O ensino das práticas de aventura e a contextualização da determinação social da saúde
DOI:
https://doi.org/10.36453/cefe.2021.n3.27473Palavras-chave:
Educação física, Práticas corporais de aventura, Saúde coletiva, Escola.Resumo
INTRODUÇÃO: Este artigo expõe uma sequência didática com o conteúdo práticas corporais de aventura, tomando como principal enfoque as articulações com o debate sobre saúde coletiva a partir da pedagogia histórico-crítica e dos princípios curriculares para o trato com o conhecimento da abordagem crítico-superadora. Compreendendo que a saúde coletiva está pautada em um aporte dialético e que toma a totalidade do indivíduo nessa particularidade histórica, defendemos que essa concepção de saúde tem envergadura suficiente para dialogar com o ensino das diferentes atividades da Cultura Corporal na busca por uma formação crítica.
OBJETIVO: O objetivo é apresentar o caminho teórico-metodológico do ensino das práticas corporais de aventura considerando as possibilidades de usufruto e vivência em meio urbano, mais especificamente nos parques da cidade de Goiânia.
MÉTODOS: A metodologia de exposição foi delineada a partir dos princípios de um relato de experiência, que visa apresentar detalhadamente uma proposta pedagógica já materializada em diálogo com a produção científica. Concomitantemente foi desenvolvido um debate acerca da saúde coletiva apresentando as determinações sociais do trabalho e as contradições dessa sociedade onde os trabalhadores não têm acesso à cultura corporal e ao tempo de lazer, impactando sua saúde.
RESULTADOS: a) o processo de ensino e aprendizagem das práticas corporais de aventura na terra, no ar e na água, em suas modalidades arvorismo, slackline e stand up paddle e dimensões técnicas, históricas e de vertigem; b) Debate sobre as formas de acesso às práticas de aventura e exploração dos espaços públicos em Goiânia; c) Compreender as contradições acerca da particularidade de nossa sociedade (capitalismo); d) Construção de material alternativo.
CONCLUSÃO: Os alunos compreenderam os conceitos das práticas corporais de aventura e os determinantes sociais da saúde, tecendo críticas à falta de políticas públicas de acesso à cultura corporal e apontando possibilidades alternativas (e provisórias) para a comunidade vivenciar e usufruir destes bens, mesmo à contragosto da lógica do capital.
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