As quebradeiras de coco babaçu no sul do Piauí: Uma territorialidade agroecológica?
DOI:
https://doi.org/10.48075/amb.v7i2.33641Resumo
O agronegócio é sustentado pela produção de mais-valia e é um modelo antagônico aos modos de vida tradicionais. Eles são organizados com base na coevolução com a natureza, com práticas sociais, ambientais e culturais ligadas ao respeito a todas as formas de vida. Em diálogo com os modos de vida tradicionais de forte base campesina, em contraposição ao agronegócio está a agroecologia, conceituada como uma ciência, movimento e prática, construída e vivenciada por diversos atores sociais, instituições e organizações, como um modo de produzir e de viver. Nesse sentido, o texto busca analisar a territorialidade agroecológica das quebradeiras de coco babaçu na região sul do Piauí, em um contexto de expansão do agronegócio. A pesquisa foi realizada com uma metodologia qualitativa com abordagem participativa, baseada em entrevistas semiestruturadas em uma comunidade. A análise foi realizada por meio de uma abordagem dialética crítica, empregando três categorias que definem a agroecologia: diálogos de saberes; práticas socioprodutivas e projeto político. Os resultados demonstram que a territorialidade desenvolvida pelas quebradeiras de coco tem como base: o conhecimento tradicional (ancestralidade e oralidade), questionando o papel do conhecimento científico clássico; a execução de práticas socioprodutivas sustentadas em condições agroecológicas; e a concretização da prática política, que visa a resistir ao avanço do modelo do agronegócio. Portanto, a pesquisa contribui para a discussão do vínculo entre teoria e prática nos estudos agroecológicos.
Palavras-chave: Território; Ancestralidades; Produção camponesa; Gênero; Piauí Brasil.
Babassu coconut breakers in southern Piauí: An agroecological territoriality?
Abstract
Agribusiness is based on the surplus value production and it is antagonistic to traditional ways of life, which organization is based on the co-evolution with nature, social, environmental and cultural practices, all of them respect all forms of life. The Agroecology is opposed to the agribusiness, it is in dialogue with the traditional ways of life, which has a strong peasant base. It is understood as science, movement and practice, constructed and lived by diverse social actors, institutions and organizations, as a way of producing and living. In this sense, sought to analyze the agroecological territoriality of babassu coconut crackers in the southern region of Piauí, in a context of agribusiness expansion. The research was conducted using a qualitative methodology with a participatory approach, based on semi-structured interviews in a community. The analysis was carried out using the critical dialectical approach, employing three categories that define agroecology: dialogues of knowledge; socio-productive practices and political project. The results show that the territoriality developed by the coconut breakers is based on: traditional knowledge (ancestry and orality) questioning the role of classical scientific knowledge; the execution of socio-productive practices sustained under agroecological conditions; and the concretion of the political practice which aims to resist the advance of the agribusiness model. Therefore, the research contributes to the discussion of the link between theory and practice in agroecological and geographical studies.
Keywords: Territory; Ancestry; Peasant production; Gender; Piauí-Brazil.
Las quebradoras de coco babasú en el sur de Piauí: ¿Una territorialidad agroecológica?
Resumen
El agronegocio se sustenta en la producción de plusvalía y es antagónico a los modos de vida tradicionales, los se organizan sobre la base de la coevolución con la naturaleza, con prácticas sociales, ambientales y culturales vinculadas al respeto de todas las formas de vida. En diálogo con los modos de vida tradicionales de fuerte base campesina, en contraposición al agronegocio, está la agroecología,comprendida como ciencia, movimiento y práctica, construida y vivida por diversos actores sociales, instituciones y organizaciones, como una forma de producir y vivir. En este sentido, el texto busca analizar la territorialidad agroecológica de las quebradoras de coco babasú en la región sur de Piauí, en un contexto de expansión del agronegocio. La investigación se llevó a cabo mediante una metodología cualitativa con enfoque participativo, basada en entrevistas semiestructuradas en una comunidad determinada. El análisis se realizó mediante un enfoque dialéctico crítico, empleando tres categorías que definen la agroecología: diálogos de saberes; prácticas socioproductivas y proyecto político. Los resultados muestran que la territorialidad desarrollada por los quebradores de coco se basa en: el conocimiento tradicional (ancestralidad y oralidad), cuestionando el papel del conocimiento científico clásico; la implementación de prácticas socio-productivas basadas en condiciones agroecológicas; y la realización de una práctica política, que tiene como objetivo resistir el avance del modelo de agronegocio. Por lo tanto, la investigación contribuye a la discusión sobre el vínculo entre teoría y práctica en los estudios agroecológicos y geográficos.
Palabras clave: Territorio; Ancestralidades; Producción campesina; Género; Piauí Brasil.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.