O CRONOTOPO DO GÊNERO CARTA DE CONSELHOS: IMGENS DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA AUTORIA
Palavras-chave:
Círculo de Bakhtin, Cronotopo, gênero carta de conselhosResumo
Objetivamos apresentar uma discussão em torno do cronotopo do gênero jornalístico carta de conselhos, publicado em revistas virtuais. Para tanto, recuperamos os escritos do Círculo de Bakhtin e as investigações contemporâneas em sociologia sob o olhar de Giddens. Os dados são formados por 30 (trinta) exemplares do gênero, publicados nas revistas online Claudia, Nova e Veja, no período de 10 a 17 de março de 2010. Inicialmente, observamos que, na contemporaneidade, o jornalismo de revista online tem se caracterizado como um jornalismo de revista especializado, seguindo caminhos discursivos múltiplos, dentre eles o do entretenimento e da autoajuda. Em relação ao grande cronotopo, pudemos compreender que a carta de conselhos se constitui nas condições sócio-históricas da modernidade tardia, um tempo-espaço da angústia existencial, da cultura de riscos e da busca incessante por respostas para os problemas da vida social. Acerca do pequeno cronotopo do gênero, a situação social de interação, constatamos que a posição de autoria é discursivamente construída por profissionais de diferentes esferas de atuação que assinam as cartas e que são denominados pelas revistas como conselheiros ou articulistas. Quanto ao interlocutor previsto, entendemos que é o leitor da revista, um sujeito interessado em saber sobre os problemas íntimos do outro e as soluções propostas para esses problemas (que inclusive podem se projetar como seus). A partir desses resultados acerca da cronotopia, interpretamos o gênero carta de conselhos como um gênero híbrido perpassado pelos discursos do jornalismo de entretenimento e de autoajuda.
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