O FOTÓGRAFO NO JARDIM DO CIDADÃO: MEMÓRIA DE UM LAMBE-LAMBE

Resumo

　

O artigo propõe possíveis inflexões para os sentidos que fotografias da cidade e feitas na cidade adquirem com o passar do tempo e relaciona algumas dessas inflexões com a permanência de personagens cuja função e atividade exercida já não se justificam no universo do fazer fotográfico contemporâneo. A reflexão estabelece-se sobre a trajetória de quase quarenta anos do retratista lambe-lambe Edgar Borges que até hoje atua na Praça Coronel Pedro Osório na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul. Enfatiza-se o trabalho de Edgar como um ofício popular, de rua, além de ressaltar as técnicas e a linguagem fotográfica utilizada pelo retratista ao longo de sua trajetória. Observa-se, como aspecto de igual importância a presença dos cavalinhos de madeira enquanto elemento cênico utilizado pelo fotógrafo, para definir o seu trabalho no interior da praça. Por fim, tais inflexões contribuem para as discussões sobre fotografia e memória.