SERÁ A FLOR AINDA BONITA DEPOIS DE HORAS E HORAS FECHADA NUM BOLSO? SOBRE REPRESENTAÇÕES, IDEALIZAÇÕES E DECEPÇÕES EM AUGUSTO ABELAIRA

Autores

  • Daniel Marinho Laks
Agências de fomento
CAPES

Palavras-chave:

Augusto Abelaira, Intelectual de letras, Neo-realismo

Resumo

O presente artigo propõe uma leitura do projeto artístico-intelectual do escritor português Augusto Abelaira, a partir dos romances A Cidade das Flores e Bolor, para situa-lo no panorama do neo-realismo português e da resistência intelectual ao fascismo. A expressão das idealizações e decepções na obra de Abelaira apontam para uma direção contrária àquela identificada com o realismo socialista e com o que se convencionou chamar neo-realismo doutrinário em Portugal antes da emergência pública da polêmica entre os que defendiam um primado do conteúdo e uma outra resposta estética que problematiza a primazia de um modelo especular. Assim, nunca houve uma homogeneidade interna nem estética e nem teórica no movimento. A emergência pública deste debate traduz uma controvérsia que não se confina à estética, mas que é, na sua dimensão mais profunda, teórica e política. O objetivo do trabalho é demonstrar os procedimentos de escrita de Augusto Abelaira como técnicas suscetíveis para representar concepções de vida e de mundo capazes de traduzir uma encomenda social, que são, em última análise, programas de escrita adequados para as transformações vislumbradas. Dessa maneira, não há um único programa de escrita neo-realista, mas existe uma estética neo-realista que é o próprio neo-realismo literário cuja obra de Augusto Abelaira ajuda a compor.

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Publicado

17-12-2014

Como Citar

LAKS, D. M. SERÁ A FLOR AINDA BONITA DEPOIS DE HORAS E HORAS FECHADA NUM BOLSO? SOBRE REPRESENTAÇÕES, IDEALIZAÇÕES E DECEPÇÕES EM AUGUSTO ABELAIRA. Línguas & Letras, [S. l.], v. 15, n. 30, 2014. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/9979. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Estudos Literários