A margem é onde tudo começa e onde tudo acaba . A. Dasilva O. fala ao país pela Rádio Caos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v14i2.25055
Agências de fomento

Palavras-chave:

Porto, anos 1980, underground, resistência.

Resumo

Em meados dos anos 1980, o Porto começou a abrir-se à mudança cultural, musical e estética anunciada pelo (pós)-modernismo. A resistência - e a procura do novo – também começou a fazer-se sentir através de programas de rádio, de fanzines, de concertos e de boletins. Importante era o lema “pelo direito à diferença”[1]. Nestas movimentações, para além de alguns músicos, destacavam-se certos autores/editores. António da Silva Oliveira (A. DASILVA O., 1958) era uma figura central. Publicava, coadjuvava a publicar e propulsionava projetos dos mais diversos domínios da intervenção cultural. Através da trajetória “maldita”, underground de A. Dasilva O., traçaremos um retrato da sociedade portuense na sua transição para a contemporaneidade onde as artes, as músicas e suas subversões desempenha[ra]m um papel central.


[1] Expressão eternizada aos microfones da rádio por António Sérgio no programa de rádio “Som da Frente” em 1982.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paula Guerra, Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Professora do Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (DS/FLUP/UP) Investigadora Integrada do Instituto Sociologia Universidade do Porto (ISFLUP) Adjunct Associate Professor do Griffith Centre for Social and Cultural Research (GCSCR) Investigadora do Centro de Estudos de Geografia e do Ordenamento do Território (CEGOT) Investigadora do Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» (CITCEM) Coordenadora da Rede Luso-Afro-Brasileira de Sociologia da Cultura e das Artes (TAA).

Referências

AA.VV., & etc Uma editora no subterrâneo. Lisboa: Letra Livre, 2013.

ACORD, Sophia Krzys; DENORA, Tia. Culture and the arts: from art worlds to arts-in-action. The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science, 619, p.223-237, 2008.

ALBIEZ, Sean. Know history!: John Lydon, cultural capital and the prog/punk dialectic. Popular Music, 22(3), p. 357–374, 2003.

AMARAL, Rui Manuel. A. Dasilva O. (1958). Correio do Porto. Consultado a 27.07.2017, em http://www.correiodoporto.pt/do-porto/a-dasilva-o-1958.

BAÍA, Pedro; GOMES, Paulo Varela; FIGUEIRA, José. Anos 1980. Porto: Circo de Ideias, 2012.

BAIN, Alison. Constructing an artistic identity. Work Employment Society, 19(1), p. 25–46, 2005.

BARRENTO, João. A espiral vertiginosa. Ensaios sobre a cultura contemporânea. Lisboa: Vega, 2001.

BECKER, Howard (1974). Art as collective action. American Sociological Review, 39(6), p. 767-776, 1974.

BECKER, Howard. Art worlds. Berkeley: University of California Press, 1984.

BOURDIEU, Pierre. As regras da arte. Génese e estrutura do campo literário. Lisboa: Presença, 1996.

CAUQUELIN, Anne. Arte contemporânea: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

S/N. Confidências do Exílio. Porto em busca de alternativa, (3), 3, 1985.

CORDEIRO, Paula Isabel dos Santos. Estratégias de programação na rádio em Portugal: o caso da RFM na transição para o digital. 2007. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação, especialidade de audiovisual e media interactivos) - Universidade Nova de Lisboa, Lisboa.

DENORA, Tia. Music in everyday life. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

DESTAK/LUSA. Os pequenos editores têm que ser corruptos. Destak. Consultado a 27.07.2017. 2009. Disponível em: http://www.destak.pt/artigo/39073.

DIAS, Sandra Guerreiro. Anos 80: Happenings poéticos na ‘era do estilo’. Revista Crítica de Ciências Sociais, 110, p.19-40, 2016.

EDIÇÕES MORTAS (s.d.). Edições Mortas Home Page. Página consultada a 27.07.2017, em http://edicoes-mortas.com/.

