O patriarcalismo em “Gabriela, cravo e canela”: o estilhaçar do ritual ideológico radical

Autores

  • Ana Patrícia Cavalcanti Queiroz
Agências de fomento

Palavras-chave:

Sociedade, Patriarcalismo, Machismo, Mulher, Desidentificação.

Resumo

Este artigo se propõe a traçar o perfil subversivo de Malvina e do casal Gabriela e Nacib na obra Gabriela, cravo e canela de Jorge Amado, observando como os três personagens romperam com o discurso machista filiado a ideologia patriarcal que era circulado e, consequentemente, preservado na conjuntura Coronelista, na qual a mulher era marginalizada. Além disso, pretende-se relacionar a subversão desses personagens com o processo de desidentificação abordado por Pêcheux (1995). A partir de conceitos da Análise de Discurso (doravante AD), evidenciaremos tanto a desidentificação de Malvina, Gabriela e Nacib quanto a dos cidadãos(-sujeitos) de Ilhéus no que concerne à ideologia e ao discurso vigente da época. Para embasar este trabalho no que tange à literatura, à sociedade e ao Patriarcalismo, faremos uso principalmente de Freyre (2003) e Candido (1951; 1999; 2006a; 2006b); sobre a AD de linha francesa, citaremos Pêcheux (1995), Althusser (1976), dentre outros.

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Referências

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Publicado

15-07-2016

Como Citar

QUEIROZ, A. P. C. O patriarcalismo em “Gabriela, cravo e canela”: o estilhaçar do ritual ideológico radical. Travessias, Cascavel, v. 10, n. 2, p. e12688, 2016. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/12688. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

LITERÁRIA