O Queer veste a sua obra: a mediação social do corpo destoante e a dimensão de artisticidade de suas extensões na contemporaneidade

Resumo

Com este ensaio, pretendemos descrever os argumentos que contornam a relação das vestimentas com a arte no objetivo de sensibilizar a relação estabelecida com a obra criada e produzida pelo indivíduo, então denominado, queer. Utilizamos o conceito queer aquém do que é entendido, no uso das roupas, como peças ditas masculinas ou femininas, e projetamo-nos numa configuração que tenta pensar o estranhamento sobre o ato de vestir de forma desobediente e que dá sustentação teórica à proposta aqui trabalhada na interação entre o fazer artístico das vestes e o social. A metodologia aplicada neste trabalho é orientada sobre os estudos que envolvem a dimensão sensível que as extensões de pele provocam e fazem sentir e as intersecções com as suas execuções mediatizadas, de recepção e artísticas. Os resultados, ainda que preliminares, são potentes ao nos permitirem refletir sobre o papel da composição da aparência no campo da artisticidade e enquanto afirmação da roupa como obra que reveste o corpo.