Letramento Visual: Um Possível Caminho Para a Criança Surda Chegar à Escrita

Autores

Agências de fomento
Edital 9/2015 – PROBIC/FAPEMIG /UFOP

Palavras-chave:

Letramento Visual. Libras. LP2

Resumo

Este artigo propõe  apresentar uma reflexão sobre o Projeto de Iniciação Científica vinculado ao Departamento de Letras da UFOP, realizado no ano de 2016, que objetivou investigar o ensino da Língua Portuguesa (LP) como segunda língua, a partir do uso da Língua de Sinais (LS) como base comunicativa, em uma escola da Rede Municipal de Ensino da cidade de Mariana-MG, que possuía 2 (dois) alunos surdos incluídos nas séries iniciais do ensino fundamental. Assim, foi determinante ao projeto que todo o processo de ensino-aprendizagem da LP para surdos fosse realizado, inicialmente, com o ensino da LS e, a partir daí, construíssem possibilidades quanto ao uso da LP escrita. Intencionou-se um trabalho diferenciado ao propor sua realização em sala de aula e com a participação de crianças surdas. O ensino-aprendizagem se desenvolveu apoiado sobre a Libras e sem a intermediação do intérprete. A metodologia adotada foi de cunho etnográfico, nesse sentido, buscou-se  triangular os dados, o método e a teoria.  Acompanhando o processo dinâmico que envolveu a abordagem, concluiu-se que o constante apoio de recursos visuais são ferramentas fundamentais que irão conferir  embasamento ao processo de desenvolvimento de aquisição da LS e, consequentemente, o despertar da consciência para compreender e assimilar os processos de aquisição da LP, de tal  forma a contribuir para um aprendizado significativo.

Biografia do Autor

Dayse Garcia Miranda, Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP

Doutoranda em Estudos de Linguagens - CEFET/MG , Mestre em Educação pela FaE/UFMG. Pós-Graduação em Educação Inclusiva pela FJP/MG. Psicologia - FCH/FUMEC.
Professora da UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto . departamento de Letras. Lecionou , em curso da Graduação, na PUCMINAS. Lecionou , em curso de Graduação, na UEMG. Lecionou , em
curso de Pós-Graduação, na Faculdade Pitágoras Atuou no Centro de Atendimento a Profissionais da Educação na área da Surdez- CAS/SEE-MG, com capacitação e formação
de intérprete de Língua de Sinais. Atuou como Assessora de RH da Congregação dos Deficientes Auditivos de Beagá - CODABE. Atuou como intérprete de Língua de Sinais
da REDE MINAS/ Secretaria do Estado da Cultura de MG e no Ensino Superior. É membro do Núcleo de Estudos de Libras, Surdez e Bilinguismo, NELiS, que conta com a
participação atualmente de pesquisadores de outras Universidades.Conhecimento na área da surdez sendo: Educação Especial , Inclusiva e Bilinguismo. Língua de Sinais (
proficiência). Português como L2. Avaliação , formação e capacitação de intérprete e tradutores do Par-linguístico Libras/Português. Sala de aula bilíngue. Alunos Surdos.
Intérprete Educacional

Referências

ALBRES, N. A. Português... eu quero ler e escrever: material de didático para usuários de libras. São Paulo: IST, 2010.

BARBOSA, E. R. A. “Navegando no universo surdo: a multimodalidade a favor do ensino de português como Segunda Língua em um curso EAD”. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da UFMG/FALE, 2016.

CAMPELLO, A.R.S. “Pedagogia Visual / Sinal na Educação dos Surdos”. In: Estudos Surdos II. (Org). QUADROS. R.; PERLIN, G. Rio de Janeiro: Editora Arara Azul, 2008.

GESSER, A. Libras? Que língua é essa? São Paulo: Parábola, 2009.

GESUELI, Z. e MOURA. L. “Letramento e surdez: a visualização das palavras”. ETD – Educação Temática Digital, Campinas, v.7, n.2, p.110-122, jun. 2006.

KLEIMAN, A. “Modelos de letramentos e as práticas de alfabetização na escola”. In: KLEIMAN, A (Org). Os significados do letramento: uma perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 1995.

______ . “Letramento e suas implicações para o ensino de língua materna”. Signo. Santa Cruz do Sul, v. 32 n 53, p. 1-25, dez, 2007.

KRESS, G. A. “Social – Semiotic Theory of Multimodality”. In: Multimodality: A Social Semiotic Approach to Contemporary Communication. USA and Canada: Routledge, 2010.

KRESS, G.; VAN LEEUWEN, T. Reading images: the grammar of visual design. New York: Routledge, 1996.

LACERDA, C. B. F.; LODI, A. C. B. A inclusão escolar bilíngue de alunos surdos: princípios, breve histórico e perspectivas. Uma escola, duas línguas. (Org.) LACERDA, C. B. F.; LODI, A. C. B. Porto Alegre: Editora Mediação, 2009.

LEBEDEFF, T. B. “Alternativas de letramento para crianças surdas: uma discussão sobre o shared reading program”. UPF – GT: Educação Especial / n. 15. 2007 Agência Financiadora: CAPES

______. “Aprendendo a ler ‘com outros olhos’: relatos de oficinas de letramento visual com

professores surdos”. Cadernos de Educação | FaE/PPGE/UFPel | Pelotas [36]: 175 - 195, maio/agosto 2010.

LODI, A.C.B. “A leitura como espaço discursivo de construção de sentidos: oficinas com surdos”.. Tese de Doutorado em Linguística Aplicada. PUC-SP, 2004.

PEREIRA, M.C.C. O papel da língua de sinais na aquisição da escrita por estudantes surdos. Secretaria da Educação, CENP/CAPE-SP, 2009.

QUADROS, R. M. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artmed, 1997.

______. Língua de Sinais: instrumento de avaliação. Porto Alegre: Editora Artmed. 2010.

SALLES, H.; FAULSTICH, E.; CARVALHO, O.; RAMOS, A. Ensino de língua portuguesa para surdos. Brasília: MEC, SEESP, 2004.

SOARES, M. Alfabetização e letramento. São Paulo: Editora Contexto. 2017, 7ª ed.

ROJO, R. H. R. “Letramento escolar, oralidade e escrita em sala de aula: diferentes modalidades ou gênero do discurso?” In: SIGNORINI. I. (Org.). Investigando a relação oral/escrito e as teorias do letramento. Campinas: Mercado de Letras, 2001.

______. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Editora Parábola, 2009.

SKLIAR, C. A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação, 1998.

______ (Org.). Atualidade da educação bilíngue para surdos. Porto Alegre: Mediação. 1999, 2ª ed, 2v.

______. “Perspectivas políticas e pedagógicas da educação bilíngue para surdos”. In: SILVA, S.; VIZIM, M. Educação Especial: múltiplas leituras e diferentes significados. Campinas: Mercado de Letras/ALB, 2001.

STROBEL, K. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis: Ed. UFSC, 2009.

TAVIEIRA, C. e ROSADA, L. “Por uma compreensão do letramento visual e seus suportes: articulando pesquisas sobre letramento, matrizes de linguagem e artefatos surdos” In: Espaço, n.39, jan./jun. Rio de Janeiro, 2013.

Downloads

Publicado

29-01-2020

Como Citar

MIRANDA, D. G. Letramento Visual: Um Possível Caminho Para a Criança Surda Chegar à Escrita. Línguas & Letras, [S. l.], v. 20, n. 48, 2020. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/23686. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ: LÍNGUAS DE SINAIS – CONQUISTAS E DESAFIOS