Visões do Império: A visualidade da África colonial na literatura de H. Rider Haggard (1856-1925)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36449/rth.v24i1.22334
Agências de fomento
Universidade Federal do Paraná, Programa de Pós-Graduação em História, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

Palavras-chave:

História e Literatura; História da África; H. Rider Haggard.

Resumo

Na chamada Era dos Impérios do século XIX, os romances de H. Rider Haggard (1856-1925) alcançaram expressividade no mercado editorial, pois, ao enredarem tramas ambientadas no sul da África, informavam a imaginação de muitos dos seus leitores e leitoras acerca da ocupação de outros territórios, dos encontros interétnicos e interculturais tramados nas fronteiras geopolíticas dos interesses coloniais. Este artigo concentra-se na visualidade da África colonial em dois romances de Rider Haggard, Swallow (1899) e The Ghost Kings (1908). A ênfase da análise recai sobre as imagens e ilustrações que acompanhavam estes romances, compreendendo-as como elementos associados à dimensão política da ficcionalidade, em especial, os códigos visuais que se entrecruzam aos imaginários e estereótipos relacionados aos territórios sul-africanos.

Biografia do Autor

Evander Ruthieri da Silva, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

Doutor em História pela Universidade Federal do Paraná, com período sanduíche na University of Exeter (Reino Unido). Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Atualmente, professor colaborador no Departamento de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Referências

ABREU, Márcia. História dos textos, história dos livros e das práticas culturais. In: CHARTIER, Roger. Formas e sentido – cultura escrita: entre distinção e apropriação. Campinas: Mercado de Letras, 2003.

ANDERSON, Catherine. Red Coats and Black Shields: Race and Masculinity in British Representations of the Anglo-Zulu War. Critical Survey, v.20, n.3, 2008, pp.6-28.

ANSART, Pierre. A gestão das paixões políticas. Curitiba: UFPR, 2019.

ARBEX, Márcia. Intertextualidade e intericonicidade. In: ARBEX, M.; OLIVEIRA, L.C.V. (org.). I Colóquio de Semiótica. Belo Horizonte: UFMG, 2003.

ARENDT, Hannah. Sobre a revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

BACZKO, Bronislaw. A imaginação social. In: LEACH, Edmund, et al. (org).. Anthropos-Homem. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1985.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BALANDIER, Georges. A situação colonial: abordagem teórica. Cadernos CERU, v.25, n.1, 2014, pp. 33-58.

BRANTLINGER, Patrick. Victorians and Africans: The Genealogy of the Myth of the Dark Continent. Critical Inquiry, v.12, n.1, 1985, pp.166-203.

BRESCIANI, Maria Stella. A compaixão na política como virtude republicana. In: BREPOHL, Marion; CAPRARO, André Mendes; GARRAFONI, Renata Senna (orgs.). Sentimentos na história: linguagens práticas, emoções. Curitiba: UFPR, 2012.

CHARTIER, Roger. Textos, impressão, leituras. In: HUNT, Lynn (org.). A Nova História Cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

CLARK, Sarah. Regeneration of Empire: Agrarian Vision and Philantropic Colonisation in H. Rider Haggard’s Novels. Tese de Mestrado em Literatura Inglesa. Wellington: Victoria University, 2017.

CLARKE, Clare. Late Victorian Crime Fiction in the Shadows of Sherlock. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2014.

CURRAN, Andrew. The Anatomy of Blackness: Science and Slavery in an Age of Enlightenment. Nova York: Johns Hopkins University, 2013.

ETHERINGTON, Norman. The Great Treks: The Transformation of Southern Africa (1815-1854). Londres: Routledge, 2013.

GOMBRICH, Ernest. Arte e ilusão: um estudo da psicologia da representação pictórica. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

HAGGARD, H. Rider. Swallow, a tale of the Great Trek. Nova York: Longmans, Green and Co., 1899.

HAGGARD, H. Rider. The Ghost Kings. Londres: Cassel and Company, 1908.

