FORMAÇÃO DE PROFESSORES: MEMÓRIAS E EXPERIÊNCIAS NA PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES

Resumo

O texto apresenta uma pesquisa desenvolvida com alunas do Curso de Pedagogia, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS -São Leopoldo/RS), na atividade acadêmica “Infância e Educação Infantil”, durante dois anos (2006-2007). O foco desta investigação está no resgate de memórias das infâncias das alunas vinculando-as aos sentidos e significados manifestos nas suas práticas como docentes na Educação Infantil. A possibilidade de compreender a pluralidade da infância num tempo e espaço contextualizado vai além dos elementos teóricos pautados pela modernidade e vinculados a uma racionalidade técnica. Outros saberes estão mobilizados nestas representações, que se vinculam também à memória e a imaginação. Considerando a memória como possibilidade de viver e narrar-se, de projetar-se a distâncias impensadas e aparentemente inatingíveis, ou seja, mais do que um processo de apreensão da própria história, das experiências de identidades e subjetividades. As memórias possuem dimensões múltiplas: controle do passado, possibilidade de realizar o contato entre passado revisto e presente, representação e fixação de lembranças vividas. Essas representações se mostram materializadas na produção de um trabalho artesanal, uma “colcha de retalhos”, complementando a análise de fotografias e artefatos sobre os quais as alunas produziram narrativas. A pesquisa aponta para a recorrência da representação das brincadeiras como atributo da infância. Há uma ênfase muito grande em memórias que tem em seu enredo o brincar como referência do ser criança. Constata-se também a presença de um sentimento moderno e romantizado, supervalorizando imagens nostálgicas de um tempo vivido.