FERNANDES, Ana Isabel. Estúpida' é a nova revista literária portuense. Diário de Notícias. Consultado a 27.07.2017. 2013. Disponível em: http://www.dn.pt/artes/interior/estupida-e-a-nova-revista-literaria-portuense--3129960.html.

FREITAS, Eduardo de; SANTOS, Maria de Lourdes Lima dos. Hábitos de leitura em Portugal: Inquérito sociológico. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1992.

GEORGE, João Pedro. O que é um escritor maldito? Estudos de sociologia da literatura. Lisboa: Verbo, 2013.

GUERRA, Paula. A instável leveza do rock. Porto: Edições Afrontamento, 2013.

GUERRA, Paula. Punk, expectations, breaches, and metamorfoses. Critical Arts, 28(1), p.195–211, 2014.

GUERRA, Paula. Sonhos Pop: criação, aura e carisma na música moderna portuguesa. Revista E-Compós, 18(1), p.1-22, 2015.

GUERRA, Paula; QUINTELA, Pedro. God Save the Portuguese Fanzines. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2014.

GUERRA, Paula; QUINTELA, Pedro. Spreading the message! Fanzines and the punk scene in Portugal. Punk & Post Punk, 3(3), p.203-224, 2014b.

GUERRA, Paula; QUINTELA, Pedro. Culturas de resistência e média alternativos: os fanzines punk portugueses. Sociologia, Problemas e Práticas, (80), p.69-94, 2016.

GUERRA, Paula; SILVA, Augusto Santos. Music and more than music: The approach to difference and identity in the Portuguese punk. European Journal of Cultural Studies, 18 (2), p.207–223, 2014.

HEINICH, Nathalie. Sociologie de l’art. 2.ª ed. Paris: La Découverte, 2004.

HEINICH, Nathalie. As reconfigurações do estatuto do artista na época moderna e contemporânea. Revista Porto Arte, 13(22), p.137-147, 2005.

INGLIS, David. The sociology of art: between cynicism and reflexivity. In: INGLIS, David; HUGHSON, John (orgs.). The sociology of art: ways of seeing. Nova Iorque: Palgrave Macmillan, 2005, p. 98-109.

LAING, Dave. One chord wonders: power and meaning in punk rock. Philadelphia: Open University Press, 1985.

LUSA. Escritor A.DaSilva. O espalha a “palavra” no Porto. Notícias Sapo. Consultado a 27.07.2017. 2011. Disponível em: http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1141544.

MANGAS, Francisco (2011). A poesia suja de um homem apaixonado dos insectos. Diário de Notícias. 2011. Consultado a 27.07.2017, Disponível em: http://www.dn.pt/gente/interior/a-poesia-suja-de-um-homem-apaixonado-dos-insectos-1776656.html.

MCKAY, George. Senseless acts of beauty: Cultures of resistance since the sixties. Londres: Verso, 1996.

MCROBBIE, Angela. Postmodernism and popular culture. Londres e Nova Iorque: Routledge, 1994.

MELO, Alexandre. Os anos 80 nunca existiram. In: PERNES, Fernando (coord.). Panorama da arte portuguesa no século XX. Porto: Afrontamento/Fundação Serralves, 2002a.

MELO, Alexandre. Globalização cultural. Lisboa: Quimera, 2002b.

MELO, Alexandre; PINHARANDA, João. Arte contemporânea portuguesa. Lisboa: Grafispaço, 1986.

MELO, Alexandre; CÂNCIO, Fernanda. Cenas da vida mundana. Do pós-guerra aos nossos dias. In: PERNES, Fernando (coord.). Panorama da arte portuguesa no século XX. Porto: Afrontamento/Fundação Serralves, 2002.

MENDES, Nuno Fernando Ferreira. Cafés históricos do Porto: na demanda de um património ignoto. 2012. Porto: Dissertação (Mestrado em História da Arte Portuguesa) - Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Porto.

MENDES, Teixeira. As máquinas infernais. O Primeiro de Janeiro, 1990.

