A grande transformação da planície do norte do Rio de Janeiro (1933-1990)
DOI :
https://doi.org/10.48075/amb.v3i1.26872Mots-clés :
planície costeira, área úmida, drenagem, problemas socioambientaisRésumé
As planícies costeiras do Atlântico Sul formaram-se nos últimos 5 mil anos e foram um dos primeiros terrenos tocados na América por europeus em seu processo de expansão, no século XV. Áreas de tabuleiros também se estendem na zona costeira e foram conquistadas no século XVI para a obtenção de lenha e madeira, tanto quanto para a abertura de terras para a agropecuária. As planícies, principalmente, contavam com extensas áreas úmidas que dificultavam uma economia agropecuária. Durante todo o período colonial e ao longo do século XIX, a excessiva umidade impunha limitações à agropecuária. A modernização dessa atividade, a partir do final do século XIX, acabou exigindo a drenagem de tais áreas em todo o Brasil. Várias comissões de saneamento foram criadas para tal finalidade. A que se firmou, entre 1940 e 1989, em todo o país foi o Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS). A atuação do órgão promoveu uma grande transformação no ambiente com profundas consequências sociais. O presente artigo toma o caso da planície do norte do estado do Rio de Janeiro para ilustrar a grande transformação por que passaram esses terrenos e os problemas ambientais dela resultantes. Hoje, a agropecuária no Norte Fluminense mostra sensíveis sinais de esgotamento.
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