A Iconicidade e a Arbitrariedade na Língua Brasileira de Sinais: Percursos dos Sentidos em Questão
Palavras-chave:
língua brasileira de sinais, iconicidade e arbitrariedade, percursos do sentido.Resumo
O objetivo principal deste artigo é verificar a possibilidade de haver ou não traços da arbitrariedade que levem, mesmo que remotamente, à iconicidade na língua brasileira de sinais, haja vista que iconicidade e arbitrariedade são dicotomias que atravessam, até hoje, discussões entre os linguistas. Nesse estudo, elas não são tomadas como fenômenos isolados e estanques, pois se definem uma em relação à outra. Para realizar este trabalho optou-se pela pesquisa bibliográfica de caráter exploratório, cuja proposta foi realizar uma investigação à luz da teoria semiótica greimasiana. Antes, porém se fez necessário discutir acerca da linguística de modo geral, focando na linguística da língua brasileira de sinais, uma língua de modalidade visuo-espacial. O corpus da pesquisa constituiu-se a partir da seleção de sinais pertencentes à categoria verbo não direcional. Esta categoria foi selecionada devido aos verbos pertinentes a ela serem isentos de marcas de concordância; verbos sem concordância não deixam a iconicidade transparente. Neste recorte, apresentam-se algumas reflexões acerca das análises fundamentadas no modelo do quadrado semiótico greimasiano, de sentido iconicidade => não-iconicidade => arbitrariedade e arbitrariedade => não-arbitrariedade => iconicidade. Estes percursos nortearam a investigação. As análises reafirmam a dicotomia existente entre a arbitrariedade e a iconicidade. Os resultados acerca da arbitrariedade possui algum aspecto que remeta à iconicidade evidenciaram que os sinais analisados têm os parâmetros ponto de articulação (PA) e expressões não manuais (ENMs), confirmando, assim, que os verbos não direcionais se correlacionam com a iconicidade.
Referências
BENVENISTE, E. Problemas de Linguística Geral I. 5a Edição – Campinas, SP. Pontes Editores, 2005.
BENVENISTE, E. Problemas de Linguística Geral II. 2a Edição – Campinas, SP. Pontes Editores, 2006.
COSTA, V. H. S. Iconicidade e Produtividade na Língua Brasileira de Sinais: a dupla articulação da linguagem em perspectiva. Dissertação apresentada à UFSC. Florianópolis, 2012. Disponível em < https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/100945/313047.pdf?sequence=1&isAllowed=y >. Acesso em 05 abr. 2018.
DOMANESCHI, E. O quadrado semiótico greimasiano: herança e transformação. Estudos Semióticos. Revistas da USP, 2017. Disponível em <http://www.revistas.usp.br/esse/article/view/140738/135670>. Acesso em 14 set. 2018.
FERREIRA, L. Por uma gramática de língua de sinais. – [reimpr.]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2010.
FREITAS, M. N. F. C. Iconicidade e leitura. In.: I Colóquio de Semiótica: Mundos semióticos possíveis, 2007, Rio de Janeiro. Atas do IX FELIN, 2007. Disponível em <http://www.filologia.org.br/ixfelin/trabalhos/pdf/40.pdf>. Acesso em 10/06/2018.
FRYDRYCH, L. A. K. Rediscutindo as noções de arbitrariedade e iconicidade: implicações para o estatuto linguístico das línguas de sinais. ReVEL, v. 10, n. 19, 2012. [www.revel.inf.br].
GESSER. A. LIBRAS?: Que língua é essa?: crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. [Prefácio de Pedro M. Garcez]. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
JEREMIAS, D. A. Iconicidade em Sentenças Transitivas da Libras: uma motivação formal e conceptual. PERcursos Linguísticos. Vitória (ES). v. 8 n. 18. 2018. ISSN: 2236-2592. Disponível em < http://periodicos.ufes.br/percursos/article/view/19061/13901>. Acesso em 22 jan. 2019.
MATTE, A. C. F,; LARA, G. M. P. Ensaios de semiótica: aprendendo com o texto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
PIETROFORTE, A. V. Semiótica Visual: os percursos do olhar. – 3. ed., 1a reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2017 a.
________. A palavra e o discurso. In.: Semiótica: objetos e práticas. Ivã Carlos Lopes e Nilton Hernandes (org.). – 2. ed.,1a reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2017 b.
QUADROS, R. M.; KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artimed, 2004.
QUADROS, R. M.; SCHMIEDT, M. L. P. Idéias para ensina português para alunos surdos. Brasília: MEC, SEESP, 2006.
QUADROS, R. M. Aquisição das Línguas de Sinais. In.: Estudos Surdos IV. Ronice Muller de Quadros e Marianne Rossi Stumpf (organizadoras). – Petrópolis, RJ: Arara Azul, 2009.
QUADROS, R. M.; PIZZIO, A. L.; Rezende, P. L. F. Língua Brasileira de Sinais I. Florianópolis-SC, 2009. Disponível em < http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/linguaBrasileira
DeSinaisI/assets/459/Texto_base.pdf >. Aceso em 06/12/2018.
SANTAELLA, L. O que é semiótica? São Paulo: Brasiliense, 1983. (Coleção Primeiros Passos, 103).
SILVA, J. P. Construção imagética do texto: Contribuições da teoria da iconicidade verbal para uma tradução intermodal e intersemiótica/interlingual. São Paulo, 2011. Monografia. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Especialização em Interpretação/Tradução em LIBRAS - Português. Orientador: Ana Luiza Gomes Pinto Navas.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.