O debate sobre subsunção da natureza e suas contribuições para os estudos do metabolismo urbano: Reflexões teóricas para uma agenda de investigação

Autores

  • Bruno Avellar Alves de Lima Universidade Federal do ABC

Resumo

No campo interdisciplinar da Ecologia Política, tem assumido recente relevância o debate sobre a subsun­ção da natureza. Tal debate tem como cerne as formas pelas quais o capital subordina a natureza para garantir sua crescente acumulação. O enfoque inicial destes estudos se concentrou em questões agrárias, tal como os melhoramentos genéticos para garantir maior produtividade agropecuária, ou atividades ex­trativistas, como tecnologias para a exploração mineral, sendo apenas recentemente ampliado para ou­tras questões, tais como a transição energética e os créditos de carbono. Os estudos do metabolismo urbano, inseridos no campo da Ecologia Política Urbana, por outro lado, permitem compreender as for­mas pelas quais o capital se apropria da natureza por meio dos processos de urbanização. Recentemente, vem sendo proposto na literatura a ideia de que estamos diante da transição de um metabolismo urbano industrial para um metabolismo urbano financeiro, o qual impõe novas lógicas de produção do espaço e complexas formas de subsunção da natureza. Partindo de uma revisão sistemática da literatura sobre a subsunção da natureza, em diálogo com textos clássicos e recentes sobre o metabolismo urbano, o artigo visa contribuir com formulações teóricas que fomentem uma agenda de investigação que se dedique a compreender as formas pelas quais a natureza é subsumida (subordinada) pelo capital diante das lógicas contemporâneas de urbanização, pautadas pela agenda neoliberal que define associações entre o setor financeiro, o imobiliário e as infraestruturas.

Palavras-chave: Subsunção da natureza; Metabolismo urbano; Ecologia política urbana; Financeirização; Revisão sistemática.

 

 

The debate on the subsumption of nature and its contributions to studies of urban metabolism: Theoretical reflections for a research agenda

 

Abstract

In the interdisciplinary field of Political Ecology, the debate on the subsumption of nature has gained recent relevance. This debate has at its heart the ways in which capital subordinates nature to guarantee its increasing accumulation. The initial studies focused on agrarian issues, such as genetic improvements to guarantee greater agricultural productivity, or extractive activities, such as technologies for mineral exploration, only recently being expanded to other issues, such as the energy transition and carbon credits. Studies of urban metabolism, inserted in the field of Urban Political Ecology, on the other hand, allow us to understand the ways in which capital appropriates nature through urbanization processes. Recently, the idea that we are facing the transition from an industrial urban metabolism to a financial urban metabolism has been proposed in the literature, which imposes new logics of space production and complex forms of subsumption of nature. Starting from a systematic review of the literature on the subsumption of nature, in dialogue with classic and recent texts on urban metabolism, the article aims to contribute with theoretical formulations that foster a research agenda dedicated to understanding the ways in which nature is subsumed (subordinated) by capital in the face of contemporary logics of urbanization, guided by the neoliberal agenda that defines associations between the financial sector, real estate and infrastructure.

Keywords: Subsumption of nature; Urban metabolism; Urban political ecology; Financialization; Systematic review.

 

 

El debate sobre la subsunción de la naturaleza y sus aportes a los estudios del metabolismo urbano: Reflexiones teóricas para una agenda de investigación

 

Resumen

En el campo interdisciplinario de la Ecología Política, el debate sobre la subsunción de la naturaleza ha cobrado relevancia reciente. Este debate tiene en su centro las formas en que el capital subordina la na­turaleza para garantizar su creciente acumulación. El foco inicial de estos estudios se centró en cuestiones agrarias, como las mejoras genéticas para garantizar una mayor productividad agrícola, o actividades ex­tractivas, como las tecnologías para la exploración minera, ampliándose recientemente a otras cuestio­nes, como la transición energética y los créditos de carbono. Los estudios de metabolismo urbano, inser­tos en el campo de la Ecología Política Urbana, por otro lado, permiten comprender las formas en que el capital se apropia de la naturaleza a través de procesos de urbanización. Recientemente, se ha propuesto en la literatura la idea de que estamos ante la transición de un metabolismo urbano industrial a un meta­bolismo urbano financiero, que impone nuevas lógicas de producción espacial y formas complejas de sub­sunción de la naturaleza. A partir de una revisión sistemática de la literatura sobre la subsunción de la naturaleza, en diálogo con textos clásicos y recientes sobre el metabolismo urbano, el artículo pretende contribuir con formulaciones teóricas que fomenten una agenda de investigación dedicada a comprender las formas en que la naturaleza es subsumida (subordinada) por el capital frente a las lógicas contempo­ráneas de urbanización, guiadas por la agenda neoliberal que define las asociaciones entre el sector fi­nanciero, el inmobiliario y la infraestructura.

Palabras clave: Subsunción de la naturaleza; Metabolismo urbano; Ecología política urbana; Financializa­ción; Revisión sistemática.

Downloads

Publicado

26-12-2025

Como Citar

LIMA, B. A. A. de. O debate sobre subsunção da natureza e suas contribuições para os estudos do metabolismo urbano: Reflexões teóricas para uma agenda de investigação. AMBIENTES: Revista de Geografia e Ecologia Política, [S. l.], v. 7, n. 2, 2025. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/ambientes/article/view/33389. Acesso em: 30 dez. 2025.

Edição

Seção

Artigos