A (RES)SIGNIFICAÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA PROPICIADA POR NARRATIVAS DE VIDA PRODUZIDAS EM ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO NO CONTEXTO PANDÊMICO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v17i41.26856
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Palavras-chave:

Narrativa de vida, Prática (auto)(trans)formativa, Formação docente, Pandemia

Resumo

Sob o viés metodológico da etnossociologia clínica (ANDRADE, 2019), este artigo analisa narrativas de vida coletadas em uma disciplina de estágio de observação do curso de Letras: Língua Portuguesa da Universidade Federal do Ceará. Em vista da impossibilidade das aulas presenciais, por conta da pandemia de Covid-19, as práticas de formação docente tiveram que ser repensadas. Nesse contexto, as narrativas de vida surgem como catalisadoras de experiências, permitindo ao professor em formação reconfigurar saberes e conhecimentos adquiridos em seu itinerário, (res)significando concepções de linguagem. Assim, as narrativas de vida podem se tornar um produtivo meio de prática (auto)(trans)formativa. O estudo se abaliza nos postulados teóricos de Koch (2013), Geraldi (2011) e Volóchinov (2018) sobre concepções de linguagem, e em Andrade, Lima e Serra (2020a, 2020b), Kleiman (2008), Josso (2004), Ribeiro (2008), Signorini (2006) e Delory-Momberger (2008) sobre a possibilidade (auto)(trans)formativa das narrativas de vida. Os resultados apontam que os professores em formação afirmam ter experienciado o ensino de língua sob o prisma da linguagem como expressão do pensamento e/ou instrumento de comunicação, desejando, por isso, quando em exercício de sua docência, efetivarem práticas mais afeitas à perspectiva sociointeracional, utilizando o potencial reflexivo dos planos de aula, amparados na metodologia sequência didática.

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Recebido em 04-02-2021

Revisões requeridas em 07-04-2021

Aceito em 10-05-2021

Biografia do Autor

Francisco Rogiellyson da Silva ANDRADE, Universidade Federal do Ceará

Doutorando em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística, especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira pela Universidade Cândido Mendes e professor de Língua Portuguesa vinculado à Secretaria Municipal da Educação de Fortaleza.

Edla Freitas RIBEIRO, Universidade Regional do Cariri

Formada em Letras pela Universidade Regional do Cariri-URCA e em Jornalismo pela Universidade Federal do Cariri-UFCA. Mestranda em Letras pelo PPGL-URCA. Pesquisadora do GELDA-Grupo de Estudos em Linguística e Discurso Autobiográfico.

Sandra Maia Farias VASCONCELOS, Universidade Federal do Ceará

Graduada em Letras pela Universidade Federal do Ceará (1996), com Especialização em Psicopedagogia e Doutorado em Sciences de L'Education pela Universidade de Nantes (2003) e Pós-Doutora pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2015). Atualmente é professora associada do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal do Ceará, é também, professora colaboradora da Universidade Estadual do Ceará e membro do Conselho de avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). É professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFC, orientadora de mestrado e doutorado. Professora do Programa de Pós-Graduação em Letras da UniversidadeEstadual do Cariri - Crato-Ce. Tem pesquisas na área de Educação, com ênfase em Análise do Discurso Narrativo das Histórias de Vida, atuando principalmente nos seguintes temas: pesquisa autobiográfica, discurso, leitura e escrita, aprendizagem, representações discursivas, educação hospitalar e adolescência. Líder dos grupos de pesquisa Argumentação e Discurso e Relatos e escrita de si, e do GELDA - Grupo de Estudos Linguísticos em Discurso Autobiográfico, ambos certificados e registrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPQ. Membro do grupo Grupo de Pesquisa Interdisciplinar: Formação, Autobiografia, Representações Sociais- GRIFARS, da UFRN.

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Publicado

01-06-2021

Como Citar

ANDRADE, F. R. da S.; RIBEIRO, E. F.; VASCONCELOS, S. M. F. A (RES)SIGNIFICAÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA PROPICIADA POR NARRATIVAS DE VIDA PRODUZIDAS EM ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO NO CONTEXTO PANDÊMICO. Trama, Marechal Cândido Rondon, v. 17, n. 41, p. 28–44, 2021. DOI: 10.48075/rt.v17i41.26856. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/trama/article/view/26856. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Práticas de Estágio(s) em Discussão