As narrativas de mulheres sobre a formação da Região Extremo Oeste Catarinense

Autores

  • Silvio Antonio Colognese
  • Taíza Gabriela Zanatta Crestani
  • Matias Trevisol
  • Ana Paula da Silva Kopsel
  • Fábio Franzosi

Resumo

A historiografia do extremo oeste catarinense, a exemplo do que ocorre em diferentes regiões que compõem o território brasileiro, tem privilegiado tradicionalmente as narrativas produzidas pelo público masculino. Escassos são os estudos cuja preocupação central está na valorização do protagonismo das mulheres. A presente pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de resgatar as narrativas das mulheres sobre o processo de chegada aos respectivos municípios em que residem, bem como os seus olhares a respeito do desenvolvimento dos mesmos ao longo do tempo. Para tanto, foram efetuadas entrevistas individuais (de roteiro semiestruturado) com dez mulheres. Para salvaguardar as suas identidades, as participantes receberam os seguintes nomes fictícios: Lavanda, Tulipa, Lírio, Orquídea, Gardênia, Rosa, Santolina, Amarílis, Dália e Azaleia. Estas mulheres residem há mais de cinquenta anos no extremo oeste catarinense. O processo de coleta e apreciação dos dados seguiu as orientações do método História de Vida (HV). Como resultado, o item de apresentação e discussão de dados foi dividido em três títulos. São eles: a) “Eu quero que o Sul seja aberto para mim”: as influências sócio-históricas e culturais no processo de compreensão do “ser mulher”; b) “A gente só trabalhava”: O labor como referência identitária na perspectiva de mulheres; e c) “A desobediência sai cara”: episódios de violência que contam a história das mulheres na região extremo oeste catarinense. De maneira geral, a realização desta pesquisa permitiu compreender que as narrativas das mulheres colocam em evidência os processos de submissão à figura do homem, os desafios enfrentados no processo de deslocamento (com destaque para a elaboração de perdas e o estabelecimento de novos vínculos), a relação visceral das mulheres com o trabalho e as implicações do discurso religioso no processo de compreender a feminilidade.

Arquivos adicionais

Publicado

03-11-2024

Como Citar

COLOGNESE, S. A.; CRESTANI, T. G. Z.; TREVISOL, M.; KOPSEL, A. P. da S.; FRANZOSI, F. As narrativas de mulheres sobre a formação da Região Extremo Oeste Catarinense. Tempo da Ciência, [S. l.], v. 31, n. 61, p. 15, 2024. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/tempodaciencia/article/view/34373. Acesso em: 26 mar. 2025.

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