“A CHUVA APODRECIA OS CAMPOS E OS HOMENS”: TRADUÇÃO E MELANCOLIA OU UMA NARRATIVA ENFERMA
DOI :
https://doi.org/10.48075/rt.v8i15.6884Mots-clés :
Dalcídio Jurandir, Linguagem Poética, Tradução, Melancolia.Résumé
Opero gesto de interpretação no âmbito de uma poética do traduzir em torno do romance inaugural do escritor amazônico Dalcídio Jurandir, Chove nos Campos de Cachoeira (1941), compreendo Jurandir como tradutor da cultura, produtor de uma obra falhada de espelhamento parcial ou falseado do texto cultural primeiro, a Amazônia. A consciência da falta produz uma réplica infiel do “original”. Solicitado a multiplicar o documento da cultura (a manipular o regionalismo), Jurandir despeja a experiência melancólica de perda do objeto de desejo, ao menos restituição interdita ou precária (S. LAGES, 2002, lendo Benjamin e Freud) como prolongamento infeccioso até à estrutura narrativa, forçando a história ao movimento pendular, à aceitação do corpo-estranho da linguagem poética ou ao estranhamento da língua de origem, ao adoecimento das personagens. Entre Jurandir e o poema em prosa opera a transmissão de uma “semente” familiar (BENJAMIN, 2008), no sentido de uma herança que condena “pai” e “filho” à procura incansável pelo sentido: como cartografia e documento da cultura para Dalcídio Jurandir, como direção e caminho para Alfredo, como palavra poética redentora para Eutanázio.
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