A “dimicrobacia” hidrográfica enquanto escala de análise e de ação: Reflexões com base na Ecologia Política e na Geografia Ambiental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/amb.v1i2.23778
Agências de fomento
CNPq

Palavras-chave:

Água, Bacia Hidrográfica, Escala, Análise, Ação

Resumo

A água é o principal elemento da natureza que permite a existência da vida. Na Geografia, a água é elemento abiótico, que, por sua vez, permite a existência, manutenção e reprodução do meio biótico, incluindo a própria espécie humana. A água doce, principalmente fluvial e pluvial, circula por bacias hidrográficas, utilizadas como unidades de análise espacial. O objetivo deste artigo é discutir a água e a bacia hidrográfica à luz da Ecologia Política e da Geografia Ambiental, propondo a utilização da “dimicrobacia” hidrográfica, neologismo que significa “diminuta microbacia hidrográfica”, enquanto escala de análise e de ação. A metodologia utilizada é composta por revisão bibliográfica de artigos e documentos de instituições ligadas à água e por apontamentos e sugestões do autor em relação a formas de se utilizar a “dimicrobacia” em estudos geográficos na pesquisa, no ensino e na extensão. A proposta é desenvolvida a partir de uma perspectiva autonomista e libertária da Geografia, buscando contribuir para esse debate.

Referências

ACSELRAD, Henri. Ambientalização das lutas sociais - o caso do movimento por justiça ambiental. Estudos avançados, v. 24, no 68, pp. 103-119, 2010.

ALIMONDA, Hector. Ecología política latinoamericana y pensamiento crítico: vanguardias arraigadas. Desenvolvimento e meio ambiente, no 35, pp. 161-168, 2015. DOI: 10.5380/dma.v35i0.44557

ALIMONDA, Hector; PÉREZ, Catalina T.; MARTÍN, Facundo. (Org.). Ecología política latinoamericana: pensamiento crítico, diferencia latinoamericana y rearticulación epistémica. CLACSO; México/Ciccus. Vol. I, 2017a.

ALIMONDA, Hector; PÉREZ, Catalina T.; MARTÍN, Facundo. (Org.). Ecología política latinoamericana: pensamiento crítico, diferencia latinoamericana y rearticulación epistémica. CLACSO; México/Ciccus. Vol. I, 2017b.

ATHAYDES, Tiago V. S. Sistemas de tratamento de esgoto no meio rural: uma avaliação de experiências no município de Francisco Beltrão, Iretama e Campo Mourão/PR. Mestrado em Geografia. Francisco Beltrão: UNIOESTE, 2019.

BAKKER, Karen. A political ecology of water privatization. Studies in Political Economy, no 70, pp. 35-58, 2003a.

BAKKER, Karen. An Uncooperative Commodity: Privatizing Water in England and Wales. Oxford: Oxford University Press, 2003b.

BRASIL. Agência Nacional de Águas (ANA). Curso de gestão de recursos hídricos. Módulo 1. Brasília: MMA/ANA, 2013.

BRYANT, Raymond (Ed.). The international handbook of political ecology. Cheltenham, UK/Northampton, MA, USA: Edward Elbar Publishing, 2015.

CANDIOTTO, Luciano Z. P. Conservação de recursos hídricos em unidades rurais familiares com produção de alimentos orgânicos no alto curso da Bacia do Rio Cotegipe, município de Francisco Beltrão – Paraná. Caminhos de Geografia, v. 20, no 69, pp. 174–192, 2019.

CANDIOTTO, Luciano Z. P.; GRISA, Felipe F.; SCHIMITZ, Luiz A. Considerações sobre a experiência de construção de cisternas em Unidades de Produção e Vida Familiares (UPVFs) do município de Francisco Beltrão – Paraná. Revista NERA, no 29, pp. 174-193, 2015.

CANDIOTTO, Luciano Z. P.; SOUZA, Lunéia C. de; CASARIL, Kérley B. P. B. Análise da qualidade microbiológica da água em unidades de produção e vida familiares orgânicas do município de Verê-PR. Boletim Gaúcho de Geografia, v. 42, no 2, pp. 649-671, 2015.

CASTRO, José E.; CUNHA, Luis H.; FERNANDES, Marcionila; SOUZA, Cidoval Morais de (Org.). Tensão entre justiça ambiental e justiça social na América Latina: o caso da gestão da água [livro eletrônico]. Campina Grande: EDUEPB, 2017.

CASTRO, José E.; KOHAN, Gustavo; POMA, Alice; RUGGERIO, Carlos (Org.). Territorialidades del agua: conocimiento y acción para construir el futuro que queremos. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Fundación CICCUS; Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Waterlat-Gobacit, 2019.

COELHO NETTO, Ana L. Hidrologia de encosta na interface com a Geomorfologia. In: GUERRA, Antonio J. T.; CUNHA, Sandra B. (Org.). Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. pp. 93-148.

COMISSÃO ÉTICA DA ÁGUA. Princípios éticos para uma mobilização mundial frente a Crise da Água. Saragoça, Espanha, 2008. Disponível em <https://jornalggn.com.br/sustentabilidade/forum-etico-da-agua-um-documento-inspirador-organizado-por-pedro-arrojo/>. Acesso em 14/07/2018.

FAUSTINO, Jorge. Planificación y gestión de manejo de cuencas. Turrialba: CATIE, 1996.

