EL CORAZÓN HELADO OU A MEMÓRIA EM CHAVE SENTIMENTAL

Resumo

El corazón helado (2007), de Almudena Grandes, reivindica a memória dos vencidos da Guerra Civil Espanhola por meio da saga de duas famílias: os Fernández, republicanos exilados na França e os Carrión, que se beneficiam do regime franquista e prosperam financeiramente. Para tanto, a autora arma uma intriga em que se cruzam a paixão amorosa e a inquietude em torno à memória familiar dos protagonistas, Álvaro Carrión e Raquel Fernández Perea. Álvaro parte da indagação em torno ao passado do pai para investigar sobre o passado da família e Raquel busca pela vingança fazer justiça aos danos provocados no passado pelos Carrión aos Fernández Perea. No entanto, estes programas narrativos são influenciados pela paixão amorosa que irrompe na ficção, redirecionando os personagens rumo à reconciliação simbólica entre vencedores e vencidos. Desta forma, pretendemos demonstrar que o romance adquire sentido quando lido nesta chave crítica, valendo-se da teorização de Northrop Frye sobre os modos da ficção no primeiro ensaio de Anatomia da Crítica. Neste caso, temos o que o crítico canadense denomina recriação “sentimental” (tardia) do modo romanesco. Assim, podem ser relevadas as virtudes e, sobretudo, os limites estéticos desta proposta ética desenvolvida por meio da ficção pela escritora espanhola.