Comportamentos ansiogênicos de treinadores de voleibol infanto-juvenil

Autores

  • Juarez Vieira do Nascimento Universidade Federal de Santa Catarina (UFCS), Florianópolis
  • Pablo Augusto Borges Universidade Federal de Santa Catarina (UFCS), Florianópolis
  • Graziele Besen Barbosa Universidade Federal de Santa Catarina (UFCS), Florianópolis
  • Maickon Felipe Wolff Pereira Universidade Federal de Santa Catarina (UFCS), Florianópolis
  • José Cazuza de Farias Júnior Universidade Federal de Santa Catarina (UFCS), Florianópolis

DOI:

https://doi.org/10.36453/cefe.2001.v3.i2.p33

Palavras-chave:

Voleibo, Comportamentos do Treinador, Comportamentos Ansiogênicos, Infanto-Juvenil.

Resumo

As recentes alterações nas regras de voleibol, além de permitirem ao treinador maior mobilidade durante a realização de jogos, foram suficientes para alterar as condutas assumidas pelos treinadores na relação interpessoal com os seus atletas. Nesta perspectiva, a presente investigação foi realizada com o objetivo de analisar a percepção de atletas do sexo masculino e feminino sobre os comportamentos ansiogênicos de treinadores da modalidade de voleibol, bem como o nível de associação entre os comportamentos ansiogênicos dos treinadores com a classificação final na competição. Participaram da investigação 231 jogadores de voleibol infanto-juvenil (até 17 anos) de 12 equipes masculinas (n=133) e 9 equipes femininas (n=98) que disputaram a fase final dos Joguinhos Abertos de SAnta Catarina de 2000. O ICAT (Inventário de Comportamentos Ansiogênicos do Treinador), desenvolvido por Serpa (1995), foi utilizado na coleta de dados. Este questionário é composto de 27 questões que avaliam as dimensões de antagonismo, decisão, tensão e comunicação da díade treinador-atleta. Na análise dos dados utilizou-se medidas de tendência central e de variabilidade, bem como os recursos da estatística não-paramétrica contidos no programa Simstat versão 1.2.Os resultados evidenciaram, de forma similar entre os jogadores do sexo masculino e do sexo feminino, os valores mais elevados dos comportamentos ansiogênicos das dimensões de comunicação e de antagonismo do que das dimensões de tensão e decisão. Constatou-se também, em ambos os sexos, que os comportamentos do treinador em não dar valor aos atletas e de manifestar falta de confiança na equipe e no atleta são aqueles que mais pertubam os jogadores, enquanto que os comportamentos de inferir nas rotinas de concentração dos atletas e sorrir de modo não habitual são aqueles que menos pertubam os jogadores. No entanto, na comparação entre as equipes masculinas e femininas, verificou-se que as jogadores apresentaram valores superiores aos jogadores em todas as dimensões investigadas. Além disso, encontrou-se uma baixa associação entre os comportamentos ansiogênicos dos treinadores com a classificação final na competição. As evidências encontradas fornecem informações relevantes sobre os comportamentos de treinadores, que podem auxiliar na harmonia da díade em questão bem como na melhoria da participação competitiva de atletas de equipes masculinas e equipes femininas da modalidade de voleibol, neste escalão etário.

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Referências

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Publicado

01.01.2000

Como Citar

NASCIMENTO, J. V. do; BORGES, P. A.; BARBOSA, G. B.; PEREIRA, M. F. W.; FARIAS JÚNIOR, J. C. de. Comportamentos ansiogênicos de treinadores de voleibol infanto-juvenil. Caderno de Educação Física e Esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 3, n. 2, p. 33–48, 2000. DOI: 10.36453/cefe.2001.v3.i2.p33. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/article/view/1823. Acesso em: 6 abr. 2025.