Acesso à água na periferia da Região Metropolitana do Rio de Janeiro: O Distrito de Imbariê, Duque de Caxias (RJ)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/amb.v3i1.26160
Agências de fomento

Palavras-chave:

Acesso à água, Periferias urbanas, Desigualdade socioespacial

Resumo

Inúmeras discussões, principalmente no âmbito das políticas públicas, têm demonstrado implicações relacionadas à situação de abastecimento de água nas periferias urbanas. No município de Duque de Caxias, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, significativos problemas de abastecimento de água atingem grande parte dos domicílios, gerando preocupações em diversos segmentos da sociedade local. O fato é que uma considerável parcela da população sofre diariamente com a má distribuição desse recurso de direito fundamental, acarretando muitos prejuízos em sua rotina cotidiana. A empresa responsável pelo fornecimento credita ao crescimento desordenado da Região Metropolitana a dificuldade em manter o atendimento regular. Contudo, obras inacabadas, ligações inexistentes e incompletas, além de reservatórios defasados, ilustram melhor o descaso da empresa e dos governos quando o assunto é abastecimento. Pretende-se, a partir do exposto, analisar e compreender a dinâmica do abastecimento de água no Terceiro Distrito do município citado, destacando como essa dinâmica tem afetado a condição de vida da população local, comprometendo sua qualidade de vida. Numa análise mais ampla, constatou-se, com base em pesquisa pretérita, que as áreas mais afastadas das localidades centrais de Duque de Caxias são aquelas que concentram o maior número de população de baixa renda, sendo as mais sujeitas aos problemas de infraestruturas urbanas, incluindo o abastecimento de água. Neste contexto, o estudo aqui proposto apresenta como questão central ao acesso à água, visto numa perspectiva de como essa questão estrutural pode afetar populações que ocupam áreas periféricas do espaço metropolitano.

Biografia do Autor

Maria Helena Do Carmo Silveira Costa, UFMG

IGC / GEOGRAFIA

Referências

BRAUN, Bruce; CASTREE, Noel (orgs.): Social Nature: Theory, Practice, and Politics. Malden (MA) e Oxford: Blackwell, 2001.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O ardil da ordem. Campinas: Papirus, 1986.

BRASIL, Presidência da República. Secretaria Geral – Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei Nº 14.026, atualiza o marco legal do saneamento básico. Brasília, DF. D.O.U. 2020.

BRITTO, Ana Lúcia.; JOHNSSON, Rosa Maria Formiga; CARNEIRO, Paulo Roberto Ferrei¬ra. Abastecimento Público e Escassez Hidrossocial na Metrópole do Rio de Ja¬neiro. Ambiente e Sociedade. São Paulo v. 19, nº 1, pp. 185-208, 2016.

CEDAE. Esquema de Adução da Baixada Fluminense – Esquema setorizado (subsiste-mas de intervenções). [2009]. Revisão geral jan/2013.

CASTREE, Noel. Nature: The Adventures of a Concept. London: Routledge, 2005.

CASTRO, José Esteban. Políticas Públicas de Saneamento e Condicionantes Sistêmicos. In: HELLER, Leo.; ESTEBAN, J0sé. C. (orgs.). Políticas Públicas e Gestão de Servi¬ços de Saneamento. Belo Horizonte: Editora UFMG/Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2013.

COSTA, Maria Helena do Carmo Silveira. Políticas Públicas de Abastecimento de Água em Interface com a Educação: acesso à água na Rede Municipal de Ensino de Duque de Caxias – Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Urbanismo) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-graduação em Urbanismo, Rio de Janeiro, 2018.

COSTA, Pierre Alves. Duque de Caxias – De cidade dormitório à cidade do refino do pe¬tróleo: Um estudo econômico-político, do início dos anos 1950 ao início dos anos 1970. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciência Humanas e Filosofia, Departamento de História, Rio de Janeiro, 2009.

DESLANDES, Suely F.; MINAYO, Maria C. S. Pesquisa social: Teoria, método e criativida¬de. 28 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

FONSECA, João J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.

GERHARDT, Tatiana E.; SILVEIRA, Denise T. Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

GÓMEZ, Elena D. La ecología política urbana: una disciplina emergente para el análisis del cambio socioambiental en entornos ciudadanos. Documents d’Anàlisi Geo-gràfica, v. 48, nº 1, pp. 167-178, 2009.

HELLER, Leo. Acesso aos Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário no Brasil: considerações históricas, conjunturais e prospectivas. Working Paper, Number CBS-73-06, Paper 73, 2006.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Saneamento Básico no Brasil: avanços e desafios. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv47603_cap5_pt4.pdf>. Acesso em 05/05/2021.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Arranjos Populacionais e concentrações urbanas do Brasil. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/divisao-regional>. Acesso em 05/05/2021.

IÓRIS, Antônio A. R. Applying the Strategic-Relational Approach to Urban Political Ecology: The Water Management Problems of the Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, Brazil, Antipode, v.44, nº 1, pp. 122-150, 2012.

LASCHEFSKI, Klemens; DIAS, Silvano Souza. Conflitos ambientais e gestão de água: pro¬blemas de abastecimento, urbanização e mineração em Viçosa, MG. Bol. geogr., Maringá, v. 37, nº 3, pp. 105-122, 2019.

