2024-03-29T13:55:02Z
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2008-03-28T18:23:12Z
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TRANSGREDINDO A NORMA: UM ESTUDO COMPARATIVO...
Brodbeck, Jane
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O presente ensaio trata do processo de indefinição que o pósmodernismo
acarreta em relação às formas e gêneros literários. A partir da
estética pós-modernista, as fronteiras que classificavam os gêneros seguindo
as regras aristotélicas, tornam-se cada vez mais imprecisas de tal forma
que um ensaio pode apresentar características de narrativa bem como a
ficção mistura-se com a informação contida em textos não-ficcionais. Partindo-
se dos ensinamentos de Linda Hutcheon quanto a uma nova configuração
na ficção contemporânea, analisa-se três contos de autores pertencentes
ao grupo de escritores pós-modernos, repectivamente “Perdido no
túnel do terror”, de John Barth, “Anotações sobre Macedonio num diário”,
de Ricardo Piglia e “Tema del traidor y del héroe” , de Jorge Luis Borges. O
estudo comparativo dos três contos revela uma estética voltada a
autoreferencialidade, justificando o termo utilizado por Hutcheon de narrativa
narcísica, a qual se volta para o processo da construção literária,
intercalando o texto ficcional com artifícios da metaficção. Uma das conseqüências
mais marcantes dessa nova estética é a (re) definição do papel do
leitor de mero espectador passivo para um leitor atuante e necessário neste
jogo que se estabelece entre o texto e leitor. Dessa forma, a visão autoritária
que se tinha do autor dá lugar a um processo democrático em que o leitor
torna-se peça fundamental nas relações dialógicas que se estabelecem entre
o universo ficcional das personagens e o universo do leitor.
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2007-10-10 13:14:48
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Línguas & Letras; v. 7 n. 13 (2006)
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EÇA DE QUEIRÓS POR ANTONIO CANDIDO:“ENTRE CAMPO E CIDADE”
Augusto, Antonio Nery
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RESUMO: Em 1945, na ocasião do centenário do nascimento de Eça de Queirós,
Antonio Candido escreveu um artigo intitulado “Entre Campo e Cidade”, no
qual propôs uma interpretação para a obra completa do autor português. O
texto fora publicado no Livro do centenário de Eça de Queiroz e posteriormen-
te, em 1964, coligido no volume Tese antítese. “Entre campo e cidade” ainda
hoje é importantíssimo para a compreensão da obra queirosiana, pois estabele-
ce um contraponto à crítica tradicional canônica que, quase sempre, exigiu um
posicionamento ideológico claro de Eça frente a diversos temas e entendeu
tudo aquilo que fora escrito depois de Os Maias (1888) como produções
desviadas da melhor inspiração crítica realista percebida em obras anteriores
como O crime do padre Amaro (1871) e O primo Basílio (1886). Candido
propõe uma leitura dos escritos de Eça de Queirós a partir da perspectiva
dialética, fato que, além de superar a concepção polarizada do Eça esquerdista
das primeiras obras versus o Eça direitista dos textos derradeiros – posições que
direta ou indiretamente a crítica tradicional sempre veiculou - supõe a liberda-
de de criação autoral sem a necessária adesão a esta ou aquela vertente ideoló-
gica. Como atualmente a produção queirosiana ainda é alvo da polarização
interpretativa, “Entre campo e cidade” torna-se, de fato, atualíssimo, principal-
mente àqueles que buscam a revisão da crítica literária canônica que, em muitos
casos, fechou-se em interpretações cristalizadas e relegou este ou aquele escri-
tor ou, no caso de Eça, esta ou aquela obra ao limbo da “má” literatura. O
presente trabalho pretende mostrar as particularidades do texto de Antonio
Candido, bem como sua interessante proposta ao analisar as obras de Eça de
Queirós, principalmente aquelas escritas na última década de vida do autor.
