A natureza da ciência no ensino de ciências: uma imagem da atividade científica mais adequada ao ensino?

Autores

  • Luiz Henrique Martins Arthury

DOI:

https://doi.org/10.33238/ReBECEM.2021.v.5.n.3.28504

Resumo

As diversas abordagens epistemológicas da atividade científica produziram uma vasta discussão acadêmica com muitas visões diferentes a respeito da natureza da ciência. Contudo, alguns autores sugerem possíveis pontos de consenso entre os resultados obtidos pelos epistemólogos. Entre esses pontos, os discutidos por um trabalho de Gil-Pérez e colaboradores (2001) têm fundamentado diversos outros com objetivos correlatos, mas que podem levar a uma imagem de ciência que se distancia do realismo científico no ensino de ciências. Neste trabalho, revisitamos e tecemos algumas considerações sobre os elementos de consenso discutidos por Gil-Pérez e colaboradores, com um foco em possíveis entendimentos inadequados transmitidos pelo ensino de ciências, subsidiando o professor interessado em trabalhar questões sobre a atividade científica em sala de aula.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABD-EL-KHALICK, F.; LEDERMAN, N. G. The influence of history of science course son students’ views of nature of science. Journal of Research in Science Teaching, s/l, v. 37, n. 10, p. 1057-1095, 2000.

ALLCHIN, D. Evaluating knowledge of the nature of (whole) science. Science Education, s/l, v. 95, n. 3, p. 518-542, 2011.

ALVIM, M. H.; ZANOTELLO, M. História das ciências e educação científica em uma perspectiva discursiva: contribuições para a formação cidadã e reflexiva. Revista Brasileira de História da Ciência, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, p. 349-359, jul-dez. 2014.

ARTHURY, L. H. M.; GARCIA, J. O. Em Prol do Realismo Científico no Ensino. Ciência & Educação, Bauru, v. 26, n.1, 2020.

AZEVEDO, N. H.; SCARPA, D. L. Revisão sistemática de trabalhos sobre concepções de natureza da ciência no ensino de ciências. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 17, n. 2, p. 579–619, ago. 2017.

BACHELARD, G. A formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

BACON, F. Novo órganon (Instauratio magna). 1ª. Ed. São Paulo: Edipro, 2014.

BARBOSA, l. C. A.; BAZZO, W. A. O uso de documentários para o debate ciência-tecnologia-sociedade (cts) em sala de aula. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 15, n. 3, p. 149-161, set-dez. 2013.

BONIEK, V. C. S. A natureza da ciência pelos alunos do ensino médio: um estudo exploratório. Latin-American Journal of Physics Education, Ciudad de México, v. 4, n. 3, p. 620-627, 2010.

BRICCIA, V.; CARVALHO, A. M. P. Visões sobre a natureza da ciência construídas a partir do uso de um texto histórico na escola média. Revista Electrónica de Enseñanza de lãs Ciencias, Pontevedra, v. 10, n. 1, p. 1-22, 2011.

BUNGE, M. Filosofía de la física. Barcelona: Ariel, 1976.

CERCIGNANI, C. Ludwig Boltzmann: the man who trusted atoms. Oxford: Oxford University, 2006.

CHINELLI, M. V.; FERREIRA, M. V. S.; AGUIAR, l. E. V. Epistemologia em sala de aula: a natureza da ciência e da atividade científica na prática profissional de professores de ciências. Ciência & Educação, Bauru, v. 16, n. 1, p. 17-35, 2010.

EL-HANI, C. N.; TAVARES, E. J. M.; ROCHA, P. L. B. Concepções epistemológicas de estudantes de biologia e sua transformação por uma proposta explícita de ensino sobre história e filosofia das ciências. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 9, n. 3, p. 265-313, 2004.

FEYERABEND, P. K. Contra o método. Rio de janeiro: F. Alves, 1977.

FEYNMAN, R. P. O senhor está brincando, Sr. Feynman! Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2006.

GIL-PÉREZ, D.; MONTORO, I. F.; ALÍS, J. C.; CACHAPUZ, A.; PRAIA, J. Para uma imagem não deformada do trabalho científico. Ciência & Educação, Bauru, v. 7, n. 2, p. 125-153, 2001.

KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1970.