HOBSBAWM, Eric. A era dos impérios, 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2014.

HOLTERFOFF, Kate. Ethics and the Digital Archive: The Case for Visualizing H. Rider Haggard. Journal of Victorian Culture, 2013, s.n., s.p.

HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos: uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

LABAND, John. Historical Dictionary of the Zulu Wars. Lanham: Scarecrow Press, 2009.

LANDAU, Paul. Empires of the Visual: Photography and Colonial Administration in Africa. In: LANDAU, Paul S.; KASPIN, Deborah D. (orgs.) Images and Empires: Visuality in Colonial and Postcolonial Africa. Berkeley: University of California Press, 2002.

LEE, Todd. The Fiction of Difference: The Afrikaner in British Adventure Fiction. UCLA Historical Journal, v.18, 1999, pp.1-26

MARTINS, Ana Paula Vosne. Bondade, substantivo feminino: esboço para uma história da benevolência e da feminilização da bondade. História: Questões & Debates, n.59, julho-dezembro de 2013, pp.143-170.

MCCLINTOCK, Anne. Couro Imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas: UNICAMP, 2010.

MILANEZ, Nilton. A disciplinaridade dos corpos: o sentido em revista. In: SARGENTINI, Vanice; NAVARRO, Pedro (orgs.). M. Foucault e os domínios da linguagem: discurso, poder, subjetividade. São Carlos: Claraluz, 2004.

MUDIMBE, Valentim Y. A idéia de África. Lisboa: Mangualde, 2013

MUDIMBE, Valentim Y. A invenção da África: gnose, filosofia e a ordem do conhecimento. Lisboa: Mangualde, 2013.

NAXARA, Márcia Regina Capelari. Cientificismo e sensibilidade romântica. Brasília: UNB, 2004.

RANGEL, Terence. Iniciativas e resistências africanas em face da partilha e da conquista. In: BOAHEN, Albert Adu (org.). História Geral da África: África sob dominação colonial, 1880-1935. Brasília: UNESCO, 2010.

RICHARDS, Jeffrey (org.). Imperialism and Juvenile Literature. Manchester: Manchester University Press, 1987.

RICHNER, Emil J. The historiographical development of the concept 'mfecane' and the writing of Early Southern African History, from the 1820s to 1920s. Dissertação de Mestrado. Grahamstown: Rhodes University, 2005.

SAID, Edward. Cultura e imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

SCHREUDER, Deryck. The Imperial Historian as Colonial Nationalist: George McCall Theal and the Making of South African History. In: MARTEL, Gordon (org.). Studies in British Imperial History. Nova York: Palgrave Macmillan, 1986.

SILVA, Evander Ruthieri da. H. Rider Haggard, imaginação literária e sensibilidade política: Jess (1887) e a perda do Transvaal (África do Sul). Fênix: Revista de História e Estudos Culturais, v.15, n. 1, 2018, pp. 1-23.

STADLER, Naiara Batista Krachenski. Em busca das colônias perdidas: a visualidade da propaganda do Movimento Neocolonial Alemão (1925-1943). Dissertação de Mestrado em História. Curitiba: UFPR, 2015.

VENÂNCIO, Giselle Martins. A arte no tempo: por uma perspectiva sócio-cultural dos objetos artísticos. Fênix: Revista de História e Estudos Culturais, v.3, n.4, 2006, pp. 1-15.

VENAYRE, Sylvain. Une histoire des representations: l’aventure lointaine dans la France des annés 1850-1940. Cahiers d’histoire. Revue d’histoire critique, n.84, 2001, pp.93-112.

Downloads

Publicado

23-10-2020

Como Citar

DA SILVA, E. R. Visões do Império: A visualidade da África colonial na literatura de H. Rider Haggard (1856-1925). Tempos Históricos, [S. l.], v. 24, n. 1, p. 238–264, 2020. DOI: 10.36449/rth.v24i1.22334. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/temposhistoricos/article/view/22334. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos