ANÁLISE DA OBRA DE MELISSA PANARELLO: A QUESTÃO DO FALAR DE SI E A EMERGÊNCIA DO EU NAS PRODUÇÕES DE SUBJETIVIDADE

Resumo

O trabalho fala sobre a análise da obra 100 escovada antes de ir para a cama da autora italiana Melissa Panarello. No início, é feita uma análise literária com autores - como Cândido (1980) e a função estética, Gardner e o embate da ficção e a verossimilhança se confrontando com potência (1997), Lodge (2009) e o narrador enquanto sujeito de sua própria história, Lukács (2000) e a literatura moderna com novos sujeitos emergindo como heróis romanescos, Reis e Lopes (1988) sobre a autodiegética como narrativa - que tem seus conceitos utilizados no decorrer da pesquisa, com o objetivo de entender a emergência do sujeito da pesquisa. Outras questões como o falar de si e também as produções de subjetividades são desenvolvidas no texto através de autores de uma vertente pós-estruturalista como Barthes (1991), Deleuze (1996; 2010), Foucault (1972; 1989) e Guattari (1992; 1996). Com esse corpus de pesquisa e autores, pretendemos obter um olhar não fechado, mas que permita inúmeras entradas e saídas dentro do texto, como a emergência de novas questões, para que não esgote a pesquisa. A obra literária também foi adaptada para o formato de produto audiovisual, transformando o modo de experimentar o estado da arte do produto inicial. É uma produção marcante, e que juntamente com o livro, que se apresenta como um diário ficcional, vem até nós através da estética e do modo de experimentar, seja na narrativa do livro, ou no roteiro da película, um momento único e diferenciado, principalmente no tempo presente onde as questões identitárias e a forma que se consomem corpos e se fabricam sujeitos se demonstram cada vez mais fragmentárias. Essa problematização nos leva enquanto autores a uma busca de um olhar a ser educado, seja através da escrita, da leitura, ou até mesmo das visualidades.