Violência escolar: uma análise epidemiológica das publicações brasileiras

Autores

Agências de fomento

Palavras-chave:

Educação, violência, estatística, medidas em epidemiologia.

Resumo

A violência é um fenômeno histórico que atinge toda a sociedade, que tem sido abordado nas últimas década sob diferentes perspectivas. Trata-se de um problema de origem multifatorial e complexo de grande interesse ao debate público. Em razão da proporção mundial que a situação atingiu, novas investigações foram instituídas a fim de identificar meios de intervir nesse cenário. Tendo isso em vista, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de analisar a produção científica na área de violência escolar, com foco na epidemiologia. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica sistemática a partir das seguintes bases de dados eletrônicas: Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo/USP e banco da CAPES (Catálogo de Teses e Dissertações e Portal de Periódicos). Ao aplicar os descritores “violência escolar” e “epidemiologia”, foram encontrados 818 estudos, e, após análise, 11 associaram-se ao tema. Os resultados apontaram que a violência experienciada e praticada pelos escolares assumiu diferentes faces, havendo cenários com vítimas e agressores de perfis diversificados. Dentre os principais tipos, as violências psicológica, física, sexual e o bullying se destacaram. Além disso, houve prevalência do sexo masculino como agressor e feminino como vítima. Evidenciou-se que o perfil dos familiares é um fator associado ao comportamento dos alunos.

Downloads

Biografia do Autor

Maria Elda Alves de Lacerda Campos, Universidade de Pernambuco (UPE).

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (1983). Professora assistente da Universidade de Pernambuco.UPE. Integrante do Núcleo Docente Estruturante - NDE. Membro do Grupo de Pesquisas Teorias e Práticas em Doença, Saúde e Cura atuando na linha de pesquisa Estudos e ações de vigilância em saúde: tecnologias, inovações e intervenções. CNPq. Experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia. Mestre em Vigilância sobre Saúde pela Faculdade de Ciências Médicas - UPE (2009). Concentra atividades voltadas para as áreas: Saúde coletiva e pública. Desenvolvendo atividades de pesquisa e extensão sobre educação em saúde, imunização, relações de violência e implicação na saúde de idosos, política de atenção, mobilidade e constituição de sujeitos. Doutoranda do PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS QUÍMICA DA VIDA E SAÚDE - UFRGS - 2018-2021.

Elton Gabriel Fernandes de Brito, Universidade de Pernambuco (UPE).

Graduando em Enfermagem pela Universidade de Pernambuco (UPE), Campus Petrolina. Estagiário de iniciação científica no grupo de pesquisa Desenvolvimento, Nutrição, Fitoterapia e Higiene.

Paulo Adriano Schwingel, Universidade de Pernambuco (UPE)

Graduado em Educação Física na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mestre e Doutor em Medicina e Saúde (PPgMS) na Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atualmente é Professor Adjunto no Colegiado de Nutrição, Professor Permanente e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares (PPGFPPI) da Universidade de Pernambuco (UPE) Campus Petrolina, e Professor Permanente no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da UPE Campus Santo Amaro. Além disso, é Professor Colaborador no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde (PPGQVS) da UFRGS, e participa como especialista convidado no Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Na UPE Campus Petrolina é líder do Grupo de Pesquisas em Desempenho Humano, pesquisando no Laboratório de Pesquisas em Desempenho Humano (LAPEDH) e orientando mestrado na linha de pesquisa "Práticas interdisciplinares, educação e diversidade". Na UPE Campus Santo Amaro orienta mestrado e doutorado na linha de pesquisa "Qualidade de vida, diagnóstico, tratamento e desenvolvimento de tecnologias em saúde". Na UFRGS orienta mestrado e doutorado na linha de pesquisa "Educação científica: processos de ensino e aprendizagem na Escola, na Universidade e no Laboratório de Pesquisa". No CPB atua como Fisiologista Esportivo na Seleção Brasileira Permanente de Natação Paralímpica. Desenvolve trabalhos com marcadores nutricionais, fisiológicos, morfológicos, bioquímicos e cognitivos aplicados ao desempenho humano, pesquisando prioritariamente os seguintes temas: consumo de recursos ergogênicos lícitos e ilícitos entre praticantes de atividades físicas; novas tecnologias e microinformática aplicadas ao ensino das Ciências Humanas e da Saúde; efeitos do treinamento físico e da ingesta alimentar em distintas populações; avaliação e prescrição de atividades físico-esportivas para o alto rendimento.

Referências

ALENCASTRO, Lidiane Cristina da Silva. Ocorrência e características da violência sofrida e exercida por adolescentes escolares de Cuiabá, MT. 2014. 117 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Faculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá.