LINTON, Jamie; BUDDS, Jessica. The hydrosocial cycle: Defining and mobilizing a relational-dialectical approach to water. Geoforum, v. 57, nº 1, n. p., 2013.

MINAYO, Maria C. S. Análise qualitativa: teoria, passos e fidedignidade/Qualitative analysis: theory, steps and reliability. Revista Ciência e Saúde Coletiva, v. 17, nº 3, pp. 621-626, 2011.

MULAS, Andrés Sanz. Vinculación plan presupuesto en América Latina. – Brasília: CEPAL. Escritório no Brasil/IPEA, 2015. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/279024077_Vinculacion_Plan_Presupuesto_en_America_Latina_TEXTOS_PARA_DISCUSSAO_CEPAL_IPEA?channel=doi&linkId=558905f608aeb2994444c2ac&showFulltext=true>. Acesso em 05/05/2021.

ONUNews. Diretora de saneamento para todos diz que privatização precisa de regula¬ção. Disponível em: <https://news.un.org/pt/story/2020/08/1722022>. Acesso em 07/12/2020.

ONU-PNUD. Relatório de Desenvolvimento Humano - Sustentar o Progresso Humano: Reduzir as Vulnerabilidades e Reforçar a Resiliência. 2014. Disponível em: <http://hdr.undp.org/sites/default/files/hdr2014_pt_web.pdf>. Acesso em 05/05/2021.

PERREAULT, Tom. What kind of governance for what kind of equity? Towards a theorization of justice in water governance. Water International, v. 39, nº 3, pp. 233-245, 2014.

PREFEITURA MUNICIPAL DE DUQUE DE CAXIAS. Plano Municipal de Saneamento Bási¬co de Duque de Caxias, 2017. Disponível em: <https://www.cmdc.rj.gov.br/?p=19543>. Acesso em 05/05/2021

PREFEITURA MUNICIPAL DE DUQUE DE CAXIAS. Plano Diretor da Cidade de Duque de Caxias S/N da Lei aprovado em 10 de outubro de 2006. Disponível em: <https://www.cmdc.rj.gov.br/?page_id=7592>. Acesso em 05/05/2021.

QUINTSLR, Suyá. (Re)Produção da desigualdade ambiental na metrópole: conflito pela água, ‘crise hídrica’ e macrossistema de abastecimento no Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Urbanismo) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional, Rio de Janeiro, 2018.

RIBEIRO, Wagner Costa, SANTOS, Cinthia Leone Silva., SILVA, Luís Paulo Batista. Confli¬to pela água, entre a escassez e a abundância: Marcos teóricos. AMBIENTES: Revista de Geografia e Ecologia Política, v. 1, nº 2, pp. 11-37, 2019.

ROBBINS, Paul. Political ecology: A critical Introduction. Oxford: Blackwell, 2004.

SAURÍ, Davi. Water conservation: Theory and evidence in urban areas of the developed world. Annual Review of Environment and Resources, v. 38, nº 1, pp. 227-248, 2013.

SHIVA, Vandana. Las guerras del agua: privatización, contaminación y lucro. 1 ed. Méxi¬co: Siglo XXI, 2003.

SMITH, Neil. Uneven Development: Nature, Capital and the Production of Space. Oxford, Blackwell, 1984.

SWYNGEDOUW, Erik. A cidade como um híbrido: natureza, sociedade e urbanização-cyborg. In: ACSELRAD, Henry. (org.). A duração das cidades; sustentabilidade e risco nas políticas urbanas. Rio de Janeiro: DP&A, p. 83-104, 2001.

SWYNGEDOUW, Erik. Privatizando o H2O: transformando águas locais em dinheiro glo¬bal. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais. Rio de Janeiro, v. 6, nº 1, pp. 33-53, 2004.

SWYNGEDOUW, Erik. The Political Economy and Political Ecology of the Hydro-Social Cycle. Journal of Contemporary Water Research & Education, v. 142, nº 1, pp. 56-60, 2009.

SWYNGEDOUW, Erik; HEYNEN, N. Urban Political Ecology, Justice and the Politics of Scale. Antipode, v. 35, nº 5, pp. 898-918, 2003.

SWYNGEDOUW, Erik; KAIKA, Maria. Urban Political Ecology. Great Promises, Deadlock…and New Beginnings? Documents d’Anàlisi Geogràfica, v. 60, nº 3, pp. 459-481, 2014.

SWYNGEDOUW, Erik; KAIKA, Maria; CASTRO, José Esteban. Urban Water: A Political-Ecology Perspective. Built Environment, v. 28, Special Issue on Water Management in Urban Areas, pp. 124-137, 2002.

TENREIRO, André. Atlas escolar do município de Duque de Caxias. Duque de Caxias, RJ: Secretaria Municipal de Educação, 2015. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/341522474_Atlas_escolar_do_municipio_de_Duque_de_Caxias_RJ>. Acesso em 05/05/2021.

Downloads

Publicado

29-06-2021

Como Citar

COSTA, M. H. D. C. S. Acesso à água na periferia da Região Metropolitana do Rio de Janeiro: O Distrito de Imbariê, Duque de Caxias (RJ). AMBIENTES: Revista de Geografia e Ecologia Política, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 254, 2021. DOI: 10.48075/amb.v3i1.26160. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/ambientes/article/view/26160. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos