Autonomia territorial e soberania popular: Diferenças históricas, convergências políticas e diálogos na construção de alternativas e defesas territoriais na América Latina
DOI:
https://doi.org/10.48075/amb.v6i2.31623Resumo
A construção da autonomia territorial e da soberania popular possuem origens ontológicas distintas, contudo compartilham da dimensão histórica das resistências latino-americanas e são parte do Paradigma Onto-Epistêmico do Campo, que envolve diferentes matrizes ontológicas, epistêmicas e políticas. Construídas por movimentos socioterritoriais, indígenas e camponeses, mobilizam as resistências e as lutas territoriais contra a exploração, a violência e as múltiplas formas de espoliação produzidas pela acumulação capitalista. São forças políticas produzidas das ações, práticas e saberes construídos pelos sujeitos políticos coletivos organizados nos territórios e comunidades, e reflexo do acúmulo teórico dos movimentos socioterritoriais. Este artigo se propõe a realizar uma análise comparada entre estas forças políticas, destacando dois movimentos socioterritoriais emblemáticos da América Latina que as constroem, quais sejam, o Congresso Nacional Indígena-Conselho Indígena de Governo (CNI-CIG) no México, com sua luta pela autonomia dos povos indígenas e de seus territórios, e a Via Campesina Brasil, com a luta pela terra e território, reforma agrária e soberania popular. A análise e o debate teórico sobre a autonomia territorial e a soberania popular contribui para evidenciar as convergências políticas existentes, compreender as diferenças históricas e ampliar o diálogo entre as lutas territoriais construídas na América Latina.
Palavras-chave: América Latina; Autonomia Territorial; Defesa Territorial; Movimentos Socioterritoriais; Soberania Popular.
Territorial autonomy and popular sovereignty: Historical differences, political convergences and dialogues in the construction of alternatives and territorial defenses in Latin America
Abstract
The construction of territorial autonomy and popular sovereignty have different ontological origins, but they share the historical dimension of Latin American resistance and are part of the Onto-Epistemic Paradigm of the Countryside, which involves different ontological, epistemic and political matrices. Built by indigenous and peasant socio-territorial movements, they mobilize resistance and territorial struggles against exploitation, violence and the multiple forms of spoliation produced by capitalist accumulation. They are political forces produced from the actions, practices and knowledge built by collective political subjects organized in territories and communities, and reflect the theoretical accumulation of socio-territorial movements. This article proposes to analyze and contrast these political forces, highlighting two emblematic socio-territorial movements in Latin America that build them, the National Indigenous Congress-Indigenous Council of Government (CNI-CIG) in Mexico, with its struggle for the autonomy of indigenous peoples and their territories, and Via Campesina Brazil, with the struggle for land and territory, agrarian reform and popular sovereignty. The analysis and theoretical debate on territorial autonomy and popular sovereignty contribute to highlighting existing political convergences, understanding historical differences and broadening the dialogue between territorial struggles in Latin America.
Keywords: Latin America; Territorial Autonomy; Territorial Defense; Socio-territorial Movements; Popular Sovereignty.
Autonomía territorial y soberanía popular: Diferencias históricas, convergencias políticas y diálogos en la construcción de alternativas y defensas territoriales en América Latina
Resumen
La construcción de la autonomía territorial y la soberanía popular tienen orígenes ontológicos diferentes, pero comparten la dimensión histórica de las resistencias latinoamericanas y forman parte del Paradigma Onto-Epistémico del Campo, que comprende diferentes matrices ontológicas, epistémicas y políticas. Construidos por movimientos socio-territoriales indígenas y campesinos, movilizan resistencias y luchas territoriales contra la explotación, la violencia y las múltiples formas de expoliación producidas por la acumulación capitalista. Son fuerzas políticas producidas a partir de las acciones, prácticas y conocimientos construidos por sujetos políticos colectivos organizados en los territorios y comunidades, y reflejan la producción teórica de los movimientos socioterritoriales. Este artículo propone realizar un análisis contrastivo de estas fuerzas políticas, destacando dos movimientos socioterritoriales emblemáticos en América Latina que las construyen, el Congreso Nacional Indígena-Concejo Indígena de Gobierno (CNI-CIG) en México, con su lucha por la autonomía de los pueblos indígenas y sus territorios, y La Vía Campesina Brasil, con su lucha por la tierra y el territorio, la reforma agraria y la soberanía popular. El análisis y debate teórico sobre la autonomía territorial y la soberanía popular contribuye a destacar las convergencias políticas, comprender las diferencias históricas y ampliar el diálogo entre las luchas territoriales construidas en América Latina.
Palabras clave: América Latina; Autonomía Territorial; Defensa Territorial; Movimientos Socioterritoriales; Soberanía Popular.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.