Territorialização corporativa e geografias de exceção: Mineração e o governo bio/necropolítico do território na Amazônia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/amb.v4i1.28675

Resumo

Esse artigo problematiza os grandes projetos de mineração na Amazônia, tratando-os como processos de territorialização corporativa, que, para realizarem sua racionalidade empresarial, precisam suspender/violar outras dinâmicas de realização da vida, outras territorialidades. A partir de pesquisa e análise bibliográfica e documental e de produção cartográfica, este artigo, assim, se propõe analisar as estratégias corporativas de apropriação dos espaços necessários para a realização dos grandes projetos de mineração na Amazônia brasileira, demonstrando o modo como grandes corporações gerem as populações do entorno de seus empreendimentos. Analisando a expressão paradigmática desse processo no Brasil: a dinâmica de exploração do ferro em Carajás pela empresa Vale S. A, pensamos os grandes projetos de mineração não apenas como mecanismos de drenagem de matéria e energia, definidos por uma desigual geopolítica dos recursos naturais, mas também como produtores de ruínas que tornam possível o uso da violência como processo de acumulação por espoliação, tornando o sacrifício de povos, a destruição da natureza e a morte como caminhos naturalizados do que se institui colonialmente como progresso.

Palavras-chave: Territorialização corporativa; Geografias de exceção; Grandes projetos; Mineração; Amazônia.

 

Corporate territorialization and geographies of exception: Mining and the bio/necropolitical governance of territory in the Amazon

Abstract

This article problematizes the large mining projects in the Amazon, treating them as processes of corporate territorialization, which, in order to realize their corporate rationality, need to suspend/violate other dynamics of life realization, and other territorialities. Based on bibliographic and documental research and analysis, as well as cartographic production, this article aims to analyze the corporate strategies for appropriating the spaces necessary for the implementation of large mining projects in the Brazilian Amazon, demonstrating how large corporations manage the populations surrounding their enterprises. By analyzing the paradigmatic expression of this process in Brazil: the dynamics of iron exploitation in Carajás by the company Vale S.A., we think of the large mining projects not only as mechanisms for draining matter and energy, defined by unequal geopolitics of natural resources but also as producers of ruins that make possible the use of violence as a process of accumulation by dispossession, making the sacrifice of peoples, the destruction of nature and death as naturalized paths of what is established colonially as progress.

Keywords: Corporate territorialization; Geographies of exception; Large projects; Mining; The Amazon.

 

Territorialización corporativa y geografías de la excepción: La minería y la gobernanza bio/necropolítica del territorio en la Amazonia

Resumen

Este artículo discute los grandes proyectos mineros en la Amazonía, tratándolos como procesos de territorialización corporativa, que, para realizar su racionalidad corporativa, necesitan suspender/violar otras dinámicas de realización de la vida, otras territorialidades. A partir de la investigación y el análisis bibliográfico y documental y de la producción cartográfica, este artículo pretende analizar las estrategias empresariales de apropiación de los espacios necesarios para la implantación de grandes proyectos mineros en la Amazonia brasileña, demostrando la forma en que las grandes corporaciones gestionan las poblaciones que rodean sus emprendimientos. Al analizar la expresión paradigmática de este proceso en Brasil: la dinámica de explotación del hierro en Carajás por parte de la empresa Vale S. A., pensamos en los grandes proyectos mineros no sólo como mecanismos de drenaje de materia y energía, definidos por una geopolítica desigual de los recursos naturales, sino también como productores de ruinas que posibilitan el uso de la violencia como proceso de acumulación por desposesión, haciendo del sacrificio de personas, la destrucción de la naturaleza y la muerte como caminos naturalizados de lo que se establece colonialmente como progreso.

Palabras clave: Territorialización corporativa; Geografías de la excepción; Grandes proyectos; Minería; Amazonía.

Downloads

Publicado

30-06-2022

Como Citar

PEREIRA MALHEIRO, B. C. Territorialização corporativa e geografias de exceção: Mineração e o governo bio/necropolítico do território na Amazônia. AMBIENTES: Revista de Geografia e Ecologia Política, [S. l.], v. 4, n. 1, p. 14–71, 2022. DOI: 10.48075/amb.v4i1.28675. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/ambientes/article/view/28675. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos