O que é a Geografia Ambiental?
DOI:
https://doi.org/10.48075/amb.v1i1.22684Palavras-chave:
Geografia Ambiental, epistemologia da Geografia, história da Geografia, Ecologia PolíticaResumo
A Geografia Ambiental possui raízes muito antigas: a tradição de pesquisa e estudo dos vínculos entre sociedade e natureza constitui, na verdade, uma das mais populares e distintivas da Geografia. No entanto, o desprestígio de que passou a padecer essa tradição no interior da disciplina, especialmente entre as décadas de 1970 e 1990, faz com que a Geografia Ambiental contemporânea, que vem emergindo nos últimos quinze ou vinte anos como uma tentativa de revitalizar aquela tradição em novas bases, possa ser vista como um fenômeno, de certo modo, relativamente recente. Seus desafios são múltiplos, entre os quais destacam-se os seguintes: 1) promover uma compreensão ampla do que seja o “ambiente”, não o limitando à “natureza primeira” e nem reduzindo a sociedade a um abstrato “fator antrópico”; 2) reatualizar o projeto epistemológico geográfico de um “diálogo de saberes” sem resvalar para o empirismo que caracterizou o discurso geográfico clássico, e entendendo a Geografia Ambiental antes como um enfoque que como um “novo ramo” da Geografia; 3) fomentar uma maior aproximação da Geografia com o campo interdisciplinar da Ecologia Política; 4) valorizar, para além da interlocução com outras disciplinas (e com a Filosofia), também o diálogo entre saber científico e saberes vernaculares ou populares.
Referências
BOSQUET, Michel [= André Gorz]: Écologie et politique. Paris: Seuil, 1978.
BOURDIEU, Pierre: L’identité et la représentation: Éléments pour une reflexión critique sur l’idée de région. Actes de la recherche en sciences sociales, n 35, pp. 63-72, 1980.
CASTREE, Noel et al. (orgs.): A Companion to Environmental Geography. Chichester: Willey-Blackwell, 2009.
LAUER, Wilhelm: Carl Troll Naturforscher und Geograph. Erdkunde, Band 30, Heft 1, pp. 1-9, 1976
LAUTENSACH, Hermann: Carl Troll ein Forscherleben. Erdkunde, Band XIII, Heft 4, pp. 245-258, 1959.
LEFF, Enrique: Epistemologia Ambiental. São Paulo: Cortez, 2ª ed., 2002 (2000).
MENDONÇA, Francisco: Geografia Socioambiental. Terra Livre, n° 16, pp. 139-158, 2001.
MONTEIRO, Carlos Augusto de Figueiredo: A Geografia no Brasil (1934-1977): Avaliação e tendências. São Paulo: Instituto de Geografia da USP, 1980.
PATTISON, William D.: The four traditions of geography. Journal of Geography, v. 89, n° 5, pp. 202-206, 1990 (1964).
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter: Paixão da Terra: Ensaios críticos de ecologia e Geogra¬fia. Rio de Janeiro: Rocco e Socii, 1984.
----------: Nos varadouros do mundo: Da territorialidade seringalista à territorialidade serin¬gueira. Rio de Janeiro: mimeo, 1998. [Tese de doutorado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFRJ.]
----------: Amazônia, Amazônias. São Paulo: Contexto, 2001a.
----------: Geo-grafias: movimientos sociales, nuevas territorialidades y sustentabilidad. México, D.F.: Siglo XXI, 2001b.
----------: A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
----------: O desafio ambiental. Rio de Janeiro e São Paulo: Record, 4ª ed, 2013 (2004).
----------: Os (des)caminhos do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 15ª ed, 2014 (1989).
----------: Amazônia: Encruzilhada civilizatória. Tensões territoriais em curso. Rio de Janeiro: Consequência, 2017.
RECLUS, Élisée: L’Homme et la Terre. Paris: Librairie Universelle, 6 vols. Reprodução fac-similar disponibilizada na Internet pela Librairie Nationale Française, 1905-1908 (http://gallica.bnf.fr; o endereço específico varia de acordo com o tomo).
SOUZA, Marcelo Lopes de: Consiliência ou bipolarização epistemológica? Sobre o persis¬tente fosso entre as ciências da natureza e as da sociedade − e o papel dos geó¬grafos. In: SPOSITO, Eliseu S. et al. (orgs.): A diversidade da Geografia brasileira: Es¬calas e dimensões da análise e da ação. Rio de Janeiro: Consequência, 2016.
----------: Quando o trunfo se revela um fardo: Reexaminando os percalços de um campo disciplinar que se pretendeu uma ponte entre o conhecimento da natureza e o da sociedade. Geousp Espaço e Tempo, v. 22, n° 2, pp. 274-308, 2018.
TRICART, Jean: Ecodinâmica. Rio de Janeiro: IBGE (SUPREN), 1977.
----------: Écogéographie des espaces ruraux. Paris: Nathan, 1994.
TRICART, Jean e KILIAN, Jean: L’écogéographie et l’aménagement du milieu naturel. Paris: François Maspéro (= Collection Hérodote), 1979.
TROLL, Carl: Luftbildplan und ökologische Bodenforschung: Ihr zweckmässiger Einsatz für die wissenschaftliche Erforschung und praktische Erschliessung wenig bekannter Länder. In: Carl Troll: Ökologische Luftbildforschung und landeskundliche Forschung. Wiesbaden: Franz Steiner, 1966a (1939).
----------: Methoden der Luftbildforschung. In: Carl Troll: Ökologische Luftbildforschung und landeskundliche Forschung. Wiesbaden: Franz Steiner, 1966b (1942).
----------: Fortschritte der wissenschaftlichen Luftbildforschung. In: Carl Troll: Ökologische Luftbildforschung und landeskundliche Forschung. Wiesbaden: Franz Steiner, 1966c (1943).
----------: Die geographische Landschaft und ihre Erforschung. In Carl Troll: Ökologische Luftbildforschung und landeskundliche Forschung. Wiesbaden: Franz Steiner, 1966d (1950).
----------: Landschaftsökologie als geographisch-synoptoische Naturbetrachtung. In: Carl Troll: Ökologische Luftbildforschung und landeskundliche Forschung. Wiesbaden: Franz Steiner, 1966e (1963).
VALVERDE, Orlando: Grande Carajás: planejamento da destruição. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1989
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 AMBIENTES: Revista de Geografia e Ecologia Política

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.