivo entre atletas profissionais de futebol e futsal. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 12, n. 6, p. 323-6, 2006.

LÉGER, L. A.; LAMBERT, J. A maximal multistage 20-m shuttle run test to predict VO2max. European Journal of Applied Physiology and Occupational Physiology, Berlin, v. 49, n. 1, p. 1-12, 1982.

LÉGER, L. A.; MERCIER, D.; GADOURY, C.; LAMBERT, J. The multistage 20-meter shuttle run test for aerobic fitness. Journal of Sports Sciences, London, v. 6, n. 2, p. 93-101, 1988.

LIMA, A. M. J.; SILVA, D. V. G.; SOUZA, A. O. S. Correlação entre as medidas direta e indireta do VO2máx em atletas de futsal. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, v. 11, n. 3, p. 164-6, 2005.

MOLINUEVO, J. S.; ORTEGA, A. M. Perfil morfofuncional de un equipo de futbol-sala. Anais... I Congresso Internacional sobre Ciencia y Tecnica del Fútbol, Madrid, p. 217-224, 1989.

NASCIMENTO, P. C.; BALDI, M.; ARINS, F. B. Relação dos índices fisiológicos encontrados no teste de campo incremental de corrida intermitente T-CAR com índices de teste laboratorial em jogadores de futsal. Anais... Fórum Internacional dos Esportes, 2012.

NUNES, R. F. H.; ALMEIDA F. A. M.; SILVA, B. V., ALMEIDA, F. D. M.; NOGAS, G.; ELSANGEDY, M. H.; KRINSKI, K.; da SILVA, G. S. Comparação de indicadores físicos e fisiológicos entre atletas profissionais de futsal e futebol. Motriz, Rio Claro, v. 18, n. 1, p. 104-12, 2012.

SANTOS, T. C.; GUGLIELMO, L. A. G.; Da SILVA, J. F.; CARMINATTI, L. J.; TEIXEIRA, A. S.; de LUCAS, R. D. Teste de Carminatti: análise da reprodutibilidade em jovens militares. Revista de Educação Física/UEM, Maringá, v. 26, n. 2, p. 301-7, 2015.

Da SILVA, J. F.; GUGLIELMO, A. G. L.; CARMINATTI, L; OLIVEIRA, F.; DITTRICH. N.; PATON, C. Validity and reliability of a new fieldtest (Carminatti’s test) for soccer players compared with laboratory-based measures. Journal of Sports Sciences, London, v. 29, n. 15, p. 1621–8, 2011.

TAYLOR, H. L., BUSKIRK, E.; HENSCHEL, A. Maximal oxygen intake as an objective measure of cardiorespiratory peformance. Journal of Applied Physiology, Washington, v. 8, n. 1, p. 73-80, 1955.

Downloads

Publicado

20.02.2017

Como Citar

DE LUCAS, R. D.; TOMÉ, A. F.; DA SILVA, J. F.; DITTRICH, N.; NUNES, R. F. H.; GUGLIELMO, L. G. A.; SALVADOR, P. C. do N. Estimativa do consumo máximo de oxigênio a partir do teste de Carminatti (T-Car) em atletas de futebol e futsal. Caderno de Educação Física e Esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 14, n. 1, p. 11–18, 2017. DOI: 10.36453/2318-5104.2016.v14.n1.p11. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/article/view/14477. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Avaliação e Desempenho no Esporte