PAISAGEM LINGUÍSTICA EM CONTEXTO FRONTEIRIÇO: ESTUDO DE CASO EM TABATINGA (BRA) E LETICIA (COL)
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v16i37.23694Keywords:
Paisagem Linguística. Fronteira. Superdiversidade. Políticas Linguísticas.Abstract
Neste artigo apresento um estudo de caso sobre a paisagem linguística na fronteira entre as cidades de Tabatinga (Brasil) e Leticia (Colômbia), com base nos conceitos de paisagem linguística (Bloomaert, 2012; Shohamy, 2010; Cenoz y Gorter, 2006), superdiversidade (Bloomaert y Rampton, 2012; Vertovec, 2007) e metrolinguismo (Otsuji; Pennycook, 2010). Este estudo de caso utiliza como dados de análise imagens de placas e letreiros de estabelecimentos comerciais, localizados próximo ao marco de fronteira entre Brasil e Colômbia, fotografadas durante trabalho de campo nas cidades mencionadas e tem como objetivo pensar a paisagem linguística como um dos instrumentos que podem auxiliar no diagnóstico sociolinguístico dos repertórios comunicativos dos falantes de uma determinada comunidade e o status das línguas nesses territórios fronteiriços. Além disso, proponho pensar a paisagem como um importante recurso para a promoção do multilinguismo e das línguas autóctones invisibilizadas pela hegemonia das línguas oficiais dos países onde se desenvolve o presente estudo. Essa invisibilização é perceptível, conforme aponto no estudo, não apenas na paisagem linguística dessas cidades, mas também no sistema escolar municipal e estadual ao não se observar a presença dessas línguas nos currículos das escolas regulares, revelando a ausência de uma representação identitária e linguística de grupos étnicos que vivem nesse espaço.
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Recebido em 29-11-2019 | Aceito em 10-02-2020
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