ASSIS, Simone Gonçalves de (Org.); CONSTANTINO, Patrícia (Org.); AVANCI, Joviana Quintes (Org.). Impactos da violência na escola: um diálogo com professores. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2010.

CHARLOT, Bernard. A violência na escola: como os sociólogos franceses abordam essa questão. Sociologias, Porto Alegre v. 4, n. 8, p. 432-443, 2002.

DAHLBERG, Linda Lee; KRUG, Etienne. Violência: um problema global de saúde pública. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 11, p. 1163-1178, 2006.

DEBARBIEUX, Éric. Violência nas escolas: divergências sobre palavras e um desafio político. In: DEBERBIEUX, Éric; BLAYA, Catherine (Org.). Violência nas escolas e políticas públicas. Brasília, DF: Unesco, 2002. p. 57-87.

KRUG, Etienne et al. (Org.) Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra, Organização Mundial da Saúde, 2002.

LAST, John. Murray. A dictionary of epidemiology. 3. ed. Oxford: Oxford University Press, 1995.

MALTA Deborah Carvalho et al. Situações de violência vivenciadas por estudantes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escola (PeNSE 2012). Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 17, p. 158-171, 2014.

MALTA, Deborah Carvalho et al. Bullying em escolares brasileiros: análise da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE 2012). Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 17, p. 92-105, 2014.

MALTA, Deborah Carvalho et al. Bullying nas escolas brasileiras: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2009. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, p. 3065-3076, 2010.

MARTÍNEZ, José William et al. Agresividad en los escolares y su relación con las normas familiares. Revista Colombiana de Psiquiatría, Bogotá, v. 37, n. 3, p. 365-377, 2008.

MASCARENHAS, Márcio Dênis Medeiros et al. Perfil epidemiológico dos atendimentos de emergência por violência no Sistema de Serviços Sentinelas de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva) - Brasil, 2006. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 18, n. 1, p. 17-28, mar. 2009.

MELLO, Flávia Carvalho Malta et al. A prática de bullying entre escolares brasileiros e fatores associados, Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 22, n. 9, p. 2939-2948, 2017.

MELLO, Flávia Carvalho Malta et al. Bullying e fatores associados em adolescentes da Região Sudeste segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 19, p. 866-877, 2016.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Conceitos, teorias e tipologias de violência: a violência faz mal à saúde individual e coletiva. In: NJAINE, Kathie; CONSTANTINO, Patrícia; ASSIS, Simone Gonçalves de. Impactos da Violência na Saúde. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007. p. 21-42.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 10. ed. São Paulo: HUCITEC, 2007. 406 p.

QUEIROZ, Daniel da Rocha. Prevalência e fatores de risco associados a indicadores de violência física em adolescentes: análise comparativa entre os anos 2006 e 2011. 2016. 126 f. Dissertação (Mestrado em Hebiatria) – Universidade de Pernambuco, Camaragibe.

RIBEIRO, Iglê Moura Paz. Vivências de situações de violências por crianças e adolescentes de 11 a 18 anos moradoras do Recanto das Emas, Distrito Federal. 2015. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, Brasília.

ROUQUAYROL, Maria Zélia; GURGEL, Marcelo. Epidemiologia e Saúde. 8. ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2017.

SACRAMENTO, Lívia de Tartari; REZENDE, Manuel Morgado. Violências: lembrando alguns conceitos. Aletheia, n. 24, p. 95-104, dez. 2006.

SAVIOLI, Kátia Costa. Violência sofrida e perpetrada: estudo epidemiológico com escolares da rede pública de ensino em Fortaleza-CE. 2015. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Pós-Graduação em Saúde Pública, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.

SILVA, Flaviany Ribeiro da; ASSIS, Simone Gonçalves. Prevenção da violência escolar: uma revisão da literatura. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 44, 2018.

SOUZA, Edinilsa Ramos de; LIMA, Maria Luiza Carvalho de. Panorama da violência urbana no Brasil e suas capitais. Ciência & Saúde Coletiva, v. 11, p. 1211-1222, 2006.

VALADEZ, Isabel et al. Maltrato entre iguales e intento suicida em sujetos adolescentes escolarizados. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, v. 9, n. 2, p. 783-796, 2011.

WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da violência 2013: homicídios e juventude no Brasil. 2013.

Downloads

Publicado

06-09-2019

Como Citar

ALVES DE LACERDA CAMPOS, M. E.; FERNANDES DE BRITO, E. G.; SCHWINGEL, P. A. Violência escolar: uma análise epidemiológica das publicações brasileiras. Travessias, Cascavel, v. 13, n. 2, p. e21776, 2019. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/21776. Acesso em: 30 mar. 2025.

Edição

Seção

EDUCAÇÃO