MOISÉS, Carlos Felipe. O desconcerto do mundo. Do Renascimento ao Surrealismo. São Paulo: Escrituras Editora, 2001.

NEVES, José Soares. Cultura de leitura e classe leitora em Portugal. Sociologia, Problemas e Práticas, 78, p.67-86, 2015.

O'CONNOR, Alan. Punk record labels and the struggle for autonomy: The emergence of DIY. Plymouth: Lexington Books, 2008.

PACHECO, Luiz. O que é um escritor maldito?. In: PACHECO, Luiz, Memorando, mirabolando. Lisboa: Contraponto, 1995, p.55-71.

PHILLIPS, Damon J.; KIM, Young-Kyu. Why Pseudonyms? Deception as Identity Preservation Among Jazz Record Companies, 1920–1929. Organization Science, 20 (3), p.481-499, 2008.

Rádio Caos (s.d.). Home Page [em linha]. [Consult. 21 Julho 2017]. Disponível em: <http://radiocaos.net/index.php>.

RAZÃO DE SER. António Jorge com António da Silva Oliveira, de 15/07/2017. 2017. Consultado a 27.07.2017 Disponível em https://www.rtp.pt/play/p2805/e298396/razao-de-ser.

REIS, Ana Isabel. As rádios piratas em Portugal: contributos para um percurso. In: REIS, Ana Isabel; PORTELA; Pedro; RIBEIRO, Fábio (orgs.). Das piratas à Internet: 25 Anos de Rádios Locais. Braga: Universidade do Minho. Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, 2014, p.9-28.

S/N. Filha da Puta e Papa. JL – Jornal de Letras, 1984.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Pela mão de Alice. O social e o político na pós-modernidade. 4.ª ed. Porto: Afrontamento, 1995.

SANTOS, Boaventura de Sousa (org.). Portugal – Um retrato singular. Porto: Afrontamento, 1993.

SANTOS, Maria de Lourdes Lima dos (coord.); NEVES, José Soares; LIMA, Maria João e CARVALHO, Margarida. A leitura em Portugal. Lisboa: GEPE/ME, 2007.

SAPIRO, Gisèle. Os processos literários e a construção da imagem do intelectual engajado. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 28(83), p.9-24, 2013.

SARAIVA, Arnaldo. O conceito de literatura marginal. Discursos: estudos de língua e cultura portuguesa, 10, p.15-23, 1995.

SILVA, Augusto Santos; GUERRA, Paula. As palavras do punk. Lisboa: Alêtheia, 2015.

SILVA, Jorge Guimarães. As rádios no Porto. 1975-1988. Página consultada a 27.07.2017. 2016. Disponível em http://telefoniasemfios.blogspot.pt/p/blog-page_29.html.

SIMPSON, Charles R.. Soho: The artist in the city. Chicago: University of Chicago Press, 1981.

SOUSA, Rui. Surrealismo-Abjecionismo em Portugal: apontamentos para a análise de uma experiência crítica de marginalidade radical. Estação Literária, 12, p.186-205, 2014.

STOER, Stephen. Educação, Estado e desenvolvimento em Portugal. Lisboa: Livros Horizonte, 1982.

SVENSSON, Lennart G.. Occupations and Professionalism in Art and Culture. Professions and Professionalism, 5(2), p. 1-14, 2015.

TOYNBEE, Jason. Making popular music: Musicians, creativity and institution. Londres: Bloomsbury Publishing, 2000.

TRIGGS, Teal. Scissors and glue: punk fanzines and the creation of a DIY aesthetic. Journal of Design History, 19(1), p. 69-83, 2006.

Downloads

Publicado

31-08-2020

Como Citar

GUERRA, P. A margem é onde tudo começa e onde tudo acaba . A. Dasilva O. fala ao país pela Rádio Caos. Travessias, Cascavel, v. 14, n. 2, p. e25055, 2020. DOI: 10.48075/rt.v14i2.25055. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/25055. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

[DT] À MARGEM: RESISTÊNCIAS E REEXISTÊNCIAS NA LITERATURA BRASILEIRA