Morder para viver e escrever para lembrar: Mulheres que mordem, de Beatriz Leal, e a rememoração do tempo que não pode ser esquecido na América Latina

Autores

  • Natasha Centenaro Doutoranda em Letras - Teoria da Literatura (PUCRS), bolsista CNPq. Mestra em Letras - Escrita Criativa, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), bolsista CAPES. Editora Júnior Letrônica PUCRS. Jornalista e escritora.
Agências de fomento

Palavras-chave:

ditaduras na América Latina, perspectiva feminina, mulheres que mordem, Beatriz Leal.

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar a construção das personagens femininas e as suas relações com as ditaduras militares latino-americanas no livro Mulheres que mordem, da autora brasileira Beatriz Leal. Publicado em 2015 e finalista do 58.º Prêmio Jabuti, o romance, centralizado na ditadura argentina, estabelece diferentes pontos de vista sobre esse período e suas consequências. A partir da perspectiva dessas mulheres é possível traçar um percurso histórico de movimentos como As Mães e as Avós da Praça de Maio, para, assim, refletir sobre os vínculos da literatura com a memória, especialmente, coletiva, e os processos de escrita de um tempo passado, porém recente e ainda visceral. Durante essa trajetória, serão utilizadas autores como Beatriz Sarlo, Maurice Halbwachs e Paul Ricoeur, para tratar sobre memória. Também se pretende discutir as implicações da escrita ficcional como ferramenta para a produção simbólica e à rememoração (e atualização) desses fatos históricos.

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Referências

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Publicado

04-05-2018

Como Citar

CENTENARO, N. Morder para viver e escrever para lembrar: Mulheres que mordem, de Beatriz Leal, e a rememoração do tempo que não pode ser esquecido na América Latina. Travessias, Cascavel, v. 12, n. 1, p. e19369, 2018. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/19369. Acesso em: 19 mar. 2024.

Edição

Seção

[DT] ESCRITURAS FEMININAS À MARGEM: DIÁLOGOS NA AMÉRICA LATINA E NA PENÍNSULA IB