Gênero, neoextrativismo e agroecologia: Perspectivas feministas sobre os conflitos ambientais
Gender, neoextractivism and agroecology: Feminist perspectives on environmental conflicts
DOI:
https://doi.org/10.48075/amb.v6i1.33158Resumo
Os modos de vida de povos e comunidades tradicionais, camponesas e da agricultura familiar e de vários outros grupos locais, urbanos e rurais, com suas formas específicas de apropriação material e simbólica da natureza, têm sido expostos, cada vez mais, às logicas de extração capitalista e mercantil do trabalho e da natureza, traduzindo-se em conflitos ambientais que impactam de distintas maneiras seus territórios. No século XXI, o neoextrativismo expressa essa forma particular de despossessão capitalista, com forte participação do Estado. No campo de estudos sobre conflitos ambientais e neoextrativismo, predomina o uso da variável “classe” como dimensão explicativa das desigualdades ambientais e, em decorrência, a notável sub-representação de categorias analíticas importantes, como gênero, raça e etnia. Para reposicionar estas análises, o artigo traz uma análise feminista sobre a forma como os projetos neoextrativistas penetram nos territórios e combina uma abordagem, em diferentes escalas, das resistências protagonizadas pelas mulheres. De forma concreta, nos debruçamos sobre como o avanço da mineração na Zona da Mata mineira tem afetado a vida das comunidades, e das mulheres de forma particular, bem como, as formas como essas sujeitas têm respondido à esta ameaça. Diante de uma masculinidade hegemônica que tenta se impor, afirmamos o protagonismo das mulheres numa resistência ativa e decisiva para a disputa pelos territórios, operada em diferentes escalas interconectadas. Como respostas e alternativas aos projetos neoextrativistas que ameaçam as comunidades, constatamos que, em processo, a agroecologia tem sido adotada como narrativa e como práticas concreta pelas mulheres.
Palavras-chave: Conflitos ambientais; Neoextrativismo; Mineração; Feminismo; Agroecologia.
Gender, neoextractivism and agroecology: Feminist perspectives on environmental conflicts
Abstract
The ways of life of traditional, peasant and family farming peoples and communities and various other local, urban and rural groups, with their specific forms of material and symbolic appropriation of nature, have been increasingly exposed to the logics of capitalist and mercantile extraction of labor and nature, resulting in environmental conflicts that impact their territories in different ways. In the 21st century, neo-extractivism expresses this particular form of capitalist dispossession, with strong state involvement. In the field of studies on environmental conflicts and neo-extractivism, the use of the "class" variable as an explicative dimension of environmental inequalities predominates and, as a result, the notable under-representation of important analytical categories such as gender, race and ethnicity. In order to reposition these analyses, the article takes a feminist perspective on the way in which neo-extractivist projects penetrate territories and combines an approach, at different scales, to the resistance led by women. Specifically, we look at how the advance of mining in the Zona da Mata region of Minas Gerais has affected the lives of communities, and of women in particular, as well as the ways in which these subjects have responded to this threat. Faced with a hegemonic masculinity that is trying to impose itself, we affirm the leading role of women in an active and decisive resistance to the dispute over territories, operated on different interconnected scales. As responses and alternatives to the neo-extractivist projects that threaten communities, we see that, in the process, agroecology has been adopted as a narrative and as concrete practices by women.
Keywords: Environmental conflicts; Neo-extractivism; Mining; Feminism; Agroecology.
Género, neoextractivismo y agroecología: Perspectivas feministas sobre los conflictos ambientales
Resumen
Los modos de vida de los pueblos y comunidades tradicionales, campesinos y de agricultura familiar y de otros diversos grupos locales, urbanos y rurales, con sus formas específicas de apropiación material y simbólica de la naturaleza, han estado cada vez más expuestos a la lógica de la extracción capitalista y mercantil del trabajo y de la naturaleza, resultando en conflictos ambientales que impactan de diferentes maneras sus territorios. En el siglo XXI, el neoextractivismo expresa esta forma particular de desposesión capitalista, con fuerte participación del Estado. En el campo de los estudios sobre conflictos ambientales y neoextractivismo predomina el uso de la variable “clase” como dimensión explicativa de las desigualdades ambientales y, como resultado, la notable subrepresentación de importantes categorías analíticas, como género, raza y etnia. Para reposicionar estos análisis, el artículo trae un análisis feminista de la forma en que los proyectos neoextractivistas penetran en los territorios y combina un abordaje, a diferentes escalas, de la resistencia protagonizada por mujeres. Específicamente, analizamos cómo el avance de la minería en la Zona da Mata de Minas Gerais ha afectado la vida de las comunidades, y de las mujeres en particular, así como las formas en que estas sujetas han respondido a esta amenaza. Frente a una masculinidad hegemónica que intenta imponerse, afirmamos el papel protagónico de las mujeres en la resistencia activa y decisiva a la disputa por territorios, operada en diferentes escalas interconectadas. Como respuestas y alternativas a los proyectos neoextractivistas que amenazan a las comunidades, encontramos que, en proceso, la agroecología ha sido adoptada como una narrativa y como prácticas concretas por parte de las mujeres.
Palabras clave: Conflictos ambientales; Neoextractivismo; Minería; Feminismo; Agroecología.
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