A Iconicidade e a Arbitrariedade na Língua Brasileira de Sinais: Percursos dos Sentidos em Questão

Autores

  • Silvana Langhi Pellin Pereira Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
  • Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).
Agências de fomento

Palavras-chave:

língua brasileira de sinais, iconicidade e arbitrariedade, percursos do sentido.

Resumo

O objetivo principal deste artigo é verificar a possibilidade de haver ou não traços da arbitrariedade que levem, mesmo que remotamente, à iconicidade na língua brasileira de sinais, haja vista que iconicidade e arbitrariedade são dicotomias que atravessam, até hoje, discussões entre os linguistas. Nesse estudo, elas não são tomadas como fenômenos isolados e estanques, pois se definem uma em relação à outra. Para realizar este trabalho optou-se pela pesquisa bibliográfica de caráter exploratório, cuja proposta foi realizar uma investigação à luz da teoria semiótica greimasiana. Antes, porém se fez necessário discutir acerca da linguística de modo geral, focando na linguística da língua brasileira de sinais, uma língua de modalidade visuo-espacial. O corpus da pesquisa constituiu-se a partir da seleção de sinais pertencentes à categoria verbo não direcional. Esta categoria foi selecionada devido aos verbos pertinentes a ela serem isentos de marcas de concordância; verbos sem concordância não deixam a iconicidade transparente. Neste recorte, apresentam-se algumas reflexões acerca das análises fundamentadas no modelo do quadrado semiótico greimasiano, de sentido iconicidade => não-iconicidade => arbitrariedade e arbitrariedade => não-arbitrariedade => iconicidade. Estes percursos nortearam a investigação. As análises reafirmam a dicotomia existente entre a arbitrariedade e a iconicidade. Os resultados acerca da arbitrariedade possui algum aspecto que remeta à iconicidade evidenciaram que os sinais analisados têm os parâmetros ponto de articulação (PA) e expressões não manuais (ENMs), confirmando, assim, que os verbos não direcionais se correlacionam com a iconicidade.     

Biografia do Autor

Silvana Langhi Pellin Pereira, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Mestre em Letras pela Faculdade de Comunicação, Artes e Letras (FACALE) da UFGD;

Docente de Libras.

 

Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

Professora Dooutora em Semiótica e Linguística Geral e docente da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

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Publicado

29-01-2020

Como Citar

PEREIRA, S. L. P.; LIMBERTI, R. de C. A. P. A Iconicidade e a Arbitrariedade na Língua Brasileira de Sinais: Percursos dos Sentidos em Questão. Línguas & Letras, [S. l.], v. 20, n. 48, 2020. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/23390. Acesso em: 23 abr. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ: LÍNGUAS DE SINAIS – CONQUISTAS E DESAFIOS