Resistência em campo de batalha: a vida dos marginalizados em Capão Pecado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v14i2.25358
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Palavras-chave:

Cultura, Alienação, Luta, Marginalizados.

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão acerca da vida e da representação cultural dos marginalizados na obra Capão Pecado, bem como as relações culturais que constitui diálogos conflituosos.  O principal foco é apresentar como o romance trabalha a resistência da cultura periférica em um campo de batalha contra a influência de fatores externos à comunidade. Diante disso, objetiva-se, de modo geral, analisar os discursos que se desenvolve ao longo da obra como pontos de resistência à massificação cultural. De modo específico; mostrar como a literatura marginal tem reivindicado um espaço na produção literária que dê voz aos moradores marginalizados, perceber o trabalho discursivo na busca de uma afirmação sociocultural, posto como militância, e evidenciar a luta contra fatores sociais que condicionam a localidade periférica a percorrer a criminalidade. Assim, para o desenvolvimento do presente estudo, a metodologia apresentada compõe uma pesquisa bibliográfica de cunho explicativo, na qual utiliza-se como pressupostos teóricos os postulados Dalcastagné (2007), Tamagnone (2013), Goffman (1985), Fianco (2010), Hall (2006), entre outros. Como resultados obtidos, constatou-se que a obra apresenta um aparato discursivo que reflete sobre as condições que enquadra a vida dos moradores de periferia a uma realidade cotidiana, na qual a criminalidade se constitui com um produto cultural de pobreza ao lado da cultura do hip-hop, ao mesmo tempo que essas localidades buscam seus direitos e sua singularidade, sobre constante luta as influências externas que tende ao apagamento de sua subjetividade através da alienação cultural.

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Biografia do Autor

Francinaldo Pereira da Silva, Universidade Federal do Maranhão

Formado em Letras Licenciatura pela Universidade Estadual do Maranhão e mestrando em Letras pela Universidade Federal do Maranhão.

Lucélia de Sousa Almeida, Universidade Federal do Maranhão

Professora Adjunta I da Universidade Federal do Maranhão, Campus III/Bacabal-MA. Líder de Grupo de Pesquisa Literatura, Enunciação e Cultura - LECult e Membro do Grupo de Pesquisa Literatura e Cultura, (UNB). Professora permanente do Mestrado Acadêmico em Letras, UFMA, Campus Bacabal, orienta trabalhos na linha de Literatura Cultura e Fronteiras do saber. Possui Doutorado em Letras (2019) pela Universidade de Brasília - UNB , Mestre em Letras (2015) pela Universidade Estadual do Piauí - UESPI, possui pós-graduação em Informática em Educação (2008) pela Universidade Federal de Lavras - UFLA, graduação em Letras/Português (2005) - Licenciatura pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA. Membro efetivo do Conselho Editorial Consultivo e Integrante da Comissão Editorial da Revista Hon no Mushi. Tem experiência na área de Letras Literatura, Memória e Cultura; Crítica Literária; Estudos sobre Riso e Literatura; Crônica Literária; Estudos de base teórica relacionadas com as concepções de Mikhail Bakhtin, na literatura e em outros discursos; Letramento Literário.

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Publicado

31-08-2020

Como Citar

PEREIRA DA SILVA, F.; DE SOUSA ALMEIDA, L. Resistência em campo de batalha: a vida dos marginalizados em Capão Pecado. Travessias, Cascavel, v. 14, n. 2, p. e25358, 2020. DOI: 10.48075/rt.v14i2.25358. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/25358. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

[DT] À MARGEM: RESISTÊNCIAS E REEXISTÊNCIAS NA LITERATURA BRASILEIRA