Relações de poder e os sujeitos consumidores de agrotóxicos na faixa de fronteira do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.48075/rtc.v25i50.21187Palavras-chave:
Agrotóxico, consumo, relações de poder, sujeito.Resumo
O processo de racionalização da sociedade ou da cultura moderna tem sido um objeto de pesquisa constante nas Ciências Sociais. Foucault sugere que esse processo não seja analisado genericamente, mas como um processo em vários campos, cada um dos quais com uma referência a uma experiência fundamental: loucura, doença, morte, crime, sexualidade, etc. Este trabalho se propõe a analisar o processo de racionalização no campo do consumo de agrotóxicos, que está referido à experiência fundamental da “contaminação”. O campo do consumo de agrotóxicos abriga relações de poder que conduziram à construção de um sujeito básico, que é o “sujeito consumidor de agrotóxicos”. Trata-se de um sujeito cujas especificidades precisam ser determinadas, mas que inclui, no âmbito empírico, desde o aplicador de agrotóxicos, o consumidor de alimento e água contaminados com resíduos desses produtos até a comunidade envolvente que fica exposta ao ar e ao ambiente contaminados. Este é um processo abrangente de racionalização que independe das fronteiras ou das iniciativas políticas de governos. Por outro lado, o campo do consumo de agrotóxicos pelas práticas divisoras conduz à divisão desse sujeito básico e ao surgimento de lutas de resistência contra o consumo de agrotóxicos. Para a pesquisa dessas relações de poder, se objetiva partir das lutas de resistência, como estratégia para a explicitação das especificidades do sujeito consumidor de agrotóxicos. Isso como forma de sustentar que a experiência de contaminação no campo do consumo de agrotóxicos, pelo desenvolvimento do sujeito consumidor de agrotóxicos, é uma forma privilegiada de entender o processo de racionalização em um campo importante da experiência humana moderna, pela confluência das estratégias de exploração e de sujeição típicas desse modelo social. Pretende-se verificar a possibilidade de sustentação da ideia de que a experiência básica da contaminação é fundamental para o entendimento dos processos modernos de racionalização, justamente por combinar estratégias de sujeição e estratégias de exploração (a exemplo de outras experiências importantes analisadas por Foucault como sexo, crime, loucura, etc.).
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