TY - JOUR AU - Fanini, Angela Maria Rubel AU - Vilela, Carla Prado PY - 2014/12/15 Y2 - 2024/03/28 TI - A CENTRALIDADE DA LINGUAGEM E DO TRABALHO EM QUARTO DE DESPEJO JF - Línguas & Letras JA - Rev. Línguas & Letras VL - 15 IS - 29 SE - Estudos Literários DO - UR - https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/9753 SP - AB - <span style="line-height: 115%; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">A linguagem é elemento central para a constituição do ser humano, pois, além de ser mediadora entre os homens e as coisas, recria o mundo exterior e, nesse processo, o homem se constitui enquanto ser social. Assim como a linguagem, outra centralidade importante na instituição do sujeito é o trabalho, também elemento ontológico e formador do homem. Buscou-se analisar neste artigo, como ocorre a formalização discursiva da linguagem e do trabalho na literatura, e a obra em foco é <em>Quarto de despejo</em>, de Carolina Maria de Jesus. Como horizonte teórico linguístico, valemo-nos de Bakhtin/Volochínov (1986); para o entendimento do trabalho partimos das concepções de Marx (1996); Engels (1990) e Lukács (2004). No cenário brasileiro, a obra de Bosi (2002) auxiliou-nos a refletir acerca da literatura enquanto campo de resistência em um mundo degradado e de Candido (1976) no sentido das articulações entre texto e contexto. Como resultado da análise considera-se que a linguagem, corporificada no trabalho imaterial da escrita, tem um papel central na vida da autora, pois é por meio dela que a obra realiza uma denúncia social, possibilitando certa transcendência para a autora. O trabalho, por sua vez, longe de ser um elemento de satisfação na vida da autora, configura-se como uma atividade ausente de sentido e de valor humano. Todavia, é desse universo precário do trabalho material desqualificado que a sua linguagem também se faz, constituindo-se enquanto híbrido entre o pragmático e o literário.</span> ER -