Avaliação em larga escala e BNCC: estratégias para o gerencialismo na educação

Autores

  • Marijane Zanotto Universidade Estadual do Oeste do Paraná
  • Simone Sandri

DOI:

https://doi.org/10.48075/rtm.v12i23.21409
Agências de fomento

Palavras-chave:

Políticas de Avaliação. Políticas Curriculares. Gerencialismo.

Resumo

O artigo tem o objetivo de analisar a relação entre políticas de avaliação em larga escala e a Base Nacional Comum Curricular - BNCC, no sentido de identificar elementos do gerencialismo, nas dimensões do controle e dos resultados educacionais. Apresentamos a seguinte problemática: quais os conteúdos presentes nas políticas de avaliação em larga escala e curriculares que se aproximam da perspectiva gerencial, nas dimensões do controle e dos resultados da educação? Desenvolvemos uma pesquisa qualitativa, com a utilização de fontes bibliográficas e documentais. Sobre os procedimentos metodológicos, dividimos o estudo em dois momentos: analisamos bibliografias referentes ao Estado, políticas públicas de avaliação, políticas curriculares e perspectiva gerencial na educação; identificamos no conteúdo da BNCC, elementos do gerencialismo e os relacionamos com as políticas de avaliação em larga escala. No artigo, sistematizamos essas etapas metodológicas em duas seções. Nas considerações finais, indicamos como principais resultados do nosso estudo, que a criação de uma base curricular se justifica pela necessidade de intensificação do controle, por parte do Estado, do trabalho pedagógico desenvolvido na escola e do conteúdo a ser ensinado aos alunos, a fim de ajustar o ensino e aprendizagem ao rol de competências e habilidades solicitadas pelos indicadores das avaliações em larga escala. Sob a ótica da BNCC, a finalidade da educação básica passa a ser a mensuração de resultados via processos de avaliações como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes e as avaliações nacionais em larga escala, como a Prova Brasil.

Biografia do Autor

Marijane Zanotto, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Doutora em Políticas Públicas e Formação Humana – UERJ.  Professora na Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus Cascavel.

Simone Sandri

Doutra em Educação – UFPR. Professora na Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus Cascavel.

Referências

AFONSO, Almerindo Janela. Avaliação educacional: regulação e emancipação. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2009.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB. Aprovada pela lei 9.393 em 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm>.

BRASIL. Lei n. 10.172 de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/L10172.pdf>. Acesso em: 24/10/2017.

BRASIL. SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica. In.: INEP – Instituto Nacional de Pesquisas em Educação Anísio Teixeira – Ministério da Educação. 2017. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/guest/educacao-basica/saeb>. Acesso em: 06/12/2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base. 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf> Acesso em: 27/04/2018.

DOURADO, Luiz Fernandes. OLIVEIRA, João Ferreira de. Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os impactos nas políticas de regulação e avaliação da educação superior. In: AGUIAR, Márcia Angela. DOURADO, Luiz Fernandes. (Orgs). A BNCC na contramão do PNE 2014-2024: avaliação e perspectivas. [Livro Eletrônico]. Disponível em: <http://www.anpae.org.br/BibliotecaVirtual/4-Publicacoes/BNCC-VERSAO-FINAL.pdf>. Acesso em 06 de julho de 2018.

FREITAS, Luiz Carlos. Crítica da organização do trabalho pedagógico e da didática. 5. ed. Campinas, SP: Papirus, 1995.

FREITAS, Luiz Carlos. Responsabilização, meritocracia e privatização: como conseguiremos escapar ao neotecnicismo? In: PINO, Ivany R.; ZAN, Dirce D. Pacheco e (Org). Plano Nacional da Educação (PNE): questões desafiadoras e embates emblemáticos. Brasília, DF: Inep, 2013

FREITAS, Luiz Carlos.; SORDI, Mara Regina Lemes de.; MALAVASI, Maria Márcia Sigrist.; FREITAS, Helena Costa Lopes de. Avaliação educacional: caminhando na contramão. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

FRIGOTTO, Gaudêncio. O enfoque da dialética materialista histórica na pesquisa educacional. In: FAZENDA, Ivani (Org,). Metodologia da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 2001.

FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo real. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2010.

FRIGOTTO, Gaudêncio. Os circuitos da histórica e o balanço da educação no Brasil na primeira década do século XXI. In: CIAVATTA, Maria (Org). Gaudêncio Frigotto: um intelectual crítico nos pequenos e nos grandes embates. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012. p. 117-138.

GAULEJAC, Vincent de. Gestão como doença social: ideologia, poder gerencialista e fragmentação social. São Paulo: Ideias e Letras, 2007.

GENTILI, Pablo. Neoliberalismo e educação: manual do usuário. Disponível em: <http://firgoa.usc.es/drupal/node/3036>. Acesso em 29/08/2018.

IANNI, Octavio. Estado e capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 2004.

MANCEBO, Deise. Indivíduo e Psicologia: gênese e desenvolvimentos atuais. In: MANCEBO, Deise; VILELA, Ana Maria Jacó. (Org). Psicologia Social: abordagens sócio-históricas e desafios contemporâneos. 2. ed. Rio de Janeiro, 2004.

MANFREDI, Silvia Maria. Trabalho, qualificação e competência profissional: das dimensões conceituais e políticas. In: Educação e Sociedade, vol. 19, n. 64, Campinas-SP, 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73301998000300002&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em 20 de maio de 2015.

NAGEL, Lizia Helena. Avaliação, sociedade e escola: fundamentos para reflexão. Curitiba, Secretaria de Estado da Educação – SEED/PR, 1985.

SAVIANI, Dermeval. Educação Escolar, Currículo e Sociedade: o problema da Base Comum Curricular. Movimento: Revista de Educação. Faculdade de Educação – Programa de Pós - Graduação em Educação. Universidade Federal Fluminense. Ano 3. n.4. 2016.

SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2. ed., 8. reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

SILVA, Monica Riberio. BERNARDIM, Márcio Luiz. Políticas Curriculares para o Ensino Médio e para a Educação Profissional: propostas, controvérsias e disputas em face das proposições do Documento Referência da Conae 2014. In: Jornal de Políticas Educacionais, n. 16, Jul-Dez de 2014, p. 23-35. Disponível em: <http://www.jpe.ufpr.br/n16_3.pdf>. Acesso em: julho de 2015.

SILVA, Monica Ribeiro. Currículo, ensino médio e BNCC: um cenário de disputas. In: Revista Retratos da Escola, Brasília, v.9, n.17, p.367-379, jul./dez., 2015. Disponível em: .

O’DONNELL, Guillermo. I. Revista de Cultura e Política. CEDEC: Paz e Terra, n. 3, Nov, 1980.

TUMOLO, Paulo Sergio; FONTANA, Klalter Bez. Trabalho docente e capitalismo: um estudo crítico da produção acadêmica da década de 1990. In: Revista Educação e Sociedade, vol. 29, num. 102, jan-abr, 2008, p. 159-180.

ZANOTTO, Marijane. A articulação entre avaliação institucional e avaliação do ensino-aprendizagem: limites e perspectivas. In: Simpósio Nacional de Educação, 2/ Semana de Pedagogia, 21, Cascavel/PR: UNIOESTE, 2010. Anais. Disponível em: <http://cac-php.unioeste.br/eventos/iisimposioeducacao/anais/trabalhos/240.pdf>. Acesso em: 05/03/2017

Downloads

Publicado

29-12-2018

Como Citar

ZANOTTO, M.; SANDRI, S. Avaliação em larga escala e BNCC: estratégias para o gerencialismo na educação. Temas & Matizes, [S. l.], v. 12, n. 23, p. 127–143, 2018. DOI: 10.48075/rtm.v12i23.21409. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/temasematizes/article/view/21409. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Desafios da Formação Docente na Universidade Pública