NARRATIVAS INSURGENTES DE UNIVERSITÁRIOS/AS NEGROS/AS: DESVIOS E PRÁTICAS DISCURSIVAS DE INSPIRAÇÃO COLONIAL

Resumo

Podem ser apontados como objetivo desse estudo a análise de aspectos da experiência universitária de insurgentes negros com vistas a entender quais práticas discursivas atravessam o espaço/tempo de uma faculdade de formação de professores bem como encontrar pistas sobre as condições de acolhimento dos estratos vistos como fora do lugar, no sentido dado por Said (1995). A hipótese inicial repousa na ideia de que o Estado e suas esferas estão implicados na garantia da formação de educadores/as, futuros agentes de transformação social em um país em profunda crise que, por sua vez, ameaça os direitos humanos e o direito à vida dos mais empobrecidos. Buscamos entender os efeitos das relações estabelecidas no cotidiano desses/as jovens observando as condições de superação dos efeitos dos processos de subalternização. Os/as estigmatizados/as são desafiados/as a confrontar aqueles/as representados como normais nos espaços de densa hostilidade (GOFFMAN, 1988) e nesse jogo social interessa examinar as estratégias adotadas frente aos discursos que se materializam em suas travessias. Consideramos os relatos de um grupo que acompanhamos há cerca de quatro anos com vistas a entender os modos de confrontar as representações construídas sobre a presença outsiders. Incorporamos suas narrativas como parte das nossas e, por conseguinte, os/as concebemos como coautores/as desse trabalho.