LAKATOS, I. O falseamento e a metodologia dos programas de pesquisa científica. In: I. LAKATOS; MUSGRAVE A. (org.). A crítica e o desenvolvimento do conhecimento (109-243). São Paulo: Cultrix, 1979.

LEDERMAN, N. G. Student’s and teacher’s conceptions of the nature of science: a review of the research. Journal of Research in Science Teaching, New York, v. 29, n. 4, p. 331-359, 1992.

LEWANDOWSKY, S.; OBERAUER, K. Motivated rejection of science. Current Directions in Psychological Science, Indiana, v. 25, n. 4, p. 217-222, 2016.

MARTINS, A. F. Natureza da ciência no ensino de ciências: uma proposta baseada em “temas” e “questões”. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, v. 32, n. 3, p. 703-737, dez. 2015.

MATTHEWS, M. R. Foreword and introduction. In: MCCOMAS, W. F. (ed.). The nature of science in science education: rationales and strategies. The Netherlands: Kluwer, 1998.

MOREIRA, M. A.; OSTERMANN, F. Sobre o ensino do método científico. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, v. 10, n. 2, p.108-117, ago. 1993.

OHANIAN, H. C. Os erros de Einstein. São Paulo: Larousse do Brasil, 2009.

OKI, M. C. M.; MORADILLO, E. F. O ensino de história da química: contribuindo para a compreensão da natureza da ciência. Ciência & Educação, Bauru, v. 14, n. 1, p. 67-88, 2008.

OLEQUES, l. C.; BOER, N.; BARTHOLOMEI-SANTOS, M. L. Reflexões acerca das diferentes visões sobre a natureza da ciência e crenças de alunos de um curso de Ciências Biológicas. Revista Electrónica de Enseñanza de lãs Ciencias, Pontevedra, v. 12, n. 1, p. 110-125, 2013.

PAIS, A. Sutil é o Senhor - A ciência e a vida de Albert Einstein. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.

POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 1993.

REZENDE, F. S.; FERREIRA, l. N. A.; QUEIROZ, S. L. Concepções a respeito da construção do conhecimento científico: uma análise a partir de textos produzidos por estudantes de um curso superior de química. Revista Electrónica de Enseñanza de lãs Ciencias, Pontevedra, v. 9, n. 3, p. 596-617, 2010.

SEGRÈ, E. Dos raios x aos quarks: físicos modernos e suas descobertas. Brasília: Universidade de Brasília, 1987.

SILVA, C. C.; PRESTES, M. E. B. Aprendendo ciência e sobre sua natureza: abordagens históricas e filosóficas. São Carlos: Tipographia, 2013.

TEIXEIRA, E. S., FREIRE Jr., O., EL-HANI, C. N. A influência de uma abordagem contextual sobre as concepções acerca da natureza da ciência de estudantes de física. Ciência & Educação, Bauru, v. 15, n. 3, p. 529-556, 2009.

TOBALDINI, B. G.; CASTRO, l. P. V.; JUSTINA, l. A. D.; MEGLHIORATTI, F. A. Aspectos sobre a natureza da ciência apresentados por alunos e professores de licenciatura em ciências biológicas. Revista Electrónica de Enseñanza de lãs Ciencias, Pontevedra, v. 10, n. 3, p. 457-480, 2011.

TOMAZI, A. L; PEREIRA, A. J.; SCHÜLER, C. M.; PISKE, K.; TOMIO, D. O que é e quem faz ciência? Imagens sobre a atividade científica divulgadas em filmes de animação infantil. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 11, n. 2, p. 335-353, dez. 2009.

VILELA-RIBEIRO, E. B.; BENITE, A. M. C. Concepções sobre natureza da ciência e ensino de ciências: um estudo das interações discursivas em um núcleo de pesquisa em ensino de ciências. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 1-23, 2009.

Downloads

Publicado

28-12-2021

Como Citar

MARTINS ARTHURY, L. H. A natureza da ciência no ensino de ciências: uma imagem da atividade científica mais adequada ao ensino?. Revista Brasileira de Educação em Ciências e Educação Matemática, [S. l.], v. 5, n. 3, p. 467–488, 2021. DOI: 10.33238/ReBECEM.2021.v.5.n.3.28504. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/rebecem/article/view/28504. Acesso em: 16 abr. 2024.

Edição

Seção

Estudos