Fazer das cinzas diamantes: a busca pela eternidade através de joias de família
DOI:
https://doi.org/10.48075/rtc.v26i51.22988Palavras-chave:
diamantes, joias de família, objetos, morteResumo
Este artigo resulta da produção de uma etnografia sobre transmissão de joias no universo familiar. Considerando a morte como dimensão fundamental no repasse de um adorno entre gerações e na própria instituição de um artefato como de família, visitei trabalhos sobre ritos funerários, relações entre vivos e mortos e diferentes concepções acerca da morte. Encontrei produções que tratam de joias de afeto, acessórios confeccionados com madeixas humanas e metais nobres que foram moda entre camadas altas da Europa e das Américas nos séculos XVIII e XIX. Paralelamente, interessei-me por cremação e rituais envolvendo cinzas mortuárias e me deparei com reportagens e sites com narrativas sobre diamantes fabricados em laboratórios com carbono humano. Lapidadas e retornadas a famílias enlutadas em porta-joias, essas gemas, não raras vezes, se tornam adornos velados e reverenciados por alguns descendentes. Purificadas, são (re)significadas como relíquias, peças que podem enfeitar corpos ou deleitar seus guardiões e que, possivelmente, serão incluídas em partilhas, convertendo-se em nova modalidade de joias de família. A discussão que proponho envolve nova ritualização a partir da materialização de cinzas em diamantes. Este processo parece conceder nova vida social e novo estatuto ao corpo morto, que, ritualizado, interfere na presença-ausência-presença.Downloads
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