Literatura e multimeios: o fenômeno Harry Potter

Autores

  • Fellip Agner Trindade Andrade Mestre em Teoria Literária e Crítica da Cultura pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
Agências de fomento

Palavras-chave:

Literatura, mutlimeios, comunidades interpretativas, globalização.

Resumo

Este artigo, tomando como exemplo a série de livros infanto-juvenil Harry Potter, tem o intuito de discutir e apresentar as influências da era digital e da convergência de mídias na criação e manutenção de uma comunidade virtual de alcance global de leitores e fãs da série. Atentos às revoluções nos conceitos de produção e recepção literárias na era digital e trabalhando teóricos como Henry Jenkins, Néstor García Canclini, Stanley Fish, Suman Gupta, dentre outros, o presente artigo traça um caminho teórico da recepção literária, desde a leitura fechada (close reading) dos New Critics americanos até o cenário atual, no qual a internet, sobretudo as redes sociais, possibilitam a formação de diversas comunidades interpretativas (termo cunhado por Fish em 1980) no mundo virtual: uma delas, em especial, neste trabalho, a comunidade global de leitores e fãs de Harry Potter. Consolidada pelos avanços das tecnologias de comunicação, além das influências da globalização, do capitalismo e da indústria do entretenimento, a série da autora britânica J. K. Rowling conseguiu ultrapassar o mercado editorial e se manter relevante em duas décadas desde sua primeira publicação, além de ter se consolidado como referência cultural para milhões de leitores e fãs no mundo todo, sobretudo por sua presença nas mais diversas mídias.

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Publicado

07-12-2017

Como Citar

ANDRADE, F. A. T. Literatura e multimeios: o fenômeno Harry Potter. Travessias, Cascavel, v. 11, n. 3, p. e18072, 2017. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/18072. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

[DT] LITERATURA E MULTIMEIOS