“Da palavra à estética, a periferia é poética!”: a poesia marginal de Mel Duarte enquanto uma prática de resistência e reexistência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v14i2.25525
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Palavras-chave:

Poetry slam, resistência e reexistência, literatura marginal-periférica, Mel Duarte.

Resumo

Neste estudo apresentamos análises de três poemas do livro Negra Nua Crua, da poeta e slammer paulistana Mel Duarte. A temática em debate suscita reflexões quanto à urgência de se pensar a poesia falada/escrita num contexto marginal-periférico, enquanto uma prática de resistência e reexistência. Trata-se de uma pesquisa inserida no escopo dos estudos literários e dos estudos culturais, de modo que o percurso metodológico se funda no estabelecimento de uma hipótese de leitura, a qual conduz todo o processo analítico de interpretação e de manejo/constituição do referencial teórico. Partimos da hipótese segundo a qual dos corpos-vozes do eu-lírico-poético-político emanam questões do universo subjetivo da mulher negra em sua relação com o mundo, ruindo os estereótipos historicamente impostos. O corpus analítico inclui os poemas Não desiste!, Menina melanina e Negra Nua Crua. A base teórica perpassa os estudos de Bosi (1977:1996:2002), Candido (2006), Nascimento (2006:2019), hooks (2019), Dalcastagnè (2006), Toni C. (2006:2009), dentre outros. Nossas conclusões evidenciam que Mel Duarte representa um todo muito maior de jovens poetas trovadoras da contemporaneidade, mulheres negras que transformam narrativas invisibibilizadas em arte-sujeito, formando um quilombo urbano de oralidade e oralitura poética, griôs na escrevivência de suas/nossas reexistências.

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Biografia do Autor

Patrícia Pereira da Silva, Universidade Federal de Rondônia

Mestranda em Estudos Literários (MEL) da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Poéticas Moderna e Contemporânea (CNPq/UNIR). 

Geane Valesca da Cunha Klein, Universidade Federal de Rondônia

Doutora em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Atualmente é Professora Adjunto I da Universidade Federal de Rondônia (UNIR).  

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Publicado

31-08-2020

Como Citar

DA SILVA, P. P.; KLEIN, G. V. da C. “Da palavra à estética, a periferia é poética!”: a poesia marginal de Mel Duarte enquanto uma prática de resistência e reexistência. Travessias, Cascavel, v. 14, n. 2, p. e25525, 2020. DOI: 10.48075/rt.v14i2.25525. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/25525. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

[DT] À MARGEM: RESISTÊNCIAS E REEXISTÊNCIAS NA LITERATURA BRASILEIRA