Definições oficiais para esportes de aventura e esportes radicais no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36453/2318-5104.2020.v18.n3.p29
Agências de fomento
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)

Palavras-chave:

educação física, esporte, lazer, meio ambiente, práticas de aventura

Resumo

INTRODUÇÃO: De estudos monográficos sobre os detalhes da rotina de adeptos de práticas aventura que ganhavam visibilidade nas décadas de 1970 e 1980, passando pelo debate terminológico para a adoção de uma expressão que as congregasse na década de 1990; mais recentemente observam-se estudos comparativos entre modalidades e com foco em diferentes marcadores sociais da diferença, que problematizam a desigualdade nas condições de acesso e prática, e suas diferentes dimensões políticas. No Brasil, neste ínterim, uma Comissão de Esporte de Aventura do extinto Ministério do Esporte foi criada, embora não tenha logrado articulação para manter as atividades por mais de um ano.
OBJETIVO: Este artigo tem como objetivo analisar a constituição e supressão das ações da Comissão de Esportes de Aventura do Ministério do Esporte, em especial a elaboração das definições oficiais para esportes de aventura e esportes radicais.
MÉTODOS: Análise documental das fontes acerca da elaboração das primeiras políticas públicas brasileiras para práticas de aventura encontradas especialmente no Diário Oficial da União e websites oficiais de entidades membros da Comissão, tais como Conselho Nacional de Educação Física e Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte e entrevistas em profundidade com agentes do campo.
RESULTADOS: Devido a desacordo de algumas instituições de administração esportiva com os órgãos de turismo sobre a regulamentação das práticas de aventura, o Ministério do Esporte criou, em 2006, a Comissão de Esportes de Aventura (CEAV), a pedido de seus representantes de entidades esportivas. A CEAV teve como objetivo geral a elaboração de uma padronização dos conceitos e técnicas utilizados por confederações, federações e associações já existentes no Brasil. A intenção era elaborar as mais completas normas de segurança e sustentabilidade. No entanto, a comissão encerrou atividades apenas na primeira fase do processo e seus objetivos não foram alcançados.
CONCLUSÃO: Uma série de motivos desarticulou a CEAV, entre eles a reorganização do organograma do Ministério e saída do cargo dos principais agentes a apoiarem a iniciativa, além da dificuldade interna de consenso entre agentes muito diversos.

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Biografia do Autor

Marília Martins Bandeira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Professora adjunta do Departamento de Educação Física, Fisioterapia e Dança da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi professora adjunta do Departamento de Educação Física do campus avançado da Universidade Federal de Juiz de Fora de 2016 à 2019. Doutora em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (2016). Mestra em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos (2012). Especialista em Comunicação Social pela Fundação Casper Líbero (2007). Bacharel e Licenciada em Educação Física pela Universidade de São Paulo (2006/2007).

Silvia Cristina Franco Amaral, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Maria (1989), mestrado em Ciência do Movimento Humano pela Universidade Federal de Santa Maria (1995), doutorado em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (2003), Livre-docência pela Faculdade de Educação Física da UNICAMP (2011) e pós-doutorado na Universidade de Barcelona no Departamento de Geografia Humana. É docente MS5.2 da Faculdade de Educação Física, Departamento de Educação Física e Humanidades da Universidade Estadual de Campinas atuando na graduação e na pós-graduação.



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Publicado

07.10.2020

Como Citar

BANDEIRA, M. M.; AMARAL, S. C. F. Definições oficiais para esportes de aventura e esportes radicais no Brasil. Caderno de Educação Física e Esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 18, n. 3, p. 29–35, 2020. DOI: 10.36453/2318-5104.2020.v18.n3.p29. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/article/view/23634. Acesso em: 29 mar. 2024.