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Línguas & Letras; v. 7 n. 13 (2006)
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ROBERTO SCHWARZ E O POBRE NA LITERATURA BRASILEIRA
Spalding, Marcelo
RESUMO: Apesar da péssima distribuição de renda do Brasil e das diversas
RESUMO:
representações literárias sobre o tema, na crítica literária brasileira não há
muitos estudos marxistas, muito menos sobre a pobreza ou o pobre. Isso
não impede que um dos mais importantes críticos literários do país, Roberto
Schwarz, trabalhe com o materialismo e o conceito marxista de classe soci-
al, estudando especialmente o pobre na literatura brasileira. O crítico, que
teve como mestre Antônio Cândido e recorre a sua dialética a todo momen-
to, trabalha com o conceito marxista de classe social desde seu primeiro
ensaio sobre Machado de Assis, Ao vencedor as batatas, publicado em
1977. Em 1983, já num período de redemocratização política no Brasil,
Schwarz organiza uma antologia titulada Os pobres na literatura brasileira,
onde consta um ensaio seu sobre a personagem Dona Plácida como repre-
sentação típica da pobreza social na literatura. Este ensaio será retomado
em Um mestre na periferia do capitalismo, de 1990, continuação do estudo
machadiano. É neste estudo, em que há um capítulo especialmente dedica-
do aos pobres, que Schwarz propõe que a viravolta machadiana da primei-
ra para a segunda fase de seus romances é de ordem ideológica, mais do
que técnica. Mais tarde, em 1997, o crítico ainda se envolve com a produ-
ção do romance Cidade de Deus, onde os protagonistas são todos pobres e
ao qual o crítico saúda como um “acontecimento”. Sua obra, dessa forma,
é uma clara evidência de que se pode, sim, estudar a relação entre literatura
e sociedade a partir da prosa brasileira.
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ESPELHO/ESPAÇO:TOPOANÁLISE DO CONTO O ESPELHO DE MACHADO DE ASSIS
Borges Filho, Oziris
www.oziris.pro.br
Barbosa, Brígida Alves Leal
Este artigo analisa o conto "O espelho", de autoria de Machado de Assis, do ponto de vista da categoria do espaço. Dessa maneira, nossa análise centra-se nas questões do espelho, da casa urbana e da casa na fazenda. A personagem envolvida por esses três espaços tenta resolver-se, superando o conflito dialético entre interior e exterior.
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O PENSAMENTO DIALÉTICO DE ANTONIO CANDIDO E SUAS CONTRIBUIÇÕES À LITERATURA COMPARADA NO BRASIL
Porto, Ana Paula
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Porto, Luana Teixeira
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Este trabalho apresenta reflexões sobre o pensamento dialético de
Antônio Candido e suas contribuições à Literatura Comparada no Brasil. O
estudo caracteriza-se como pesquisa analítica e toma como referência fundamental
a obra Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos para
discutir concepções inerentes à literatura e ao posicionamento crítico do
ensaísta brasileiro. A obra de Candido é abordada procurando-se compreender
o raciocínio apresentado pelo autor em sua tese sobre a constituição da
literatura brasileira, a fim de discutir como o texto do autor relaciona-se aos
estudos de literatura baseados em uma concepção comparatista. A obra de
Candido, além de constituir avanços significativos na história da crítica literária
no Brasil, colabora na reavaliação de conceitos imanentes aos estudos
de literatura, propondo abordagens teóricas próprias e voltadas para a produção
local. A investigação salienta que, muito além de referir-se a um método
de estudo do texto literário, a posição de Candido alude a uma perspectiva
dinâmica de crítica, a da observação à relação entre a obra e o seu
condicionamento social, avaliando-se os vínculos entre este e aquela para se
chegar a uma interpretação do texto literário, a qual não é mais pautada
exclusivamente na análise da estrutura interna da obra. Candido, ao propor
um método de investigação literária, reflete sobre a relação da literatura
brasileira com a européia e introduzir a disciplina literatura comparada na
Universidade de São Paulo, em 1961, já exprime seu interesse e respeito pelos
estudos comparatistas, e, além disso, assinala um momento decisivo no campo
das pesquisas literárias comparatistas brasileiras.
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DORIS LESSING’S “LITTLE TEMBI” AND POST-COLONIAL CRITICISM
Casagrande, Sarah
Bonnici, Thomas
Colonial strategies, including degradation and the othering of the colonial subject are analyzed in the short story “Little Tembi” by Doris Lessing. The manner an African boy is othered by white plantation owners and his resistance against the colonial and apartheid system through sly civility and crime are investigated.
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OLHARES DIALÓGICOS SOBRE O PASSADO EM VIGILIA DEL ALMIRANTE (1992), DE AUGUSTO ROA BASTOS
Fleck, Gilmei Francisco
O romance histórico, como texto híbrido, possibilita a confluência da história, ficção e memória na busca da revisão do passado. Uma revisão crítica do descobrimento da América, sob a perspectiva do colonizado, é o objetivo maior ao qual se propõe o romancista paraguaio Augusto Roa Bastos ao longo da sua obra Vigilia del Almirante (1992), que aqui abordaremos. Tal revisão se dá, entre outros meios, na medida em que o autor busca contrapor a hegemonia da cultura letrada, introduzida pelo Almirante, à cultura oral dos povos autóctones. Olhares dialéticos permitem ao romancista registrar outras “verdades” além daquelas consagradas pela história oficial.
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