DISCURSOS DE ÓDIO CONTRA NEGROS NAS REDES SOCIAIS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v18i43.28363

Palavras-chave:

Discurso, Ódio, Racismo, Negros, Análise do discurso.

Resumo

O objetivo deste trabalho é apresentar parte da pesquisa que desenvolvi na dissertação de mestrado ao analisar e descrever a organização discursiva e o funcionamento social dos discursos de ódio contra negros nas redes sociais, com o intuito de ofertar caminhos para combatê-los.  Fizemos um breve histórico do movimento negro no país e as políticas de reparação, conquistas dos últimos tempos que levaram a uma polarização da sociedade brasileira na atual conjuntura. E refletimos sobre o ódio, o que é o discurso de ódio, como agem personagens no ambiente da web, a legislação sobre o tema do ódio na internet e quais são os caminhos para combatê-lo. Passamos então a observar os discursos sob a ótica da análise do discurso (AD), ligando à conjuntura social, histórica e econômica brasileira. Como referencial teórico, esta pesquisa faz uso do conceito de dialogismo de Bakhtin (1997) e entende o ódio como um sistema de exclusão, conforme nos ensina o filósofo francês Cornelius Castoriades (1992). Trabalhamos também o conceito de raça como uma construção discursiva, de Stuart Hall (2006) e tensionamos raça e classe, com Kabengele Munanga (2012). Por último, oferecemos alguns caminhos ou possibilidades de combate aos constantes ataques aos negros brasileiros considerando as características da análise dos discursos que apontaram para uma tentativa de desumanização da população negra, o desprezo pelo continente africano, a exaltação do mérito como conquista do branco em contraponto à falta de esforço da população preta e o ataque constante à estética negra. Nossa proposta de combate aos discursos de ódio se inspira em programas como o Teaching Tolerance, nos Estados Unidos, que foi motivador para este trabalho e sobre o qual iniciamos nossa reflexão.

Biografia do Autor

Luciana Barreto, CEFET-RJ

Possui graduação em Comunicação Social - Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2001). Mestrado Cefet-RJ. Atualmente é ancora e editora-executiva jornalismo da CNN. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em APRESENTAÇÃO E EDIÇÃO DE TELEJORNAIS.

Referências

BAKHTIN. A estética da criação verbal. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

CASTORIADIS, C. O mundo fragmentado – as encruzilhadas do labirinto 3. São Paulo: Paz e Terra, 1992.

FERES JR, J. Guerreiro Ramos: banquitude, pós-colonialismo e nação. In: D’ADESKY, Jacques. Afro-Brasil, debates e pensamentos. Rio de Janeiro: Cassará Editora, 2015.

FOUCAULT, M. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: Editora Nau, 2005.

GIORGI, M.C. ; BIAR, L. ; BORGES, Roberto . Estudos da linguagem e questões étnico-raciais: contribuições e limites. Revista ABPN, v. 7, p. 202-218, 2015.

HALL, S. Da diáspora – identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

MORENO, R. A imagem da mulher na mídia. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2017.

MOURA, Clóvis. O racismo como arma ideológica de dominação. 1994. In http://www.escolapcdob.org.br/file.php/1/materiais/pagina_inicial/Biblioteca/70_O_racismo_como_arma_ideologica_de_dominacao_Clovis_Moura_.pdf

MUNANGA, K. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. In: https://www.geledes.org.br/wp-content/uploads/2014/04/Uma-abordagem-conceitual-das-nocoes-de-raca-racismo-dentidade-e-etnia.pdf

PAIXÃO, M. Da lenda à esfinge: sobre as relações raciais no Brasil contemporâneo. In:D’ADESKY, Jacques. Afro-Brasil, debates e pensamentos. Rio de Janeiro: Cassará Editora, 2015.

ROCHA, D. Representação e intervenção: produção de subjetividade na linguagem. Gragoatá. Niterói: Ed. UFF, v. 21, p. 355-372, 2006.

_______. Circunscrevendo um caminho em análise do discurso: linguagem-representação e linguagem-intervenção. Intersignos, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 67-82, jun. 2014.

Downloads

Publicado

03-08-2023

Como Citar

BARRETO, L. DISCURSOS DE ÓDIO CONTRA NEGROS NAS REDES SOCIAIS. Trama, Marechal Cândido Rondon, v. 18, n. 43, p. 96–108, 2023. DOI: 10.48075/rt.v18i43.28363. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/trama/article/view/28363. Acesso em: 8 maio. 2024.

Edição

Seção

Epistemologias da África e sua diáspora: uma jornada pelo espaço da linguagem, d