FERRÃO, André; POZZER, Carlos. O ordenamento territorial no entorno do Lago de Furnas em Minas Gerais: a bacia hidrográfica como unidade de planejamento regional. Revista de Geografia e Ordenamento do Território (GOT), no 13, pp. 147-176, 2018. dx.doi.org/10.17127/got/2018.13.007

GREGIO, Josué V.; DIAS, Roberto; POMNIECHINSKI, Lucas. Implantação de Sistemas Agroflorestais Sucessionais no município de Francisco Beltrão, como referência para compatibilização entre produção de Alimentos orgânicos e recuperação florestal. In: Anais do VIII Simpósio Internacional de Geografia Agrária e IX Simpósio Nacional de Geografia Agrária. Curitiba, 2017. Disponível em <https://singa2017.files.wordpress.com/2017/12/gt18_1506819910_arquivo_gregiodiaspomniechiski.pdf>. Acesso em 05/09/2019.

HIRATA, Ricardo. Recursos Hídricos. In: TEIXEIRA, Wilson; FAIRCHILD, Thomas R.; TOLEDO, Maria C. M. de; TAIOLI, Fabio. (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007. pp. 427-444.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Vocabulário Básico de Recursos Naturais e Meio Ambiente. Rio de Janeiro: IBGE, 2004.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). 17 objetivos para transformar o mundo. 2015. Disponível em <https://nacoesunidas.org/pos2015/ods6/>. Acessado em 10 de agosto de 2019.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA (UNESCO). Water for a sustainable world. Paris: UNESCO, 2015. Disponível em <https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000231823>. Acesso em 27/08/2019.

PEREIRA, Mauri C. B.; SCOCCARO, José L. S. Bacias hidrográficas do Paraná: série histórica. Curitiba: SEMA/PR, 2010.

REBOUÇAS, Aldo; BRAGA, Benedito; TUNDISI, José. (Org.). Águas doces no Brasil: capital ecológico, uso e conservação. São Paulo: Escrituras Editora, 2006.

SANTOS, Rosely F. Planejamento Ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de textos, 2004.

SCHIMITZ, Luiz A. Proteção de fontes de água em Unidades de Produção e Vida Familiares (UPVFS) no Sudoeste do Paraná: uma análise das ações desenvolvidas pela ACESI/STR, GETERR/UNIOESTE e EMATER-PR. Mestrado em Geografia. Francisco Beltrão: UNIOESTE, 2017.

SOUZA, Marcelo Lopes de. Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

SOUZA, Marcelo Lopes de. Por uma Geografia libertária. Rio de Janeiro: Consequência, 2017.

SOUZA, Marcelo Lopes de. Quando o trunfo se revela um fardo: reexaminando os percalços de um campo disciplinar que se pretendeu uma ponte entre o conhecimento da natureza e o da sociedade. Geousp – Espaço e Tempo, v. 22, no 2, pp. 274-308, 2018.

SOUZA, Marcelo Lopes de. O que é a Geografia Ambiental? AMBIENTES: Revista de Geografia e Ecologia Política, v. 1, no 1., pp. 14-37, 2019.

SWYNGEDOUW, Erik. Circulations and metabolisms: (hybrid) natures and (cyborg) cities. Science as Culture, v. 15, no 2, pp. 105-122, 2006.

SWYNGEDOUW, Erik. Dispossessing H2O: the contested terrain of water privatization. In: N. HEYNEN, Nik; MCCARTHY, James PRUDHAM, Scott; ROBBINS. Paul (Org.). Neoliberal Environments: False Promises and Unnatural Consequences. New York: Routledge, 2007. pp. 51-62.

SWYNGEDOUW, Erik. Troubled waters: the political economy of essential public Services. In: CASTRO, José E.; HELLER. Leo (Org.). Water and Sanitation Services: Public Policy and Management. London: Earthscan, 2009. pp. 22-39.

SWYNGEDOUW, Erik. Cidades, coesão social e o meio ambiente: justiça urbana ambiental ou ecologia POLÍTICA?. In: CASTRO, José E.; CUNHA, Luis H.; FERNANDES, Marcionila; SOUZA, Cidoval M.de (Org.). Tensão entre justiça ambiental e justiça social na América Latina: o caso da gestão da água [livro eletrônico]. Campina Grande: EDUEPB, 2017. pp. 67-114.

SWYNGEDOUW, Erik. La economía política y la ecología política del ciclo hidro-social. In: CASTRO, José E.; KOHAN, Gustavo; POMA, Alice; RUGGERIO, Carlos (Org.). Territorialidades del agua: conocimiento y acción para construir el futuro que queremos. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Fundación CICCUS; Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Waterlat-Gobacit, 2019. pp. 48-57.

TEODORO, Valter L. I.; TEIXEIRA, Denilson; COSTA, Daniel J. L.; FULLER, Beatriz B. Conceito de bacia hidrográfica e a importância da caracterização morfométrica para o entendimento da dinâmica ambiental local. Revista Uniara, no 20, pp. 137-156, 2007.

TUNDISI, José G. Água no século XXI: enfrentando a escassez. São Paulo: RIMA, 2009.

WATERLAT-GOBACIT. Documento da Rede WATERLAT-GOBACIT decorrente do Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA): “Água é um direito, não mercadoria”. Brasília, 2018. Disponível em . Acessado em 08/05/2018.

Downloads

Publicado

16-12-2019

Como Citar

CANDIOTTO, L. Z. P. A “dimicrobacia” hidrográfica enquanto escala de análise e de ação: Reflexões com base na Ecologia Política e na Geografia Ambiental. AMBIENTES: Revista de Geografia e Ecologia Política, [S. l.], v. 1, n. 2, p. 111, 2019. DOI: 10.48075/amb.v1i2.23778. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/ambientes/article/view/23778. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos