TY - JOUR AU - Dalmutt, Aline Carla AU - Berloffa Tofalini, Luzia Aparecida PY - 2014/11/05 Y2 - 2024/03/28 TI - EM BUSCA DA “VERDADE DE GÉNESE”: O ESPAÇO SIMBÓLICO EM APARIÇÃO DE VERGÍLIO FERREIRAI JF - Travessias JA - Trav. VL - 8 IS - 2 SE - CULTURA DO - UR - https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/9135 SP - e9135 AB - <p style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify" class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif">Mikhail Bakhtin (1998) declara que o g&ecirc;nero romance est&aacute; em constante &ldquo;devir&rdquo;, isto &eacute;, sua estrutura enquanto g&ecirc;nero est&aacute; longe de ser consolidada. Sendo um g&ecirc;nero em evolu&ccedil;&atilde;o, o romance permite uma reflex&atilde;o mais profunda e sens&iacute;vel da evolu&ccedil;&atilde;o da pr&oacute;pria realidade. Como n&atilde;o h&aacute; territ&oacute;rio vedado ao romance, escritores modernistas associaram-no &agrave;quilo que s&oacute; a poesia &eacute; capaz de dizer com o que somente a prosa consegue expressar, criando assim um g&ecirc;nero h&iacute;brido, o romance l&iacute;rico. O escritor e ensa&iacute;sta Verg&iacute;lio Ferreira quer mostrar o &ldquo;invis&iacute;vel&rdquo; na obra de arte, assim ele adere ao romance l&iacute;rico. <em>Apari&ccedil;&atilde;o</em> (1959) &eacute; o romance mais conhecido de Verg&iacute;lio Ferreira, pois marcou definitivamente o ciclo existencial. <em>Apari&ccedil;&atilde;o</em> traz um narrador-protagonista-eu-l&iacute;rico que explora o tempo existencial, revisitado pela mem&oacute;ria. O espa&ccedil;o em <em>Apari&ccedil;&atilde;o</em> &eacute; transfigurado, isto &eacute;, revela o &ldquo;eu&rdquo; porque (Alberto Soares) colore as imagens de acordo com os seus sentimentos &ndash; &ldquo;liriciza&ccedil;&atilde;o&rdquo; do espa&ccedil;o.</span> <span style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif">A aldeia, o cume branco da montanha e o velho casar&atilde;o surgem, sempre em oposi&ccedil;&atilde;o &agrave; cidade de &Eacute;vora, como verdade da vida, da vida que s&oacute; ali se cumprir&aacute; para sempre porque ali est&aacute; a Origem, a Ordem e a Verdade. Depois da morte do pai, da sua &ldquo;apari&ccedil;&atilde;o&rdquo; e do consequente despojamento da aldeia, da montanha e da casa - lugares considerados por Alberto como &ldquo;verdade de g&eacute;nese&rdquo;, o protagonista parte para um novo ciclo em outro lugar: pequena e velha cidade de &Eacute;vora, onde se sente v&iacute;tima da indiferen&ccedil;a e da hostilidade da cidade. Alberto v&ecirc;/sente a cidade como &ldquo;mortu&aacute;ria&rdquo;, como um mundo perdido na plan&iacute;cie.</span> <span style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif">&Eacute;vora &eacute; filtrada pela sua imagina&ccedil;&atilde;o, pelo seu olhar expressionista/impressionista, como uma cidade inacess&iacute;vel, distante. Sendo assim, os espa&ccedil;os reais &ndash; a Aldeia com a Velha Casa e a cidade de &Eacute;vora, tornam-se espa&ccedil;os simb&oacute;licos &agrave; medida que Alberto rememora.</span></p><p style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify" class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif">&nbsp;</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt">PALAVRAS-CHAVE: Romance l&iacute;rico; Verg&iacute;lio Ferreira - </span><em style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt">Apari&ccedil;&atilde;o</em><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt">; Espa&ccedil;o Simb&oacute;lico.</span></p><p style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify" class="MsoNormal">&nbsp;</p> ER -