Literatura e multimeios: o fenômeno Harry Potter
Palavras-chave:
Literatura, mutlimeios, comunidades interpretativas, globalização.Resumo
Este artigo, tomando como exemplo a série de livros infanto-juvenil Harry Potter, tem o intuito de discutir e apresentar as influências da era digital e da convergência de mídias na criação e manutenção de uma comunidade virtual de alcance global de leitores e fãs da série. Atentos às revoluções nos conceitos de produção e recepção literárias na era digital e trabalhando teóricos como Henry Jenkins, Néstor García Canclini, Stanley Fish, Suman Gupta, dentre outros, o presente artigo traça um caminho teórico da recepção literária, desde a leitura fechada (close reading) dos New Critics americanos até o cenário atual, no qual a internet, sobretudo as redes sociais, possibilitam a formação de diversas comunidades interpretativas (termo cunhado por Fish em 1980) no mundo virtual: uma delas, em especial, neste trabalho, a comunidade global de leitores e fãs de Harry Potter. Consolidada pelos avanços das tecnologias de comunicação, além das influências da globalização, do capitalismo e da indústria do entretenimento, a série da autora britânica J. K. Rowling conseguiu ultrapassar o mercado editorial e se manter relevante em duas décadas desde sua primeira publicação, além de ter se consolidado como referência cultural para milhões de leitores e fãs no mundo todo, sobretudo por sua presença nas mais diversas mídias.
Downloads
Referências
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
BERCITO, Diogo. Uso revolucionário de redes sociais ajudou Estado Islâmico, diz analista, 2016. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/01/1735324-uso-revolucionario-de-redes-sociais-ajudou-estado-islamico-diz-analista.shtml. Acesso em: 29 de maio de 2017.
BORGES, Thassio. Redes sociais foram o combustível para as revoluções no mundo árabe, 2012. Disponível em: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/18943/redes+sociais+%20foram+o+combust%C3%ADvel+para+as+revolucoes+no+mundo+arabe.shtml. Acesso em: 29 de maio de 2017.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2009.
BRIGGS, Caroline. Potter premiere casts its spell, 2005. Disponível em: http://news.bbc.co.uk/2/hi/entertainment/4412936.stm. Acesso em: 19 de maio de 2017.
BUELL, Lawrence. The Dream of the Great American Novel. Cambridge: Belknap Press, 2015.
CANCLINI, Néstor García. Leitores, espectadores e internautas. São Paulo: Iluminuras, 2008.
CASTELLS, Manuel. A Galáxia da Internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
CHARTIER, Roger. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Unesp, 1999.
COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Belo Horizonte: UFMG, 2014.
COLLETTA, Denise Dalla. Sucesso de Harry Potter deve continuar nos livros digitais, diz pesquisadora. Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI249199-17770,00-SUCESSO+DE+HARRY+POTTER+DEVE+CONTINUAR+NOS+LIVROS+DIGITAIS+DIZ+PESQUISADORA.html. Acesso em: 31 de maio de 2017.
FISH, Stanley. Is There a Text in This Class? The authority of Interpretative Communities. Cambridge: Harvard University Press, 1980.
______. “Is there a text in this class?”. In: Alfa. vol. 36, p. 189-206, 1992.
GUPTA, Suman. Globalization and Literature. Cambridge: Polity Press, 2009a.
______. Re-reading Harry Potter. Hampshire: Palgrave Macmillan, 2009b.
G1. Facebook libera 'truque de mágica' para lembrar os 20 anos de Harry Potter, 2017. Disponível em: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/facebook-libera-truque-de-magica-para-lembrar-os-20-anos-de-harry-potter.ghtml. Acesso em: 02 de julho de 2017.
HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Multidão. Rio de Janeiro: Record, 2014.
HUFFPOST. Para a internet, Harry Potter tem a melhor explicação sobre a política do Brasil, 2016. Disponível em: http://www.huffpostbrasil.com/2016/05/13/para-a-internet-harry-potter-tem-a-melhor-explicacao-sobre-a-po_a_21696327/. Acesso em: 28 de maio de 2017.
INGARDEN, Roman. L’oeuvre d’art littéraire (1931). Trad. fr. Lausanne: Éd. L’Âge d’Homme, 1983.
ISER, Wolfgang. Der implizite Leser. Munich: Fink, 1972.
______. Der Akt des Lesens: Théori asthetischer Wirkung. Munich: Fink, 1976.
JAUSS, Hans Robert. Pour une esthétique de la réception (1975). Trad. fr. Paris: Gallimard, 1978.
______. Pour une herméneutique littéraire (1982). Trad. fr. Paris: Gallimard, 1988.
JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2009.
LANSON, Gustave. Méthodes de l’histoire littéraire. Paris: Les Belles Lettres, 1925.
MARCUSE, Herbert. Cultura e sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
MOIR, Jan. Harry Potter and the secret of the magic money tree: Films that made £4billion. 450 million books sold. And now a VERY lucrative stage show. Will J.K. ever stop milking cash from her creation?, 2016. Disponível em: http://www.dailymail.co.uk/news/article-3638026/Harry-Potter-secret-magic-money-tree-Films-4billion-450-million-books-sold-lucrative-stage-J-K-stop-milking-cash-creation.html. Acesso em: 19 de maio de 2017.
PRADO, José Luiz Aidar. Crítica das práticas midiáticas: da sociedade de massa à cibercultura. São Paulo: Hacker Editores, 2002.
PROUST, Marcel. O tempo redescoberto. São Paulo: Biblioteca Azul, 2012.
SODRÉ, Muniz. Best-seller: a literatura de mercado. São Paulo: Ed. Ática, 1985.
TIME. Because It’s His Birthday: Harry Potter, By the Numbers, 2013. Disponível em: http://entertainment.time.com/2013/07/31/because-its-his-birthday-harry-potter-by-the-numbers/. Acesso em: 14 de junho de 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.