Vossas Excelências, vocês ficaram ofendidos?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v14i1.24170
Agências de fomento

Palavras-chave:

Argumentação, Direito, Formas de tratamento, Interação comunicativa.

Resumo

A variação nas formas de tratamento da segunda pessoa do discurso dá margem a várias discussões (ainda) hoje. Com o conhecimento das bases teóricas que fundamentam a visão da ecologia da interação comunicativa (COUTO, 2014), este trabalho discute – sob a perspectiva do ecossistema social da língua – estratégias argumentativas e interacionais utilizadas por profissionais do Direito para justificar o uso de formas de tratamento em uma sentença judicial disponibilizada em sítios da internet e, em outro caso, durante uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF). Com base no arcabouço teórico proposto por Couto et al. (2016), a partir de uma perspectiva multimetodológica, embasada na Linguística Ecossistêmica Crítica (LEC), nas perspectivas das teorias da Sociolinguística Interacional, com autores como Kerbrat-Orecchioni (2006), Irvine (1978) Grácio (2010), Blommaert (2014), Ochs (1979), Levinson (1992), que envolvem conceitos sobre argumentação e da Análise da Conversação, o corpus foi analisado especificamente na parte recortada exposta em alguns sites de notícias – como Exame, Terra e Época – e plataformas de compartilhamento de conteúdos digitais – como Instagram e Twitter. A orientação metodológica é qualitativa, documental e bibliográfica, com coleta de dados de domínio público (meio virtual). A análise do corpus contempla resultados embasados em conceitos da área como diversidade, (des)harmonia, adaptação na linguagem, comunhão e sofrimento social – este último causado, principalmente, pela repercussão das críticas no meio virtual.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Juliana Batista do Prado, Universidade Federal de Goiás (UFG).

Sou doutoranda em Linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG), mestra em Linguística pela Universidade de Brasília (2013), graduada em Letras Português e Inglês pela Universidade Estadual de Goiás (2010) e em Administração de Empresas pela Universidade de Brasília (2011). Possuo curso introdutório em Linguística Forense pela International Summer School in Forensic Linguistic Analysis (Alemanha) e especialização em Linguística Forense pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). Atualmente, sou Professora de Língua Portuguesa do EBEP no SESI - GO.

Referências

AMOSSY, R. A argumentação no discurso. São Paulo: Contexto, 2018.

ANDRADE, Queiroz Carolina. Tu e mais quantos? – A segunda pessoa na fala brasiliense. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Letras, Universidade de Brasília: Brasília, 2010.

BLOMMAERT, J. Language Ideology. In: BROWN, K. (ed.). Encyclopedia of Language & Linguistics, vol. 6, 2006, p. 510-522.

BLOMMAERT, J. Language Ideologias linguísticas e poder. Trad. Ive Brunelli. In: SILVA, D. N.; FERREIRA, D.M.M.; ALENCAR, C. N. Nova Pragmática: modos de fazer. São Paulo: Cortez, 2014, p. 67-77.

COUTO, Elza Kioko Nakayama Nenoki et al. Linguística Ecossistêmica: 10 Anos de Ecolinguística no Brasil. Campinas: Pontes Editores, 2017.

COUTO, Elza K. N. N.; ALBUQUERQUE, Davi. Análise do discurso ecológica: fundamentação teórico-metodológica. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte, v. 23, n.2, p. 485-509, 2015.

COUTO, Hildo Honório do. Ecolinguística: estudo das relações entre língua e meio ambiente. Brasília: Thesaurus, 2007.

COUTO, Hildo Honório do. 2016. Linguística ecossistêmica. In: COUTO, COUTO, ARAÚJO & ALBUQUERQUE (orgs.), p. 209-261. Disponível em: http://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/9967/8800 . Acesso em: 08 jul. 2019.

COUTO, Hildo Honório do. Linguística ecossistêmica crítica ou análise do discurso ecológica. In: COUTO, Elza; DUNCK-CINTRA, Ema; BORGES, Lorena. Antropologia do imaginário, ecolinguística e metáfora. Brasília: Thesaurus, 2014b, p. 27-41.

DIAS, Edilene Patrícia. O uso do tu no português brasiliense falado. 2007. 114f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Letras, Universidade de Brasília, 2007.

FIGUEROA, Esther. John Gumperz and Interactional Sociolinguistics: intentionality, interpretation and social meaning. In: Sociolinguistic Metatheory. New York: Elsevier, 1994.

GOODWIN, Jean. A argumentação não tem função. Comunicação e Sociedade, vol. 16, 2009.

GRÁCIO, Rui, A. A interacção argumentativa. Coimbra: Grácio Editor, 2010.

IRVINE, Judith T. Formality and Informality in Communicative Events. Brandeis University, 1978.

IRVINE, Judith T. Formality and Informality in speech events. In: Sociolinguistic working paper. n.52, Austin Texas, Southwest Development Laboratory, 1984.

KERBRAT-ORECCHIONI, Catherine. Análise da conversação: princípios e métodos. São Paulo: Parábola, 2006.

LEVINSON, Stephen C. Activity types and language. In: Talk at work. New York: Cambridge University Press, 1992.

LOPES, Célia Regina dos Santos. A cronologia do Voceamento no português brasileiro: expansão de você-sujeito e retenção do clítico-te. Lingüística. Vol. 25, junho 2011, p.30-65. ISSN 1132-0214.

LOREGIAN-PENKAL, Loremi. (Re)análise da referência de segunda pessoa na fala da Região Sul. 260f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Federal do Paraná, 2004.

MODESTO, Artarxerxes Tiago Tácito. Formas de tratamento no português brasileiro: a alternância tu/você na cidade de Santos-SP. Revista Letra Magna. Ano 04 n.07 – Segundo semestre de 2007. ISSN 1807-5193.

OCHS, Elinor. Planned and unplanned discourse. In: Sintax and semantics discourse and syntax. New York: Academic Press, 1979, vol 12.

OLIVEIRA, D. P. Ideologias de linguagem acionadas por docentes indígenas em formação superior: tensões no espaço da diferença colonial. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística. Universidade Federal de Goiás. Goiânia, 2018.

PRADO, Juliana B. do. Um estudo sobre a variação da segunda pessoa do discurso no contexto do Tribunal do Júri. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade de Brasília (UnB), 2013.

PRETI, Dino. O discurso oral culto. São Paulo: Associação Editorial Humanitas, 2005.

Downloads

Publicado

09-04-2020

Como Citar

PRADO, J. B. do; DO COUTO, E. K. N. N. Vossas Excelências, vocês ficaram ofendidos?. Travessias, Cascavel, v. 14, n. 1, p. e24170, 2020. DOI: 10.48075/rt.v14i1.24170. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/24170. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

[DT] MITO, IMAGINÁRIO E ECOLINGUÍSTICA