A mordaça

dramaturgia de um conflito

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v18i1.32148

Palavras-chave:

Dramaturgia, professores universitários, Universidade Pública, Sobrecarga de Trabalho

Resumo

Dramaturgia cômico-satírica que flerta com o teatro do absurdo, cuja cena ficcional é uma reunião de departamento em uma universidade pública, no contexto brasileiro coetâneo; define a artificialidade, a falta de uma perspectiva de totalidade em face da situação problemática e a hipocrisia como elementos nucleares dos discursos. A constelação de sujeitos ficcionais, em suas relações, faz emergir questões históricas, sociais e ideológicas, afins ao universo letrado. O argumento é a normalização da precarização do trabalho nas universidades. O protagonista, participante da luta sindical contra a hiperexploração e o adoecimento docente, reivindica a compatibilização entre sua jornada laboral e contratual; ao solicitar dispensa dos encargos excedentes, sua demanda é reendereçada ao campo pessoal, como algo a ser tratado na esfera privada, obnubilando a dimensão coletiva da questão. As interlocuções foram permeadas por estratégias que visavam ridicularizá-lo, revelando um ideário – que nega sistematicamente os direitos trabalhistas dos servidores públicos (por alienação, cinismo ou niilismo) e reprime a capacidade de criticar o presente e planejar o futuro – afim aos neofascismos contemporâneos.

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Biografia do Autor

Maria Amélia Dalvi, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Licenciada e mestra em Letras, doutora em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) (2001-2010). Realizou estágio pós-doutoral em Letras junto à Universidade Federal de Goiás (2015-2016) e à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2022-2023). Foi professora da educação básica (2003-2009), nas redes pública e privada. Trabalha no magistério superior da Universidade Federal do Espírito Santo (2010 ao presente), em cursos de graduação, mestrado e doutorado. Foi eleita para mandatos como coordenadora do PPG Letras da Ufes (2013, 2017, 2023, 2024). Coordena, atualmente, o Fórum dos Coordenadores de Programas de Pós-Graduação em Linguística e Literatura do Sudeste (2024). Compôs instâncias como colegiados de curso (Letras e Pedagogia), núcleo docente estruturante, conselho departamental e conselhos superiores (CEPE e CONSUNI), além de ter representado a Ufes junto ao Conselho Municipal de Cultura de Vitória e ao Comitê Estadual de Educação em Direitos Humanos do Espírito Santo. Fundou e coordena o grupo de pesquisa Literatura e Educação (www.literaturaeeducacao.ufes.br) (2011 ao presente). Integra, na Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Letras e Linguística (Anpoll), o GT Literatura e Ensino (2016 ao presente), tendo atuado, antes, no GT Leitura e Literatura Infantil e Juvenil (2012-2016). Na Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) integra o GT Trabalho e Educação (2019 ao presente). É membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Literatura do Espírito Santo (Neples) (2005 ao presente), produzindo estudos sobre obras, autores e sistemas literários no estado do Espírito Santo. Como escritora, recebeu o selo "Altamente Recomendável" concedido pela Fundação Nacional do Livro Intantil e Juvenil (FNLIJ), por No cangote do Saci: lendas do Brasil.

Vitor Cei, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Professor Adjunto da Universidade Federal do Espírito Santo, lotado no Departamento de Línguas e Letras e credenciado no Programa de Pós-Graduação em Letras, trabalhando nos cursos de licenciatura, mestrado e doutorado em Letras da Ufes. Doutor em Estudos Literários pela UFMG, com doutorado sanduíche na Universidade Livre de Berlim e pós-doutorado na Universidade de Pádua. Mestre em Letras pela Ufes; graduado em Filosofia e Comunicação Social. Atualmente é líder do grupo de pesquisa Literaluta, Coordenador Adjunto do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Literatura do Espírito Santo (Neples) e Bolsista Pesquisador Capixaba da FAPES, com projeto sobre o circuito autor-obra-público na região da Grande Vitória (ES). Também é Editor Associado da Revista Contexto (PPGL-Ufes) e pesquisador do grupo de pesquisa Ficcionalidades (Ufes), do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Filosofia, Educação e Linguagens (Ufes) e do Núcleo de Estudos em Narrativa Ficcional Brasileira (UFRN).

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Publicado

16-04-2024

Como Citar

DALVI, M. A.; CEI, V. A mordaça: dramaturgia de um conflito. Travessias, Cascavel, v. 18, n. 1, p. e32148, 2024. DOI: 10.48075/rt.v18i1.32148. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/32148. Acesso em: 1 maio. 2024.

Edição

Seção

ESCRITA LITERÁRIA AUTORAL