Entre o público e o privado: rituais no processo de luto parental

Autores

  • Ana Maria Rodrigues Franqueira

DOI:

https://doi.org/10.48075/rtc.v26i51.22989
Agências de fomento

Palavras-chave:

luto, morte, rituais.

Resumo

O presente artigo é parte de pesquisa mais ampla sobre o processo de luto de pais que perderam filhos por acidente de trânsito. O objetivo deste estudo foi investigar o papel dos rituais no processo de luto de pais que passaram por esta experiência. Foram entrevistados 10 sujeitos, dois pais e oito mães. As entrevistas foram analisadas pelo método de análise de conteúdo. Os resultados obtidos indicam a privatização da experiência do processo de luto: o que era antes uma experiência pública, atualmente é vivenciada por meio de rituais reservados, de forma solitária e individual. Os pais enlutados criam rituais e práticas, particulares e originais, mas ao mesmo tempo repletas de sentido, de forma a manter o vínculo com seus filhos falecidos. Alguns entrevistados construíram memoriais nos locais dos acidentes com o objetivo de tornar visíveis suas perdas, deslocando o sofrimento da esfera privada para a pública e gerando uma experiência compartilhada. Foi ressaltada ainda a importância da participação de familiares e amigos nos rituais fúnebres, um fator de proteção para o desenvolvimento do processo de luto saudável.

Biografia do Autor

Ana Maria Rodrigues Franqueira

Graduada pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), mestre e doutora em Psicologia pela PUCRio, psicóloga clínica.

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Publicado

31-07-2019

Como Citar

FRANQUEIRA, A. M. R. Entre o público e o privado: rituais no processo de luto parental. Tempo da Ciência, [S. l.], v. 26, n. 51, p. 59–72, 2019. DOI: 10.48075/rtc.v26i51.22989. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/tempodaciencia/article/view/22989. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: A morte, os mortos e o morrer: teorias de ritual