Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade: um rechaço à fixidez formal e uma exaltação à experimentação
Palavras-chave:
Serafim Ponte Grande, Oswald de Andrade, estética da antropofagia.Resumo
Este trabalho constitui-se como uma pesquisa bibliográfica que tem por objetivo apresentar uma análise da obra Serafim Ponte Grande (1933), de Oswald de Andrade, de modo a destacar a aversão que o escritor sentia em relação às formas fixas de produção literária que existiam antes do Modernismo, as quais, segundo Alfredo Bosi, em Historia Concisa da Literatura Brasileira (2001), passaram a sofrer inovações radicais somente a partir de Oswald de Andrade e outros escritores como Manuel Bandeira e Mário de Andrade. Buscar-se-á também expor alguns aspectos da obra que explicitam o gosto pela experimentação relacionada a novas formas de expressão que Oswald de Andrade possuía. A ideia de romper com as escolas literárias, atacando-as, foi uma maneira de produzir literatura adotada pelo escritor em questão que, influenciado pelas vanguardas europeias, propôs a origem de uma arte que se desvencilhasse da cultura estrangeira para então criar uma cultura nacionalista. Todo esse processo de produção artística de Oswald caracteriza-se, segundo Leyla Perrone-Moisés (1990), como “antropofagia cultural”, conceito a ser observado e exemplificado a partir da leitura, interpretação e análise de Serafim Ponte Grande e da própria crítica oswaldiana.Downloads
Referências
ANDRADE, O. Manifesto antropófago. 1928. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf > Acesso em: 20 jul. 2018.
ANDRADE, O.Manifesto da Poesia Pau-Brasil. 1924. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf > Acesso em: 20 jul. 2018.
ANDRADE, O. Panorama do fascismo; O homem e o cavalo; A morta. São Paulo: Globo, 2005.
ANDRADE, O.O rei da vela. São Paulo: Globo, 2003.
ANDRADE, O.Serafim Ponte Grande. 8. ed. São Paulo: Globo, 2001.
BAKHTIN, M. O plurilinguismo no romance. In: BAKHTIN, M. Questões de literatura e estética: a teoria do romance. 5. ed. São Paulo: Hucitec, 2002.
BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Trad. Yara Frateschi Vieira. São Paulo, Hucitec, 1987.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 39. ed. São Paulo: Cultrix, 2001.
CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. 9. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2006.
CASTELLO, José Aderaldo. A literatura Brasileira: Origens e Unidade (1500-1960). São Paulo: EDUSP, 1999.
CURY, José João. O teatro de Oswald de Andrade: ideologia, intertextualidade e escritura. São Paulo: Annablume, 2003.
HAESBAERT, Rogério; MONDARDO, Marcos. Transterritorialidade e antropofagia: territorialidades de trânsito numa perspectiva brasileiro-latino-americana. Geographia: Revista do Programa de Pós-Graduação da UFF, Niterói, v. 12, n. 24, p.19-50, 2010. Quadrimestral. Disponível em: <http://www.geographia.uff.br/index.php/geographia/issue/view/26>. Acesso em: 21 out. 2018.
HUTCHEON, Linda. Narcissistic narrative: the metafictional paradox. 2 ed. New York: Methuen, 1984.
PERRONE-MOISÉS, Leila. Flores da escrivaninha. São Paulo: Companhia das letras, 1990.
SAMOYAULT, Tiphaine. A Intertextualidade. Trad. Sandra Nitrini. São Paulo: Hucitec, 2008.
LEITES, Wallisson Rodrigo. Oswald de Andrade e a reelaboração crítica e artística do conceito de antropofagia. 2015. 129 f. Dissertação. Mestrado em Letras – Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Cascavel, PR.
LÉVI-STRAUSS, Claude. El pensamiento salvaje. México: Ed. Fondo de cultura Económica, 1992.
TIGGES, Win. An anatomy of literature nonsense. Amsterdam: Rodopi, 1988. Disponível em: <http://www.openisbn.com/preview/905183019X/> Acesso em: 29 nov. 2016.
TODOROV, TXVETAN. Introducción a la literatura fantástica. 4. ed. Trad. Silvia Delpy. México: Ediciones Coyoacán, 1999.
VAX, Louis. Arte y literatura fantásticas. Trad. Juan Merino. Buenos Aires: Editorial Universitaria de Buenos Aires, 1965.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.